Quíron na Casa 1: existência e dúvidas

Quíron é um elemento que fala de nossas feridas emocionais e vulnerabilidades mais intrínsecas. Ao interagir com signos e casas, ele revela as fragilidades psíquicas associadas às áreas regidas por cada um deles, mas também ajuda a identificar oportunidades de cura e aprendizado. Neste artigo, nosso foco é Quíron na Casa 1.

A Casa 1 é o lar do nosso interior, é onde habita nosso Ascendente. Quando se associa a Quíron, revela uma experiência de sofrimento e cura no processo de construção do nosso “eu”, da nossa autonomia e autoconfiança. E essa é uma configuração de extrema importância porque nos permite entender aspectos doloridos de nossa personalidade.

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Aqui você vai conhecer a história de Quíron, o curador ferido, bem como descobrir os principais temas da primeira casa, além de entender melhor como se dá essa relação e qual é a melhor forma de assimilar seus efeitos, para uma vida mais plena. Boa leitura!

Quíron no Mapa Astral

Mulher sentada na cama e chorando

No Mapa Astral, Quíron simboliza o “ferimento que cura”, representando nossas fragilidades mais significativas, as experiências de dor e sofrimento e feridas emocionais que moldam quem somos e a nossa jornada espiritual e evolutiva.

No nosso Mapa Astral, ele aponta onde residem essas feridas, trazendo também um caminho de busca pela cura, impulsionando um processo de transformação pessoal, crescimento e autoconhecimento.

Entenda com profundidade o que Quíron representa no Mapa Astral

Quíron não coloca a dor em nossas vidas, ele apenas revela aquelas que carregamos ao longo de nossa vivência, aquelas que precisam cicatrizar e que devemos enfrentar, para que possamos equilibrar as nossas emoções e nossa saúde mental e física.

As dores associadas a esse elemento variam, a depender do signo e da casa em que ele se posiciona em nosso Mapa. Entre as mais comuns, podemos destacar as feridas espirituais, as feridas de vidas passadas (que “herdamos” das nossas outras vivências), as feridas físicas e as feridas emocionais e psicológicas.

Por ser o curador ferido, Quíron nos proporciona a chance de resolver nossas angústias por meio da tomada de consciência delas quando nos propomos a ajudar outras pessoas a superarem as mesmas dores, pois assim estamos também encontrando um caminho para nossa própria cura.

O conto de Quíron

Na mitologia grega, Quíron era um centauro (criatura híbrida, com cabeça, braços e peitoral humanos e corpo de cavalo). Filho de Filira e do deus Cronos, resultado de um adultério, foi abandonado por sua mãe na base do Monte Pélion (onde viviam os grandes mestres gregos).

Foi encontrado e adotado pelo deus Apolo, que lhe muniu de todos os conhecimentos em artes, filosofia, ciência, profecia, habilidades de caça, medicina e terapias curativas. Reverenciado como tutor e professor, teve vários discípulos importantes, entre eles Esculápio, Ajax, Teseu, Jasão e Héracles.

A sua associação com a experiência da dor incurável e da renúncia vem do episódio em que é acidentalmente atingido por uma flecha envenenada de Apolo. Como não podia morrer, foi obrigado a conviver com o sofrimento, já que o veneno não tinha cura.

Em busca de alívio para a dor, Quíron lançou mão de vários artifícios alquímicos, o que lhe deu a fama de padroeiro da Medicina. Até que um dia, por meio de um acordo com Zeus, ofereceu a sua imortalidade a Prometeu – que havia sido condenado ao sofrimento eterno.

Assim, finalmente livrou-se da dor e permitiu que Prometeu fosse libertado de seu castigo. E Zeus, então, colocou-o entre as estrelas como a constelação de Sagitário.

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Na Astronomia, Quíron é um corpo celeste descoberto em 1977 pelo astrônomo norte-americano Charles Thomas Kowal. Recebeu esse nome porque foi classificado como um centauro – nomenclatura dada aos pequenos corpos do Sistema Solar cuja órbita se localiza entre as órbitas dos planetas Júpiter e Netuno.

Quíron é o curador ferido porque promoveu a cura para muitas pessoas, mas não para si mesmo. É por isso que na Astrologia ele representa a ferida incurável que segue conosco, revelando a natureza da dor que nos aflige.

A Casa 1 na Astrologia

Essa é uma das quatro angulares – as mais poderosas e influentes em nosso Mapa. Conhecida como a Casa do Eu, rege temas como pessoalidade, intimidade, autoestima. Ela mostra como nos apresentamos ao mundo e somos percebidos pelos outros.

A casa 1 revela nosso temperamento, nossas atitudes e nossos mecanismos de defesa. Também dita a forma como moldamos nossa personalidade e damos nossos pontapés iniciais na vida.

Representa também nossa aparência, autoimagem, o corpo físico, nosso lugar de identidade, expressões corporais e o modo como nos percebemos. É o nosso cartão de visita.

Por tudo isso, é também onde se situa o Ascendente. Positivamente, ela nos coloca em experiências de iniciativa, vitalidade, energia e inspiração. Já em mau aspecto ou sob influências negativas, traz problemas de autoestima e autoafirmação, ansiedade e impulsividade, entre outros.

É aqui, por exemplo, que identificamos se somos impetuosos, vaidosos, teimosos ou pacientes; que descobrimos se temos uma aparência mais jovial ou sisuda; que são descritos nossos atributos físicos mais marcantes; que analisamos se somos bons líderes e se tomamos iniciativa; e por aí vai.

O que significa Quíron na Casa 1?

Agora que você já sabe quais áreas a Casa 1 rege, fica mais fácil compreender que questões Quíron traz para esse “palco” da vida de alguém. Ou seja: onde é que dói? Em que esferas o sofrimento afeta a pessoa que tem esse posicionamento?

Na Casa do Ego, o curandeiro ferido traz à tona a existência das dores adquiridas no processo de construção do eu e na estruturação da autoconfiança, provavelmente um fruto de bloqueios e tolhimentos na infância, revelando uma marca antiga da vida dessa pessoa.

O sofrimento abala sua luta por independência e sua capacidade de expressão, de ação e de relevância como indivíduo. Quíron desperta as fragilidades dela, sobretudo na autoimagem e na autoidentificação.

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Com isso, ela perde o empenho por agir em prol de si, pois sente que não é merecedora, e passa a se tratar com desamor, descaso, sendo inclusive cruéis consigo mesma. É uma configuração que inibe a sua autoexpressão e rebaixa a autoestima a um nível de autonegligência.

Porém o ponto de sacrifício e empatia aqui é direcionado aos outros. Dessa forma, ela passa a lutar para aplacar o sofrimento alheio, como uma tentativa de entender e superar as próprias angústias.

É aquele posicionamento que reflete muito o ditado “casa de ferreiro, espeto de pau”, já que quem nasce com ele tende a ser um ótimo conselheiro e orientador, mas não consegue aplicar a si o próprio conselho.

Mas, ainda que seja uma curadora para os outros, essa pessoa também pode trazer para os outros a crueldade que inflige a si própria. Com isso, há uma forte tendência a ferir os outros e permitir que os outros a firam.

Quais são os desafios desse posicionamento?

Mulher sentada em uma estrutura perto do mar

Como já vimos acima, há uma série de problemas trazidos por Quíron, já que ele é um indicador de nossas feridas abertas. No entanto, como um professor empático, justo e sábio (assim como seu representante mitológico), ele também nos oferece um caminho para curar nossas angústias.

Tendo como foco o olhar impiedoso sobre si mesma, essa pessoa deve aprender a se enxergar de forma mais empática e generosa, aceitando que as imperfeições fazem parte de quem somos, e é isso que nos torna perfeitos – e não é um clichê.

Saber enaltecer as próprias qualidades, receber elogios e buscar satisfação em ser quem é também são medidas que ajudam nessa missão. É um caminho longo, que requer disciplina, desconstrução de vários padrões e quebra de barreiras, mas vale muito a pena.

Como se trata de alguém que não suporta a solidão, é ideal é entender que momentos consigo mesma são vitais para autocura, pois a introspecção leva a uma análise profunda dos sentimentos, ajudando a digerir cada um deles.

E valorizar a solitude é um passo vital para aprender a conviver com os outros e apreciar a companhia de quem realmente importa, construindo, assim, uma relação saudável, respeitosa e honesta.

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Sobre aconselhar bem os outros, a dica é dar conselhos a si mesma, como se fosse uma outra pessoa. Entender que é alguém que também precisa de ajuda, que merece a chance de buscar uma cura, um remédio para as próprias dores.

Outra importante questão é encarar as feridas. Simplesmente porque elas EXISTEM. Não tem como esconder, fingir felicidade... somos feitos de situações boas e ruins. Sendo assim, é necessário entender que tudo se resolve no seu tempo.

Essa pessoa também precisa aprender a lidar com os traumas do passado. Quem não tem bagagem de vida é porque ainda não nasceu. Portanto todos temos histórias, traumas, dificuldades e gatilhos para resolver. Nesse caso, psicoterapia é essencial. Investir em bem-estar também – e vale aqui criar um hobby, praticar atividade física, meditar.

Quíron é o reflexo de nossas angústias, é a nossa ferida aberta pedindo para ser curada. Para isso, é preciso empatia, generosidade e o entendimento de que somos, sim, merecedores de uma oportunidade para aprendermos e evoluirmos.

Se você se identificou com este conteúdo, é provável que tenha a energia de Quíron no lar do seu Ascendente. Para descobrir se é verdade, faça aqui o seu Mapa Astral, que também vai trazer todos os outros posicionamentos, promovendo um entendimento completo sobre sua personalidade e inclinações de vida.

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