Vivemos na era líquida, como diria o filósofo Zygmunt Bauman, em seu livro “Amores líquidos” — que super vale a leitura. Basicamente, ele fala da rapidez com que as pessoas desistem dos relacionamentos, com base na falta de resiliência de entender e permanecer trabalhando pela relação. Sim, relações, assim como uma casa ou ter filhos, dá um trabalho danado.
Ainda estamos contaminados pelo romantismo, que traz o estigma do amor pelo amor. Precisamos estar apaixonados para nos casarmos, por exemplo, mesmo sabendo que a paixão não dura mais do que dois anos. Depois disso, ou transformamos aquilo em amor, em algo sólido, ou desistimos. E é aqui que o bicho pega.
Confundimos paixão e, principalmente, atração física com amor. Em dois ou três encontros, já encontramos naquela pessoa tudo o que nos fará felizes. Mas vamos pensar: é impossível saber mais sobre o outro se tivemos apenas cinco horas de conversa no telefone (lembrando do amor rápido e intenso da cantora Anitta com o seu primeiro marido). Por mais que você seja uma pessoa aberta, algumas coisas nem você sabe sobre si mesmo.
A convivência e “comer sal” juntos é fundamental. Mas, então, por que fugir quando alguém se apega rapidamente demais? Simples: possivelmente é uma paixão ou atração física e o outro possivelmente é um poço de carência que vai desaparecer diante do primeiro problema grave.
Quando conhecer alguém, controle a sua ansiedade. Sabemos que queremos achar o amor, mas esse é um trabalho de formiguinha que exige tempo e disposição. Não existem fórmulas mágicas, apenas algumas poucas histórias em que isso deu realmente certo. O que funciona é usar a razão antes de se apaixonar.
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A diferença entre amor e apego está na sua relação consigo: entenda
Entenda o que admira no outro e faça uma lista de pros e contras já na primeira conversa. Mesmo que tenham ficado juntos, tente não deixar isso influenciar. É mais fácil decidir se a pessoa serve ou não longe dos holofotes da sedução. Só depois analise se a pessoa poderia estar com você daqui a 10 anos, mesmo que não tenha tudo em mãos. Pergunte, analise e pesquise mesmo, como se fosse uma vaga de emprego para o seu coração.
E se perceber que o outro passou por cima disso tudo e se apaixonou por uma ou um desconhecido, fuja. A tendência é que você se deslumbre com o fato de estar sendo desejada e aí enfie os pés pelas mãos. Lembre-se de que toda desilusão amorosa já foi uma ilusão.
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