Capricórnio é o último signo da tríade dos signos do elemento Terra. Já vimos nos artigos sobre Touro e Virgem que o elemento Terra está associado às facetas do mundo material, sendo que Touro simboliza o sustento financeiro e a arte pela beleza, enquanto Virgem está associado aos ciclos da terra e à arte com fins utilitaristas.
Capricórnio, sendo o último estágio na alma na aprendizagem do mundo material e terreno simboliza o mais inexorável dos aspectos de nossa vida humana: o tempo e tudo o que a ele se associa (a tradição, a finitude das coisas, a estabilidade, os desafios e dificuldades, os medos).
Esse signo simboliza a necessidade que todos têm de lidar com o tempo e suas consequências. Se para os capricornianos isso é uma obrigação, um compromisso de vida por terem nascido sob esse signo ou sob forte influência dele, para os demais nativos representa um aspecto da vida impossível de ser ignorado.
Simbolicamente, Capricórnio se associa à paisagem das montanhas frias e áridas e à cabra da montanha, que é um dos poucos animais capazes de sobreviver com tão pouco e subir a cumes extremamente íngremes e escorregadios. A terra abundante de Virgem, que dá frutos, agora se mostra hostil e exige habilidades de sobrevivência, perseverança, resiliência e paciência.
O Sol entra no signo de Capricórnio no início do inverno no hemisfério norte, mais exatamente, no solstício, onde as noites são mais longas. Isso simboliza a necessidade de recolhimento da alma, bem como de aprender que, por mais ajuda que se tenha, nascemos sozinhos e morremos sozinhos, de modo que, se não quisermos fazer por nós, ninguém será capaz de nos auxiliar.
Para aprender a lidar com os obstáculos da vida mundana é preciso, antes, aprender a lidar com o tempo. Faz-se necessário entender que o tempo passa sem piedade e leva consigo tudo o que for perecível, de modo que jamais existirá construção material (sucesso, posses, obras, alimento, etc.) que dure para sempre. Lutar por crescer materialmente somente levará a uma real satisfação e crescimento pessoais se o indivíduo compreender que, a qualquer momento, tudo pode ruir e que é preciso ter tenacidade e paciência para construir novamente. E, como essa é uma lição obrigatória àqueles que têm Capricórnio forte no mapa, essas pessoas tendem a passar por experiências de fracasso para compreenderem isso. Às demais é concedida a graça de aprenderem lendo e observando.
Ressalto que aqui o aprendizado é no mundo material, ou seja, lida-se com perdas materiais. A morte em si está simbolizada por Escorpião, signo de água, e que, portanto, lida com as emoções.
Embora o tempo da Cornucópia, associado a Capricórnio, fosse uma época de fartura, esse signo simboliza que a fartura pode acabar, mas pode ser reconstruída. Mesmo na matéria, o que finda dá espaço a novas construções e é nesse campo que Capricórnio atua: na capacidade de lidar com esse aspecto da vida.
Justamente por isso, fisicamente, esse signo rege os ossos e articulações, sendo particularmente ligado aos joelhos, mostrando a necessidade de nos ajoelharmos diante do tempo e de seus efeitos. Igualmente, a regência dos ossos demonstra que tudo o que formos construir deve ser de forma sólida e estruturada, para não ruir por negligência nossa. Nada deve ser apressado. Quem se apressa é o fogo, que tem as ideias, a sua construção deve ser calma e estruturada!
A simbologia do tempo também está ligada à tradição que esse signo tanto cultua. Aqui, a alma aprende com os erros e acertos do passado e é chamada a preservar o que deu certo, embora, na prática, Capricórnio tenha a intenção a preservar tudo, por mero apego à tradição e zelo pelos antepassados. A aprendizagem de jogar fora o que deu errado e inovar virá no signo subsequente, de elemento ar (mental), Aquário.
O signo que antecede Capricórnio é o Sagitário. Vimos no artigo sobre Sagitário que, ali, a alma idealizou leis, regras, moral, religião. Agora, em Capricórnio, tudo isso tem que ser materializado. Em termos práticos, temos aqui o juiz que aplicará a lei ao caso concreto e toda a sorte de profissionais que não criam, mas concretizam ideias, ideais, leis, regras, etc. Temos aqui o executivo que toca o negócio criado (simbolicamente falando) por Áries. Todos os impulsos do Fogo tomam vida na Terra de Capricórnio.
Uma vez que se aprenda a lidar com todos esses fatores, temos aqui a necessidade humana de construir coisas para futuras gerações, com solidez e utilidade, sem egoísmo. É como o ditado árabe: quem planta tâmaras não colhe tâmaras. A árvore da tâmara demora por volta de 80 anos para dar frutos, portanto, quem a planta, o faz para gerações futuras comerem seus frutos e, se ninguém pensasse assim, ninguém comeria tâmaras! Isso é o que a simbologia de Capricórnio pretende ensinar à humanidade.
A alma aqui se torna pragmática e pensa no futuro da humanidade (atribui-se o nascimento de Jesus à época em que o Sol estava no signo de Capricórnio e suas lições não são de religião, mas de aplicação das regras espirituais na vida cotidiana, nada tão capricorniano).
Capricórnio vem sendo equivocadamente associado à frieza de sentimentos, quando, na verdade, isso apenas ocorre por medo. A cabra, símbolo de Capricórnio, possui um rabo de peixe, simbolizando a necessidade de integração de emoção e matéria (seu signo oposto/complementar é o doce e materno Câncer), pois sem estrutura emocional jamais haverá estrutura material. Mas a cabra tem medo de adentrar ao instável terreno emocional.
No décimo signo, Capricórnio, o Zodíaco vem mostrar que somos chamados a entender que o medo deve ser transposto e superado, a fim de que possamos encarar os desafios da vida e preparar o terreno à sobrevivência da espécie e não somente à nossa própria sobrevivência. Com medo, nada se constrói e Capricórnio, com sua simbologia, vem nos ensinar que parte da escalada da vida e da necessidade de lidar com o espaço-tempo está em superar os medos e não apenas os desafios.
Uma vez aprendidas as lições terrenas, passarei a tratar do elemento Ar, que será objeto dos próximos 3 artigos, os quais tratarão da simbologia dos signos de Gêmeos, Libra e Aquário. Se no Fogo a alma criou individualidade e identidade; na Terra aprendeu a sobreviver no mundo material e dar forma à sua criatividade; agora chegou a vez de se comunicar, de produzir ciência, de desenvolver o intelecto, por meio do Ar.
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