Georges Ivanovith Gurdjieff é um dos mestres espirituais mais fascinantes, enigmáticos e controvertidos de todos os tempos. Ele nasceu na Armênia em 1866 e faleceu em Paris em 1949. Criou a “Escola Quarto Caminho” no Ocidente. Podemos encontrar algo de suas ideias na obra “Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido”, do filósofo Ouspenski, discípulo dissidente e que continuou sua obra.
O homem é uma máquina. Tudo o que faz, todas suas ações, suas palavras, seus pensamentos, sentimentos, convicções, opiniões e hábitos são resultados de influências exteriores. Por si mesmo, um homem não pode produzir um só pensamento, uma só ação. Tudo que diz, faz, sente e pensa, tudo sucede.
O homem moderno vive no sonho; e quem verdadeiramente queira saber, deverá despertar, mudar o seu ser. O desenvolvimento do saber sem o esforço correspondente do ser produz um homem que sabe muito, mas que não compreende o que sabe.
O saber é uma coisa e a compreensão é outra. A compreensão depende da adequada relação do saber e o ser. Não basta saber algo com nossa mente, é preciso sentir em nosso ser.
O homem, tal como o conhecemos, o homem máquina, o homem que não poder fazer, o homem que tudo acontece, não pode ter um EU permanente e único. Seu EU se modifica tão rapidamente como seus pensamentos, seus sentimentos e seus humores e comete um erro quando se considera uma só pessoa. Na realidade, sempre é uma pessoa diferente, nunca é o que era um momento atrás. Assim não tem um EU individual, mas sim pequenos EUs separados.
Todos os caminhos espirituais podem dividir-se em três categorias: o caminho do faquir, o caminho do monge e o caminho do yogui. O caminho do faquir é de luta com o corpo físico. O caminho do monge é de fé, do sentimento religioso. O caminho do yogui é o caminho do conhecimento, o caminho do intelecto. O quarto caminho – considerado em algumas ocasiões como o caminho do homem ladino – não exige que o ser se retire do mundo. É um trabalho simultâneo sobre os três caminhos anteriores, através da compreensão.
Para ser capaz de ajudar aos outros, primeiro deve-se ajudar a si mesmo. São muitas as pessoas que, com a ideia de ajudar os outros, se deixam levar por seus pensamentos e sentimentos. Tornam-se preguiçosas para trabalharem a si mesmas, mas gostam de pensar que são capazes de ajudar aos outros. O amor e o altruísmo são palavras bonitas, mas não têm significado quando o homem não consegue amar e não amar, ser altruísta e ser egoísta. É necessário eleger um caminho.
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