Yemanjá ou Yemojá: Conheça a Rainha do Mar

Yemanjá ou Iemanjá no Brasil, e Yemojá nas regiões africanas, esse orixá é um dos mais conhecidos e cultuados nas religiões de linhagem africana, tendo até mesmo celebrações e feriados em sua homenagem. Seu dia é comemorado em 2 de fevereiro anualmente.

A divindade da fertilidade e dos pescadores é originária do povo Egba. No Brasil ela é muito celebrada com festas públicas e sua profunda influência na cultura popular trouxe músicas, literatura e também influências em religiões. Além disso, nas regiões do Nordeste brasileiro, Yemanjá também é conhecida como Dona Janaína, sereia dos mares nordestinos.

Filhos de Iemanjá

História de Yemanjá

Contam as lendas que Yemanjá é filha de Olokum, o deus soberano dos mares, que deu a ela, enquanto ainda era criança, uma poção que a ajudaria a fugir de todos os perigos que aparecessem ao longo de sua vida.

Yemanjá cresceu, casou-se com Oduduá, e com ele teve dez filhos Orixás, por esse motivo a deusa é conhecida como mãe de todos os Orixás.

Devido ao nascimento dos dez filhos e à necessidade de amamentar todos eles, os seios de Yemanjá tornaram-se fartos, o que a levou a sentir muita vergonha de seu corpo.

Infeliz com o casamento, Yemanjá decidiu abandonar Oduduá e seguir em busca da sua própria felicidade e durante essa trajetória apaixonou-se pelo rei Okerê. Porém, para aceitar casar-se com ele, a deusa exigiu que seus seios grandes jamais fossem motivo de chacota, condição que foi aceita imediatamente pelo rei.

Porém, certo dia o rei Okerê bebeu demais e zombou dos seios de Yemanjá. Arrasada com a humilhação, ela fugiu e o rei começou a persegui-la para pedir desculpas, porém não havia mais volta para a Rainha dos Mares. Assim, Yemanjá tomou a poção que ganhou do seu pai na infância e transformou-se em um rio que encontrava o mar.

Com medo de perder a esposa, Okerê se transformou em uma montanha a fim de impedir o rio de chegar ao mar. Com isso, Yemanjá pediu ajuda ao filho Xangô, que lançou um raio, partindo a montanha ao meio, e permitindo assim que a água seguisse seu caminho. Foi assim que a deusa encontrou o oceano e tornou-se a Rainha dos Mares.

Qualidades de Yemanjá

A Rainha dos Mares possui muitas características particulares e únicas.

Yemanjá, originalmente, é representada por uma mulher negra de seios fartos. Porém, sua imagem foi se transformando com o sincretismo religioso, o que a tornou uma figura mais “pura”, de uma mulher de pele mais clara com cabelos longos e seios menores, que vemos frequentemente em fotos de Yemanjá. Entretanto, seu semblante calmo, porém decidido foi mantido.

Um fato interessante sobre esse Orixá é que ela está sempre de braços abertos para todos que a procuram com fé, sem julgar ou menosprezar os problemas de nenhum filho que vai ao seu encontro.

Além disso, ela também é a entidade da geração, ou seja, é ela que estimula a geração de crianças e auxilia na hora do nascimento para que os bebês saiam bem do útero de sua mãe. Ainda, Yemanjá também rege a criatividade, o desenvolvimento de ideias, o amor e o bem-estar.

Ela também é quem rege os lares e as famílias, portanto é o Orixá que chamamos quando queremos curar relações familiares e estreitar o laço entre as pessoas, até mesmo entre aqueles que não são do mesmo sangue.

Seu nome significa “mãe dos filhos-peixe” ou “mãe de todos os orixás” e seu dia de adoração é aos sábados.

Saudações a Yemanjá

Odoyá Yemanjá e Odociaba são saudações utilizadas para a Rainha.

Odoyá significa Mãe das Águas, enquanto Odociaba invoca a força poderosa das águas.

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Oferenda para Yemanjá

É importante que essas oferendas sejam orientadas por pessoas responsáveis da Umbanda ou do Candomblé, pois a entidade precisa ser respeitada e as oferendas a ela devem ser guiadas por pessoas que conhecem, estudam e praticam há anos dentro dessas religiões.

Entre as oferendas que podem ser destinadas a Yemanjá, estão a Canjica Branca, a Canjica Cozida, o Manjar do Céu, o Sagu de Leite de Coco ou o Peixe de Yemanjá.

Oração a Yemanjá

“Doce, meiga e querida Mãe Yemanjá. Vós permitiste que no seio de vossa morada se formassem as primitivas formas de vida, que foram o berço de toda a criação, de toda a natureza e de toda a humanidade, aceitai nossas preces de reconhecimento e amor. 

Que os lampejos que emanam de vosso diáfano manto de estrelas venham, como benéficas vibrações espirituais, aliviar os males, curar os doentes, apaziguar os nossos irmãos revoltados, consolar os corações aflitos. Que as flores e oferendas que depositamos em vosso tapete sagrado sejam por vós aceitas e quando entrarmos nas águas para vos ofertá-las sejam as ondas do mar portadoras de vossos fluidos divinos. Fazei, Senhora Rainha das Águas, com que a espuma das ondas em sua alvura imaculada traga-nos a presença de Oxalá, limpe os nossos corações de todas as maldades e malquerenças.

Que os nossos corpos, tocados por vossas águas sagradas, libertem-se em cada onda que passa de todos os males materiais e espirituais.

Que a primeira onda a nos tocar afaste de nossa mente todos os eventuais desejos de vingança; que a segunda lave nosso coração e nosso espírito para que não nos atinjam as infâmias e as malquerenças de nossos desafetos; que a terceira onda afaste a vaidade de nosso coração; que a quarta lave nosso corpo de todos os males e doenças físicas para que, sadios, possamos prosseguir; que a quinta onda afaste de nossa mente a ganância e a cobiça; que a cesta onda venha carregada de flores e que nosso maior desejo seja o de cultivar o amor fraternal que deve existir entre todos os homens; e que ao passar a sétima onda, nós, puros e limpos de mente, corpo e alma, possamos ver, ainda que apenas por alguns segundos, o esplendor de vossa radiosa imagem. É o que humildemente vos suplicam seus filhos.”


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