Ah! O amor!
Aquele sentimento incrível que faz você flutuar, levitar, subir aos céus como um anjo… Mas que, passados os estágios iniciais, faz você despencar ao chão, deixando apenas aquela amarga sensação: onde estavam as minhas asas quando embarquei neste sonho?
Por que um sentimento tão lindo simplesmente acaba?
O desejo tem estágios, nossa libido, altos e baixos e o romance cede lugar à rotina... É normal e acontece com todo mundo.
O convívio é um ensaio de tentativas, erros e acertos. Se hoje a maioria das relações tem um prazo curto de validade, possivelmente é porque não ensaiamos mais.
Não nos dedicamos em aperfeiçoar o texto. Não percebemos as vírgulas no caminho, os parágrafos a cada reinício. Nos perdemos nos pontos de exclamação e interrogação e vamos logo aos pontos finais.
Filhos, compromissos, dificuldades financeiras surgem em meio a tudo, tudo junto e misturado, e infelizmente não nos damos conta disso. Embarcamos apenas no sonho e esquecemos que as nossas insatisfações começam no UM.
Culpamos o outro por todas as nossas frustrações individuais, que antecedem a ele… Que estão lá atrás e que dizem respeito somente a nós.
Alguns casamentos duram porque se renovam, se transformam, amadurecem a dois. Casamentos duram porque entre brigas e desafios existem duas pessoas que andam juntas, decidem crescer juntas e se comprometem em dar as mãos quando as tormentas e tempestades inevitavelmente chegam.
Não investimos no nosso aperfeiçoamento, não lapidamos a nossa pedra bruta e, quando a magia dos estágios iniciais acaba (e sempre acaba), achamos mais fácil procurar novos amores....
Acontece que novos amores também passarão pelos mesmos estágios do anterior e, depois do encantamento, terminam com os mesmos pontos, vírgulas e interjeições.
Ah! O amor! Por que nunca dá certo comigo?
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