Eu vivi uma experiência nos últimos dias que me trouxe uma reflexão muito importante. E gostaria de dividir com vocês. Quem me conhece, sabe que tenho uma tartaruga e eu o chamo de “Tonho”. Pois bem, recentemente comprei uma piscina nova para ele, e estava em uma expectativa grande pela mudança, parece até que era eu quem ia nadar nela. Quando finalmente a piscina chegou, comecei a executar o planejamento que tinha feito. Tonho sempre ficou na parte de trás da minha casa. E eu queria porque queria colocá-lo na área da frente. Na minha cabeça, ali seria melhor por “n” motivos. E como a piscina nova é de um material mais resistente, sobreviveria ao atrito com as pedras do piso.
Então, fiz o manejo, coloquei a piscina nova azul marinho dele (tirei várias fotos e fiz vários vídeos com ele nadando) na parte da frente acreditando piamente que o melhor imaginado se concretizaria. Mas à medida que o tempo foi passando (horas), eu comecei a ver que eu estava enganado. O Sol da frente é o da tarde, a água esquentou mais do que deveria. Tonho estava inseguro, não queria tomar Sol em cima das pedras e eu também estava me sentindo inseguro em deixá-lo lá, pelo fato de que estaria mais visível para possíveis predadores, já que moro em frente a uma área verde. Corujas e gaviões poderiam estar de olho nele.
Conclusão: Aquilo que eu passei meses pensando que seria o melhor desabou sobre minha cabeça. Mas o que eu queria compartilhar mesmo é o aprendizado que tive. Eu extraí duas grandes lições do ocorrido. A primeira, o que você sente vontade de fazer, faça. Não fique no “acho que isso seria bom”. Não é justo com a gente ficar pensando que se fizesse tal coisa e se tentasse tal experiência, poderia resultar em “x”, “y” ou “z”. A verdade é que nunca sabemos que resultado terá até fazermos. Portanto, sem essa de se arrepender pelo que não fez. A vida é feita de tentativas, é melhor a frustração por algo que você tentou, mas não gerou aquele resultado esperado, do que a frustração de lamentar por não ter tentado e viver naquele famoso questionamento sem resposta... O que teria acontecido se eu tivesse tentado? Se quer experimentar algo, experimente. Avalie os riscos (sempre) e parta para a ação. E então, com base no que realmente acontecer, tire conclusões justas e sólidas.
Segunda coisa, por causa da expectativa por algo que achamos ser o melhor, podemos perder a capacidade de perceber o quanto a realidade do momento é especial e tem seus pontos fortes. Por achar que o Tonho se sentiria melhor na parte da frente de casa e nutrir isso, essa expectativa me impediu de ver que onde ele estava já era o melhor lugar. Meu pequeno quelônio se sente bem no quintal de trás, se adaptou lá. Toma o Sol que é melhor para ele, o da manhã, fica perto dos meus cachorros (eles têm uma boa relação) e se sente mais seguro e longe dos barulhos excessivos da rua.
E eu te pergunto: Será que suas expectativas por um futuro determinado não estão tirando a sua percepção do hoje e do quanto a sua realidade atual é boa? Não escrevo isso para a gente deixar de experimentar o novo e tentar algo diferente, claro que não! Vamos tentar sim, mas medindo a nossa expectativa sobre algo, porque pode ser que ele definitivamente não seja tudo aquilo que achávamos que seria. E aí, você banca isso?
Quando trabalhamos previamente as nossas expectativas, bancamos mais facilmente resultados inesperados. No meu caso, tive uma decepção com o que idealizei para o Tonho. Mas que bom que foi com algo simples e que estava sob o meu controle. E nem sempre as coisas estão sob o nosso controle de mudar. Nem sempre podemos voltar atrás. Portanto, ouse, tente, dê-se a oportunidade. Mas, por favor, controle suas expectativas. Use o bom senso para avaliar cada escolha ao máximo que puder e avaliar também as consequências.
E fazendo isso, haja o que houver e dê no que der, estaremos mais com pé no chão para bancar quaisquer que sejam os resultados. Ao mesmo tempo, quanto menos expectativas nutrimos acerca de algo desejado, mais ficamos presentes para perceber o que existe de bom na realidade atual, permitindo-nos sonhar, agir, mover-nos sem deixar de apreciar e validar o que acontece agora.
Que o Amor nos cure!
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