Essa frase não é minha. É de uma colega psicóloga que, no momento, é minha paciente. Ela falou isso numa sessão e eu pensei bastante nessa frase. Será que escolhemos com quem vamos ficar por causa da lista de características ou por causa do amor?
Algumas pessoas escolhem sim, currículo. Precisa ser bonito, mais alto, magro. Precisa ter duas faculdades, cinco pós-graduações e pelo menos 10 anos de terapia. A mulher tem que saber cozinhar e precisa entender de finanças. Ah, e não pode gastar muito, senão já viu.
Isso acontece mais agora, que temos aplicativos que escolhem nossos parceiros. Programas de computador que cruzam os seus interesses com outros solteiros, que morem perto, claro, porque senão fica complicado (sim, isso é ironia).
Alguns escrevem nos seus perfis exatamente o que querem: conhecer mulheres liberais para relacionamento aberto. Ou homens que gostem de bons restaurantes. Alguns não sabem o que querem, mas sabem o que não querem. “Por favor, não entre em contato se for gorda” ou “Se for careca” ou “se for fumante”. Como se o amor ou a atração dependessem mesmo de características externas.
Acho que é legal que a pessoa com quem a gente quer ficar tenha coisas semelhantes às nossas. Os mesmos interesses, ou alguns em comum, pelo menos. Aparência é irrelevante, mas eu explico.
Atração sexual não é guiada pela aparência física “padrão”. Mas sim, quando você olha alguém, alguma coisa precisa mexer com os seus “miúdos”. Não é ter cabelo preto ou não, mas a energia e o mistério que podem envolver o cabelo para um homem especifico.
Você pode odiar carecas, até conhecer aquele homem que é o seu número e, ops, não tem mais os cabelos. O problema é começarmos a dispensar pessoas por características absolutamente irrelevantes.
Faça uma lista dos “defeitos” das pessoas. Depois coloque em primeiro lugar o que realmente te faria desistir de alguém. Podem ser características emocionais, físicas ou sociais. Você vai perceber que, geralmente, as características relacionadas ao caráter da pessoa virão em primeiro lugar.
Depois, o quanto o outro está realmente aberto a ter uma coisa que você também quer (que pode ser desde uma simples paquera até formar uma família) e só depois, lá atrás, virão as características de “entrevista de emprego” como: profissão, quanto ganha, se leu Proust ou se gosta de axé music.
A grande verdade é que sim, quando bate, bate. E é essa voz dentro de você quer precisa ser escutada em primeiro lugar. Algumas coisas, ok, eu concordo, você não vai querer de jeito nenhum. Mas diminuir a sua lista de eternas e absurdas exigências vai, com certeza, te tornar mais carismático, mais legal e mais bem-sucedido no amor. Que tal tentar?
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