Onde estamos buscando a felicidade? De maneira geral, buscamos a felicidade em alguma situação que nos pareça estável e favorável. Estamos sempre buscando condições e situações que produzam sensações de felicidade. Pare e pense por um momento o que produz a felicidade em você. Talvez você pense em uma viagem, em um lugar específico, um trabalho ou uma condição, ou talvez até em uma pessoa. Independentemente do que pense, veja que a emoção é gerada em seu interior por meio de um estímulo externo. “Mas isso é óbvio”, talvez você diga, mas veja que a sua felicidade aqui está na dependência dos fenômenos e eventos externos.
O que estou querendo dizer é que acabamos condicionando a nossa felicidade e sem perceber limitamos a nossa possibilidade de sermos felizes. Isso porque ignoramos qual a verdadeira base da felicidade. Quando dizemos que a nossa felicidade está, por exemplo, na condição específica de morar na praia, na verdade, estamos dizendo que o sofrimento está em morar em qualquer outro lugar que não seja a praia. Assim, limitamos a nossa experiência de felicidade.
Pegando ainda o exemplo da praia, quando chegamos à praia temos uma sensação de felicidade e acabamos gerando uma energia dentro de nós. Entretanto se pensarmos bem, será que essa energia estava na praia ou estava dentro de nós? A felicidade habita dentro de nós, mas só afloramos essa emoção quando nos deparamos com experiências que se conectam com os nossos referenciais internos. Mais profundo ainda seria entender o porquê a felicidade só é gerada com a experiência de morar na praia.
Se nós somos felizes na dependência das situações, podemos ser felizes independentemente delas. Em nossa sociedade, você verá muitas pessoas dizendo que a felicidade é ter coisas e situações específicas, mas se você não tem essas coisas específicas, você não pode ser feliz? Isso não é verdade! Se ficarmos correndo atrás de situações e estruturas para a nossa felicidade, podemos até ficar felizes por certo tempo, mas aquela emoção, com o tempo, rapidamente passa. Então, lá vamos nós de novo correndo atrás de outra situação. Ficamos fazendo esforços até o final da vida, esperando o momento onde seremos realmente felizes.
Ao mesmo tempo em que limitamos a nossa felicidade, também não enxergamos que a base de nossa felicidade é o nosso conjunto de referenciais, normalmente não olhamos para isso. Seguimos o impulso de gostar da praia, mas sem perceber que podemos gerar essa mesma felicidade em outros ambientes. É muito melhor poder manifestar uma felicidade constante em qualquer lugar.
De maneira geral, movimentamo-nos de duas formas: o “gosto” e o “não gosto” (inclusive falo mais desse aspecto nesse texto), que é a movimentação de atração e repulsão. Se nós gostamos vamos em direção, se nós não gostamos nos afastamos das situações. Mas nunca nos perguntamos o porquê gostamos mais daquilo, por que acreditamos que a felicidade está em determinada situação?
Podemos gerar uma energia constante de felicidade, mas para isso precisamos entender como a nossa mente opera. De onde vem os nossos referenciais de felicidade e como podemos criar mais liberdade para que essa emoção se manifeste? Se praticarmos a partir desse ponto, nós poderemos gerar essa felicidade em qualquer ambiente.
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