Estava com insônia e quando estou assim me vem várias ideias boas que eu anoto em um papel para não perder (mais) horas de sono. E comecei a pensar na questão do controle e em como eu mudei nisso.
Eu sempre fui bem controladora. Não com pessoas, mas com situações da minha vida. Sei onde está tudo em casa, sou hiper organizada (mas sei que sou assim para organizar o meu caos interior). Sei os horários de tudo, a história de cada cliente de cabeça, tenho uma boa memória e sou bastante focada. Mas senti que estava estagnada na minha profissão e não conseguia entender o porquê. Até que as coisas mudaram.
De repente as coisas começaram a tomar um vulto. O número de clientes da clínica aumentou, não me deixando mais espaço nem para um lanchinho entre um e outro. Os textos começaram a aparecer em várias mídias diferentes e, comecei a receber um número muito maior de e-mails. Convites de palestras e workshops pipocando, uma agenda que mais parece uma loucura. Enfim, cheguei onde eu queria desde o começo. Sempre quis ser reconhecida pelo meu trabalho e sempre fui focada, determinada para isso. Adoro poder ajudar as pessoas, saber que todo mundo pode ter uma nova chance se der isso a si mesmo, e amo participar do processo todo. São meus clientes amigos, e não só pessoas que me ajudam a pagar o aluguel.
Enfim, mas notei uma coisa. Estou deixando acontecer. Antes eu tinha um medo que só entendi agora, que me deixei fluir. Tinha medo da coisa ficar tão grande que eu não desse mais conta. Tinha medo de perder a qualidade dos meus atendimentos. Tinha medo de deixar tantas tartarugas fugirem que o IBAMA viesse atrás de mim. Mas, quando eu tinha esse medo, eu estabelecia um teto para mim mesma. Um limite que eu mesma, muito doido, não deixava passar.
O Universo é assim: Ele faz o que você quer. Se você quer manter o controle minucioso sobre tudo, ele te deixa lá. Mas controle não é tudo. Aliás, controle só atrasa as coisas. O legal é ter poder, sem necessariamente ter controle.
Por poder, quero dizer o poder pessoal (e não o poder de ser Presidente da República). Poder é manter tudo ali, funcionando. Saber delegar, saber receber ajuda, saber abrir mão de coisas que não façam mais sentido. Pense nos grandes executivos. Eles têm poder, mas não tem controle. Um cara que tem quatro fábricas espalhadas pelo mundo sabe o que acontece em cada uma, por cima. Ele tem o poder, o gerenciamento total daquilo, mas não controla cada uma das fábricas. Se ele for a cada fábrica para ver se está faltando ou não papel higiênico, não faz mais nada.
Então, tem um momento, se você quer alçar novos voos, em que você precisa abrir mão. Abrir mão até do que é bom naquilo. Ninguém nunca vai limpar a sua casa tão bem quanto você, mas vale a pena perder horas escrevendo ou trabalhando nos seus projetos ou até mesmo passeando com as crianças para isso? Alguém sabe fazer aquilo e precisa do emprego, então por que não? Nunca será do seu jeito e isso você vai precisar mudar dentro de si, com o seu poder pessoal. Ter poder é ter harmonia e equilíbrio na vida. Não adianta passar 12 horas trabalhando e acabar com o seu corpo físico para isso. Assim como não funciona sentar no sofá e esperar que a vida opere um milagre e faça as coisas se resolverem sozinhas.
A vida precisa de nós para fluir. Se você é gari, seja o melhor gari da sua região. Se você é banqueiro, seja o melhor banqueiro que o País já viu, mas não abra mão do seu poder pessoal. Só você pode saber o que é melhor para você, em que momentos. Seja muito fiel a isso e, se precisar, abra um pouco mão do seu controle absoluto. Tenho certeza de que as coisas fluirão para você também.
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