Já reparou como a busca incessante pela felicidade virou uma obrigação contemporânea? Somos levados pela ideia de que ser feliz é uma obrigação e é compulsório. Estamos sempre afirmando “Eu preciso ser feliz!”, “Eu mereço ser feliz!”, e por aí vai...
Nessa busca desenfreada e decepcionante (sim, decepcionante porque gera muita expectativa!) procuramos, a todo instante, coisas que podem oferecer felicidade: carro, imóvel, roupa, joia, aparelho eletrônico, aquela viagem dos sonhos, ou seja, bens materiais em geral. Já experimentou a sensação de satisfação que é comprar ou ganhar um “objeto do desejo”? Maravilhoso, não é? A sensação de prazer e de poder nos enche de força e alegria. Pulamos, cantamos, dançamos, vibramos e...acabou! Depois de uma semana (se não menos), o que era novo ficou usado e o que era novidade caiu na rotina. E voltamos a ficar tristes.
O interessante da vida não é ter coisas interessantes.
O interessante da vida é ter uma vida interessante porque ter interesse só faz acumular felicidade, ao contrário da matéria que se torna velha e precisa ser trocada.
Observando o meu entorno percebo como são poucos os que são felizes independentemente daquilo que possuem. Observe você também. Vá a um parque e conte quantas pessoas estão fazendo nada, olhando para nada sem utilizar nada. Se encontrar alguém assim tenha a certeza que essa pessoa está interessada em si mesma, naquilo que está sentindo e nos seus próprios pensamentos. Essa pessoa não está fugindo dela mesma se conectando ao mundo pela internet, nem dirigindo o carro do ano, nem provando roupas, nem navegando o mar azul em um iate.
Muito provavelmente ela está com ela mesma, se ouvindo, se curtindo, se entendendo e tentando tornar sua vida mais interessante. Está sonhando, está buscando a realização de seus sonhos e está se amando em silêncio. Ela deve estar sentindo alegria por ser o que é e não foge de si mesma porque entende que é um ser interessante e que sua história de vida é algo para se orgulhar. E com isso, ela vive o presente de maneira plena e torna seu dia interessante mesmo na adversidade e na escassez seja lá do que for.
Experimente se interessar por você. Pare tudo o que está fazendo por alguns instantes e se volte para você, apenas. Reveja seus sentimentos, suas realizações, suas vontades e seus sonhos. Fazendo isso você estará entrando em contato com seu verdadeiro e indestrutível patrimônio: seus valores, suas verdades, suas qualidades e suas fraquezas. E é nisso que você deverá investir e colocar luz se quiser ter uma vida interessante.
Ter uma vida interessante é ter interesse pela vida!
Quando a vida se torna um fardo viramos vítimas das circunstâncias e fica impossível viver sem a companhia de alguém ou a alegria de possuir algo material. Fico pensando que tipo de pessoa se contenta em ser coadjuvante enquanto que ter interesse pela vida pode transformá-la em protagonista. Não há satisfação com o trabalho? O grande amor ainda não chegou? Está faltando dinheiro? O tédio se instalou e parece não querer ir embora? Triste notícia: se você não se amar e não sentir satisfação com a sua própria presença nada e nem ninguém te fará feliz. Você é o que é, e orgulhe-se disso!
Ter interesse pela vida é saber distinguir aquilo que temos que administrar daquilo que temos que mudar. Algumas coisas são momentâneas ou independem da nossa vontade e por isso mesmo servem apenas como transição para algo novo. Essas situações fazem parte da categoria daquelas que temos que administrar. Já outras devem ser transformadas ou até mesmo eliminadas porque dependem apenas de nós. Essas são as que temos que mudar. A maior parte das coisas em nossa vida só são mudadas por nós mesmos.
Quando não sabemos distinguir uma coisa da outra nos tornamos pessoas infelizes e, por consequência, não somos interessantes para nós mesmos e nem para os outros. A falta de interesse pela vida é um vício nocivo demais para quem busca a evolução como um ser que é, e não como um ser que apenas possui.
Torne-se sua melhor companhia e descubra um ser especial e interessante em você mesmo. Isso não se pode comprar. Isso não tem preço!
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