Em nossa passagem por esse mundo buscamos manter uma harmonia em nossa vida. Tentamos com todas as nossas forças estabilizar nossa vida e através dessa estabilidade encontrar a felicidade.
Funciona assim: primeiro entendemos que a harmonia e estabilidade são possíveis; depois vemos que outras pessoas possuem mais estabilidade do que nós. Aí olhamos para elas, reconhecemos sua estabilidade e dizemos “você possui harmonia em sua vida por causa disso e disso”. Vemos as condições e achamos que para alcançar a estabilidade precisamos alcançar determinadas coisas. Então se dá um movimento de corrermos atrás de objetos que supram essa necessidade. Cremos piamente que alcançando essas condições estaremos criando um ambiente estável e que a felicidade será atingida.
Contudo, as situações não são estáveis e sofremos por tentar mantê-las assim. O sofrimento surge do não entendimento da impermanência das coisas. Nada dura para sempre e tudo no universo está em constante movimento. Porém, nossa mente deseja estabilizar as situações para que alcancemos a felicidade. Mas a felicidade brota de um entendimento de como a vida funciona e de como a realidade se estabelece. É uma forma de lucidez que gera a felicidade interior, aquela que independe de situações exteriores.
Tudo no universo se modifica a cada momento. Podemos observar isso em coisas mais grosseiras, como as estações, o dia, as horas do dia. Mas também podemos ver isso em nós mesmos. Quando somos crianças temos pensamentos e sonhos diferentes, somos pessoas diferentes. Quando crescemos essa pessoa se modifica e, a cada nova etapa de nossa vida, nós vamos mudando e nos tornando novas pessoas.
Temos uma percepção de continuidade, mas na verdade mudamos em cada etapa de nossa vida e não observamos que sofremos em cada mudança. O sofrimento surge a partir de um desconhecimento de como tudo é impermanente, de como as coisas tendem a mudar em cada momento e de que nada na vida dura para sempre. Tentamos desesperadamente fixar nossa mente para alcançarmos a felicidade, sem notar que estamos depositando nossa felicidade em coisas que são insubstanciais. Colocamos nossa felicidade em condições externas. Se a situação está favorável estamos felizes, se não sofremos inevitavelmente.
É necessário olhar para dentro e encontrar a felicidade que independe das situações e que não se modifica com o tempo. Eckhart Tolle, em seu livro O Poder do Agora, contempla essa felicidade quando se dá conta que o único momento presente é o agora. No livro ele narra que a felicidade não se encontra nas coisas, mas sim dentro de cada pessoa. Mesmo essa afirmação parecendo óbvia, parece impossível pararmos e deixarmos a corrida que fomos impostos a fazer atrás de felicidade desde cedo.
Para isso temos que treinar nossa mente a ver a felicidade interna e não a buscá-la no mundo. A felicidade no mundo é impermanente e um dia acaba. Porém, a felicidade interna tem a ver com um entendimento de como a mente funciona e de não se deixar abalar com as oscilações da vida. Podemos buscar refúgio em nosso interior através da prática meditativa. Essa prática nos ajuda a acalmar nossa mente e a encontrar a felicidade através da quietude e contemplação. Você pode começar lendo esse texto que escrevi sobre como acalmar sua mente e iniciar na prática meditativa.
Para terminar envio a você uma pequena prece de felicidade: desejo que alcance a felicidade e os verdadeiros motivos que lhe tornem feliz!
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