Nossa felicidade pode ser baseada em alguns pilares, os quais eu chamo de pilares da felicidade. Em um desses pilares está em nossa vida amorosa. O bom andamento de nosso convívio amoroso é fundamental para nossa felicidade.
Quando não estamos felizes com nosso cônjuge, quando estamos em um relacionamento onde existe muito sofrimento é porque nos deixamos ser dominados por um dos principais inimigos dos relacionamentos saudáveis.
Esse inimigo é devastador, pois traz com ele poderosos aliados que visam destruir nosso lar e nossa família. Entretanto, esse inimigo não deve ser encarado como um inimigo a ser combatido, mas sim a ser compreendido e restaurado.
O inimigo que falo é a raiva e seus aliados são o orgulho, o sentimento de vingança e o rancor. Quando não compreendemos a origem desse sentimento, quando deixamos que ele domine nossas ações e pensamentos, caímos na armadilha do orgulho, cultivamos a semente da vingança e do rancor. Deixamos que os sentimentos negativos perpetuem em nosso coração, tornando-o um lugar onde apenas a raiva pode prosperar.
É comum vermos cenas onde casais por orgulho e desavenças, deixam de falar um com o outro. O ressentimento aumenta e cada parte possui uma diferente versão do evento ocorrido.
Isso ocorre porque quando somos crianças aprendemos a reagir à raiva, a responder a agressão, com a frustração. Não somos ensinados que devemos abraçar o ódio com amor, que devemos cuidar de nossos sentimentos negativos, que devemos identificar em nosso coração o amor, para que se cure o orgulho e a mágoa.
Quando sentimos raiva estamos na verdade sofrendo e fazendo sofrer. É comum em um momento de raiva mentir para preservar o orgulho. É o caso da mulher que diz ao seu companheiro que não precisa dele, que estaria melhor sem ele. Dessa maneira ela sofre por dizer algo que não é verdade e faz sofrer por magoar a quem ama. Isso gera mágoas e um ciclo de ódio.
É necessário aprendermos a abraçar nossa raiva, pois assim podemos parar o ciclo de ódio e curar nosso relacionamento. Precisamos cuidar de nossa raiva para quando ocorrerem momentos de atrito com nosso cônjuge, recorrermos a nossa consciência e poderemos dizer como nos sentimos de maneira amável, sem ofender ou castigar o outro.
Uma forma de atingirmos mais consciência sobre nossos atos é trazer comportamentos que tornamos hábitos automatizados em comportamentos controlados e conscientes.
Um desses comportamentos é o caminhar. Quando caminhamos não pensamos e não refletimos sobre como caminhar. Aprendemos a caminhar quando crianças e agora apenas realizamos essa tarefa de maneira automática.
Precisamos voltar para nossos comportamentos automáticos nossa atenção, de maneira a aumentar nossa consciência. Para isso faça o exercício do andar consciente. Quando caminhar, caminhe devagar prestando atenção em cada um dos seus passos, na forma que caminha, nos efeitos que produzem em seu corpo. Assim aumentará sua consciência do momento presente.
Quando aumentamos nossa consciência sobre esses comportamentos, aumentamos também nossa consciência sobre nossos sentimentos e emoções que estão no automático, como a raiva por exemplo.
Esse exercício aumenta nossa consciência e produz um novo despertar. Abrimos nossa mente para a realidade do agora. Não precisamos negar nossa raiva, ou tentarmos eliminá-la. Precisamos compreender o que gera a desarmonia em nosso lar para podermos sublimar através da compreensão e do amor que sentimos por quem está ao nosso lado. Temos que abraçar nossa raiva e aprender a difícil lição que ela traz consigo.
Somente quando entendemos nossa responsabilidade em cada aspecto de nossa vida de maneira consciente é que podemos saborear a liberdade de viver plenamente. Enquanto continuarmos reféns de emoções e sentimentos negativos, estaremos envoltos por um véu de ilusão de que não somos responsáveis, mas sim vítimas das circunstâncias em nossa vida.
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