Freud fala sobre “o umbigo do sonho: “... existe pelo menos um ponto em todo o sonho no qual ele é insondável – um umbigo, por assim dizer, que é seu ponto de contato com o desconhecido” (1). E diz mais, “...é em um certo lugar em que essa malha é particularmente fechada que o desejo onírico se desenvolve, como um cogumelo de seu micélio. O obscuro do sonho a ser deixado sem interpretação é o que move o desejo” (2).
O sonho é sem dúvida, um dos “buracos negros” da ignorância humana, ou seja, o desconhecido que nos leva a uma busca do insondável e ao universo do desconhecido, que podemos chamar de desejo.
Existe para Freud certo enigma quanto aos sonhos, pois como citou acima: “o obscuro do sonho a ser deixado
sem interpretação é o que move o desejo”. Mover o desejo é algo que transcende a sabedoria humana, pois sabemos que nós humanos temos necessidades básicas que são as buscas para suprir a nossa sobrevivência e, que temos desejos, ou seja, as formas que cada um usa para suprir as necessidades básicas. Porém, como se move o desejo?
O desejo é basicamente aquilo que nós tentamos fazer e não conseguimos durante o dia e até mesmo durante nossas vidas, mas para cumprir esse “tentar” nós chegamos de forma racional a traçar objetivos e planejamentos, mas quando falham os dois (objetivos e planejamentos), nosso inconsciente entra em ação e aciona o “mover dos desejos”, ou seja, o próprio sonho. Sendo assim, quando vamos dormir essas “falhas” de objetivos e planejamentos do dia anterior ou da vida passada se manifesta através dos sonhos e, é aí onde o falar sobre o sonhos pode influenciar nossas vidas para o presente e para o futuro.
Creio que quando falamos sobre nossos sonhos com nós mesmos e com alguém (que seja de muita confiança), po?demos responder nossas perguntas primárias acima: Não, jamais interpretaremos tudo de um sonho. Sim, somente o fato de falar o sonho ou sobre o sonho é uma interpretação.
Sonhar é um direito do ser humano. Contar e interpretar os sonhos é querer entender sobre desejos.
Confira também: