Para este início de 2017, reservei o artigo sobre o segundo signo da tríade do elemento Ar: Libra (a balança). No atual momento histórico que vivemos, o simbolismo desse signo é de suma importância e traz uma excelente reflexão pessoal para fazermos no raiar de um novo ano.
Libra está associado, no plano divino, aos Dínamos, que são os seres da virtude, do movimento e se situam na segunda hierarquia celeste.
A presença da Balança no Zodíaco visa a nos alertar sobre a importância de desenvolvermos em nós mesmos a virtude, o movimento.
Explicando melhor, esse signo simboliza, por meio dos pratos da balança, o equilíbrio dinâmico entre todas as coisas e dentro de nós mesmos. O processo de manter os pratos de uma balança nivelados é demorado e requer trabalho, paciência e atenção, além de técnica. Essa dinâmica referente ao processo de nivelar/equilibrar os pratos da balança simboliza a dinâmica de nos mantermos em equilíbrio e estabelecermos relacionamentos saudáveis e harmoniosos.
Tal equilíbrio dinâmico está associado à reciprocidade, pois é através do desenvolvimento da capacidade de ora ceder, ora aceitar a cessão do outro, que conseguimos construir relacionamentos harmoniosos. A ausência de equilíbrio leva à separação, à segregação e à violência.
Se fosse possível descrever cada signo com apenas uma palavra, a de Libra seria harmonia. Esse signo trata do processo dinâmico pela busca da harmonia. Ocorre que para se ter harmonia é preciso um longo trabalho interno de equilibrar-se.
Libra, o sétimo signo, inaugura a porção do Zodíaco que lida com os relacionamentos. Até o sexto signo, isto é, de Áries a Virgem, o simbolismo correspondia a uma busca primordialmente interna, afinal, para relacionar-se é preciso, antes, ser inteiro. A partir do sétimo signo, o Zodíaco nos revela os segredos de toda a sorte de relacionamentos.
Libra trata dos opostos complementares e o equilíbrio dinâmico aqui representado, do qual deriva a harmonia que tanto buscamos, se refere ao equilíbrio de nossas forças boas e más internas. Ninguém é todo bom e nem todo ruim, lidamos com forças opostas dentro de nós mesmos por toda a vida. É o famoso yin e yang chinês, a luz e a sombra, o cavalo preto e o cavalo branco da parábola de Platão (ver o “Diálogo de Fredo”, de Platão). É preciso harmonizar internamente os nossos ímpetos e ponderá-los, a fim de que possamos encontrar equilíbrio e, por consequência, harmonia.
Não por acaso, Libra se opõe a Áries, o signo dos impulsos, da impetuosidade, da necessidade de se colocar individualmente no mundo. Essa oposição vem nos ensinar que a nossa expansão no mundo encontra limites no outro, sendo necessário controlar os nossos ímpetos e os nossos impulsos. Mas, para tanto, é preciso conhecer-se e aprender a domar e equilibrar internamente as nossas forças opostas.
Isso é feito por meio do uso da lógica e da razão, simbolizadas pelo elemento Ar ao qual o signo de Libra pertence ou, alegoricamente falando, pelo fiel da Balança. Essa razão simbolizada pelo signo se refere, mais especificamente, à busca de um conceito motivado de justiça. O parâmetro de ponderação para a concreção desse equilíbrio interno é o desenvolvimento de um conceito de justiça, entendida no sentido de “por alguma razão de ordem lógica que leve em consideração o outro e não apenas a si mesmo”. É disso que esse signo trata, de união e não de separação.
Olhar o outro, perceber o seu espaço, as suas necessidades e as suas fraquezas faz com que tenhamos um critério de ponderação para utilizarmos conosco, a fim de sabermos que partes de nossas psiques precisam ser equilibradas entre si, isto é, o que dentro de nós precisa aflorar mais e o que precisa ser mais contido. Por sua vez, atendendo à reciprocidade, quando nos compreendemos como seres imperfeitos, conseguimos enxergar o outro com compaixão. É, de fato, um dinamismo, um saber-se parte de um todo indivisível que precisa harmonizar-se.
A harmonia que buscamos nos relacionamentos em geral parte de nós mesmos, desse exercício interno e não da exigência de que o outro mude, porque ninguém é capaz de mudar alguém, podemos apenas mudar a nós mesmos e, a partir daí, construirmos relacionamentos e uma vida mais harmoniosa. E, se todos fizermos essa lição de casa, construiremos uma rotina de cooperação e não de julgamento e imposição.
Se Áries é regido por Marte, o Deus da guerra, Libra, o seu oposto complementar, é regido por Vênus, a Deusa do amor. É preciso força para amar, mas muita compreensão e raciocínio para se relacionar. A paixão ariana morre sem a compaixão e ponderação libriana. É em Libra que somos ensinados a lidar com as pessoas tais como elas são e não como gostaríamos que fossem.
Isso porque, conforme adiantado acima, a grande lição que aprenderemos através desse exercício de equilíbrio interno dinâmico é a da reciprocidade, a de que, repito, somos parte de um todo indivisível e que, para termos harmonia e não guerras ou violência em geral, é preciso compreender a nossa luz e a nossa sombra. Compreendendo o bom e o ruim em nós mesmos, somos capazes de compreender o outro e construirmos relacionamentos mais saudáveis, em paz, travados a partir do diálogo aprendido em Gêmeos e que chegarão ao ápice em Aquário, quando essa habilidade transbordar a esfera pessoal e alcançar a esfera social.
Mas esse será o tema do meu próximo artigo. Por agora, vamos trabalhar a nossa habilidade de nos relacionarmos na esfera privada, para, então, ser possível transcender à esfera coletiva.
Bom 2017 a todos, que o equilíbrio dinâmico de Libra e dos Dínamos guie as nossas vidas nesse novo ano, representado pelo número 1: o número dos novos começos!
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