A felicidade é a busca de cada ser humano na Terra. Essa ânsia pela busca faz com que muitas vezes não vejamos o quanto acabamos nos sabotando e não conseguindo ver a verdadeira natureza da realidade, que produz a felicidade. Essa “cegueira” é produzida pela nossa visão errônea de como as coisas operam. Ficamos iludidos na percepção de que as coisas são estáveis e rígidas e que para mudar as coisas precisamos sempre mudar a realidade. Neste texto quero falar sobre o principal ponto que cega nossa visão. Vamos primeiro entender como podemos operar de maneira diferente para depois falarmos sobre essa falta de visão que produz o sofrimento.
Uma nova perspectiva
Como opera nossa realidade? Como as coisas funcionam? Essas são questões da filosofia e da física. Ciências que buscam explicar como a nossa realidade opera. Não apenas elas, mas muitas tradições orientais se debruçaram sobre essa questão. Porém, bastam algumas observações profundas para que consigamos ver a natureza da realidade operando. Não acredita? Então iremos fazer uma prática neste texto. Observar mais a fundo a realidade.
Primeiro: nada é permanente. As coisas se modificam e mudam o tempo todo. O Universo está sempre em movimento. Essa falta de compreensão das coisas é que gera sofrimento em nossa vida. Acreditamos que haverá um lugar permanente que nos trará a felicidade. Seja isso um trabalho, uma nova casa, um novo relacionamento etc. Tudo isso é transitório e não estático. Todas as coisas passam e quando perdemos essas coisas isso nos gera sofrimento. Basta olhar ao redor e ver o que mudou nos seus últimos anos. Todas as coisas possuem um tempo de manifestação e cessação. Sofremos porque achamos que tudo dura para sempre. Nem o sofrimento nem a alegria duram para sempre, por isso devemos aproveitar ao máximo cada momento com quem amamos e fazer com que cada segundo nosso neste planeta tenha significado. Esse significado não vem com a escolha de um lugar ideal, mas sim com o entendimento de que o lugar que você está agora é o local em que você pode fazer a diferença. Precisamos estar com a mente e o coração no aqui e no agora.
Segundo: estamos sempre em conexão com o mundo e com as pessoas. Por mais que pensemos que somos seres individuais e isolados, isso não passa de um engano. Estamos em contato com o ar, com as águas e com todo o meio ambiente. Se formos retirados do meio, morreremos rapidamente. Não podemos sobreviver sem a água, sem o ar, sem os seres que habitam nosso organismo, sem as árvores e as plantas que nos sustentam. Estamos a todo tempo conectados com a natureza.
Da mesma forma é o contato que temos com o outro. A conexão com as pessoas se dá em vários níveis. Desde emocional até mesmo social. É só olharmos o quanto as ações de outras pessoas mexem com a nossa vida. Desde ações políticas até sociais. Quando um ser age no mundo, isso afeta o planeta, que por sua vez nos afeta. Essa conexão só mostra o quanto estamos ligados e precisamos sair dessa visão centralizada e equivocada de que existimos independentemente dos outros.
Terceira: quanto mais fixarmos nossa mente no autocentramento, mais sofreremos. A mente que se fixa na visão centralizada em apenas suas necessidades sofre inevitavelmente. Isso se dá porque ela rompe com a realidade da natureza, que é essa conexão profunda. A pessoa crê que precisa se defender e cuidar somente do “eu”. Mas esse “eu” passa a considerar que todas as coisas são permanentes e que a felicidade existe em algum lugar. Mas em todos os lugares há a insatisfatoriedade. Porque se chegarmos a um lugar que acreditamos ser nossa felicidade, estaremos depositando nossa expectativa nas coisas e nas situações. As coisas e as situações são transitórias e estão sempre em movimento. Quando as causas e as condições mudam, sofremos pela mudança, por não entender que o movimento faz parte do Universo.
O inverso também é verdadeiro. Quanto mais ampliarmos nossa visão para a conexão com o mundo e com os outros, mais entenderemos que o mundo é essa conexão infinita com as coisas e que somos maiores do que apenas o “eu”. Somos grandiosos e essa visão acaba com a segregação e com a destruição do meio, pois como podemos destruir aquilo que nós somos?
Dê-se a possibilidade de ampliar sua visão e de ver que a felicidade habita na compreensão de que não somos apenas uma pessoa em um mundo estranho. Somos o mundo, somos esse ser na conexão com o outro. Veja essa beleza, não somos apenas o “eu”, mas sim o todo. Essa é a nossa realidade.
Leia também: Como criar sua própria realidade?
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