Você sabe qual é o seu tipo de felicidade? Isso deve parecer uma pergunta estranha, mas na verdade todos nós possuímos dois tipos de felicidade. Todo mundo conhece o primeiro tipo e esse é o que mais aparece em nossa vida. Contudo, há uma felicidade diferente que pode ser alcançada, mas que muitos poucos conhecem ou tem contato com ela.
Antes, tentaremos definir o que é a felicidade. Segundo o dicionário brasileiro, felicidade é qualidade ou estado do que é feliz; estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar. Para a psicologia positiva utiliza-se mais o conceito de bem-estar e de satisfação.
Existem duas formas de atingirmos esse bem-estar: a forma livre e a condicionada.
Vamos começar explicando a forma condicionada para depois entendermos o que é uma felicidade livre, o que Martin Seligman chama de Felicidade Autêntica (mesmo nome do seu livro publicado em 2002).
Felicidade condicionada é aquela que obtemos quando atingimos algum objetivo ou quando alcançamos alguma coisa que queremos muito. Toda vez que você ganha dinheiro, recebe elogios, atinge algum objetivo seu, está com alguém que gosta, conquista algo novo como uma casa ou um carro, recebe uma promoção em seu emprego, uma viagem, almoça em um restaurante especial e demais situações externas, está operando na felicidade condicionada. Pois na falta desses estímulos a infelicidade inevitavelmente o atinge.
Se você não tem aquilo que deseja, ficará triste ou em sofrimento. Veja que sua felicidade depende das coisas que estão externamente. Ela está ligada aos objetos. Então, a sua felicidade está ligada a existência das coisas que você quer ou na presença de alguém.
A Felicidade Autêntica ou como é chamada por Allan Wallace, autor de Cultivating Emotional Balance, Felicidade genuína é algo que não está condicionada aos objetos externos porque ela vem daquilo que oferecemos ao mundo e não daquilo que o mundo nos oferece. A felicidade genuína está ligada ao propósito pessoal, a doação e ao sentido que damos para a nossa existência.
Nesse sentido, essa felicidade não é um estado de humor e nem um estado emocional passageiro, mas sim algo duradouro e que tem muita conexão com a nossa forma de ser no mundo. Matthieu Ricard é um monge budista conhecido por ser o homem mais feliz do mundo, por que é o homem mais feliz do mundo? Porque durante testes neurológicos os cientistas identificaram que ele poderia acionar áreas cerebrais relacionadas ao bem-estar e a felicidade que mais ninguém consegue.
Qual receita de Matthieu Ricard para isso? A compaixão. Ricard manifesta a compaixão pelas pessoas e seres e assim consegue acionar a felicidade autêntica e verdadeira, que não opera através de condicionantes.
Entenda que ambas são necessárias em nossa vida. A felicidade condicionada nos movimenta em direção aos nossos objetivos enquanto que a felicidade genuína nos liberta dos condicionantes e traz liberdade de ação e de manifestação de propósito de vida. A diferença é que a felicidade condicionada é passageira, pois as coisas não duram para sempre. Já a felicidade genuína é um estado de ser que, conforme Ricard fala, tem a ver com “uma compreensão sutil de como a mente funciona”.
Todos nós possuímos a capacidade de manifestar essas felicidades, no entanto, poucos manifestam uma felicidade autêntica por ficarem gastando muito tempo correndo atrás das coisas que trazem a felicidade condicionada.
Contudo, podemos aprender a manifestar essa felicidade autêntica genuína e duradoura, pois afinal ela também existe em nós e está pronta para ser acionada.
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