Para quem já está mais condizente aos estudos espiritualistas, já está devidamente familiarizado com a Lei de Ação e Reação. Nela, aprendemos que somos os grandes artífices da nossa própria realidade; aprendemos que esta lei fundamental do Universo é o fator regente do mecanismo de evolução cósmica e que ao longo de inúmeras encarnações vamos semeando atitudes que mais tarde se converterão na colheita representada pela nossa realidade pessoal. Logo, deduziremos que hoje somos o resultado do somatório de todas as atitudes que cultivamos no nosso passado recente e longínquo.
Essa é uma lei maravilhosa, pois através dela, vagarosamente, vamos tomando consciência de nossa natureza divina e de que cabe a nós e somente a nós mesmos a construção da nossa realidade pessoal. É neste sentido que Jesus afirmava: "vós sois deuses". Essa sentença é tão profunda que até hoje encontramos indivíduos que não tomaram a devida consciência disso e, consequentemente, acabam não fazendo um bom uso de seu livre arbítrio, ignorando a Lei de Ação e Reação. Mas a vida não é um caos como pretendem alguns e nem obedece aos padrões religiosos como outros gostariam. A vida é uma perfeita sinfonia e as notas musicais somos nós quem ditamos através da semeadura das nossas ações e a respectiva colheita. Tudo isso tem o intuito de promover o despertar da nossa consciência segundo as leis que regem a evolução cósmica.
Tomando consciência disso, chegará o momento em que passaremos a dosar melhor a nossa conduta, pois entenderemos que a qualidade moral de nossas ações vai determinar o nível de harmonia e equilíbrio que alcançaremos. Ato por ato, pensamento por pensamento, passo a passo iremos tomando gosto cada vez maior pela construção do amor em nós mesmos. Mas não é algo que acontecerá da noite para o dia. É um projeto do nosso EU MAIOR. A concretização deste projeto se dará na proporção do nosso empenho em desconstruir o nosso ego.
Desconstruir o ego! Isso é extremamente importante. Precisamos estar atentos às artimanhas do nosso ego, pois é somente dele que pode vir qualquer resistência à prática do bem. Nosso ego encontrará muitas formas de relutar à prática do bem: "mas o que eu ganho com isso?”, "ora, essa pessoa não merece a minha bondade", ou ainda "ninguém me ajuda, então eu também não ajudarei os outros"... Enfim, argumentos não faltam ao nosso ego para resistir à prática do bem. Mas nenhum resultado positivo poderá vir desse comportamento, pois ele não corresponde à nossa natureza cósmica.
Então como consolidar o bem em nós mesmos? Cada doutrina espiritualista possui sua própria técnica, algumas dirão que todo o mérito consiste em deixarmos de lado a nossa vida pessoal e nos dedicarmos ao próximo, outras linhas dirão que o segredo é dedicar-se à meditação para primeiramente conhecermos a nós mesmos e, posteriormente estaremos aptos a fazer o bem abnegadamente.
A minha opinião é que deve haver o equilíbrio entre as duas formas, pois ambas se converterão em mérito. Em um primeiro momento, podemos fazer o bem ao próximo mesmo que não tenhamos um conhecimento profundo de nós mesmos, pois a Lei da Ação e Reação diz que o bem praticado a outrem converterá em bem a nós mesmos; num segundo momento, através do autoconhecimento chegaremos a um nível de consciência onde a nossa bondade será incondicional, onde passaremos a fazer o bem simplesmente pelo prazer de fazer o bem. É um ciclo, uma coisa levará a outra e o maior beneficiado sempre será aquele que empenhou-se na prática do bem.
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