Todo ser humano busca de maneira incessante a felicidade. Todos nós queremos viver de maneira alegre, sem que as coisas ruins afetem nosso estado de humor e espírito. Porém, infelizmente, pensamos que a felicidade se encontra fora de nós. Talvez você já tenha ouvido sobre a felicidade estar no interior, mas como colocar isso em prática?
De nada adianta falarmos que devemos encontrar a felicidade em nosso interior quando os problemas começam a aparecer. Desde problemas financeiros a de relacionamentos, quando eles acontecem, desestabilizam nossas emoções e pensamentos. Então, toda essa ideia de felicidade interior cai por terra.
Aí você pode se perguntar: “Será que é possível encontrar essa felicidade interior?” E eu respondo: “Sim, é possível”. Tão possível que muitos psicólogos e terapeutas vêm ampliando essa ideia. Contudo, a felicidade está ligada a uma coerência de comportamentos com algo profundo que rege sua motivação. De acordo com o psicólogo Shalom H. Schwartz, esse conceito é o que desperta em você sentimentos negativos ou positivos que te conduzem a julgar tal situação como adequada ou não e que constitui seu caráter único.
Esse conceito é chamado de Valores Pessoais. Por mais incrível que possa parecer, muitas pessoas não conhecem seus próprios valores pessoais e acabam tomando atitudes e escolhas que os fazem sofrer, pois seus objetivos estão em desacordo com seus valores.
Apesar de não conhecerem seus valores, isso não significa que eles não operem. Os valores pessoais vão guiar a pessoa e fazê-la tomar decisões em sua vida. Entretanto, desconhecê-los traz sofrimento quando seus objetivos estão em desacordo com seus valores. Mas como posso ter um objetivo que está em desacordo com um valor? Simples, valores estão ligados à emoção e não a ideias objetivas. Significa que, se você tem valores pessoais, como liberdade, autonomia e criatividade, ficará rapidamente chateado com situações que não promovam esses valores.
Se em seu trabalho ou em sua vida esses valores não são estimulados, é provável que sinta um vazio existencial, uma sensação de que nada faz sentido, pois seus valores não estão sendo atendidos. Uma pessoa com esses valores e que trabalha numa empresa rígida, logo busca se desligar ou então fica extremamente triste. Ela é uma pessoa que valoriza a criação de ideias, liberdade de pensamento, o desejo de ser desafiada etc. É um perfil muito empreendedor e não alguém que tem como valor a segurança, a tranquilidade e a estabilidade.
Para encontrarmos a felicidade, o primeiro passo é descobrirmos nossos valores pessoais. Aquilo que nos move, que nos mobiliza para a ação. Se temos consciência de nossos valores pessoais, então alinhamos nossos objetivos com esses valores. Assim, as situações adversas que nos trazem infelicidade acabam perdendo a força, pois temos um poderoso propósito em nossa vida. Nossas ações então estarão regidas pela coerência com aquilo que valorizamos em nós mesmos e como objetivo em nossa vida.
Para ficar mais simples, vou usar um dos exemplos que Steven Hayes dá em seu livro “Saia de sua mente e entre para sua vida”. Imagine que você está no mar e ele está repleto de tubarões. Você fica nadando em círculo tentando escapar desses tubarões. Contudo, pode chegar o momento que você vá se cansar e sucumbir a esses tubarões. Nessa metáfora, os tubarões representam seus problemas, as dificuldades da vida. E ficamos sempre fugindo e lutando contra eles.
Entretanto, se tivermos consciência de nossos valores e os alinharmos com nossos objetivos, então teremos um propósito, uma ilha para onde nadar. E mesmo que existam tubarões valerá a pena nadar para lá, pois lá reside nossa felicidade.
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