A chicória é uma dessas hortaliças que divide opiniões. Algumas pessoas a amam e outras a ignoram completamente, pois o sabor amargo das folhas não agrada a todos. Ela é também conhecida como chicória-comum, chicória-belga, chicória-francesa, chicória-do-café, almeirão, almeirão-selvagem, chicória-amarga, chicória-selvagem, endívia e escarola.
Outro nome da chicória é radicchio, sendo uma variedade com folhas crocantes usadas em saladas, comum na Itália e também conhecida no Brasil.
A chicória é uma planta conhecida no mundo todo. Tem o nome científico Cichorium intybus e pertence à família Asteraceae. Dependendo da variedade, apresenta flores em tons de azul e lilás, similares a gérberas e margaridas quanto ao tipo de pétalas. Pode crescer espontaneamente nos campos, assim como ser cultivada.
O que você encontrará neste artigo:
Então continue a leitura e descubra as propriedades, os benefícios para a saúde, as curiosidades e o significado desta planta cheia de qualidades.
O que é chicória?
A chicória (Cichorium intybus) faz parte da segunda maior família botânica com flores, que é a Asteraceae, a mesma das alfaces, das calêndulas e dos girassóis. É cultivada ao redor do mundo em regiões temperadas, subtropicais e tropicais. Cresce principalmente na Europa, no norte da África e na Ásia. No Brasil, a chicória é cultivada especialmente nas regiões Sul e Sudeste.
O nome da planta tem origem complexa, talvez derivado do termo egípcio “Kichorion”. No latim, "Cichorium" significa “campo” e "intybus" vem do grego “éntybon”, usado para designar uma hortaliça similar à chicória, agora conhecida como “erva scariola”.
A origem da chicória é controversa. Mas a informação mais aceita é que ela seja nativa da Europa, onde era considerada uma planta afrodisíaca, durante a Idade Média. Contudo há associações sobre ela na Bíblia e, historicamente, ela teria sido cultivada pelos antigos egípcios para fins medicinais. Há cerca de 4.000 anos a.C., os gregos e os romanos a consumiam como hortaliça.
A chicória (Cichorium intybus) é uma planta herbácea, perene, ramificada, de caule rígido e ereto, com cor que varia entre verde e castanho. Mede entre 30 e 110 cm de altura. Espalha-se por até 60 cm. Tem como partes consumidas as folhas, os talos jovens e as raízes.
As folhas são simples, lanceoladas, com margens denteadas, sendo que as superiores são bem pequenas e com dentes menores. Elas são finas, resistentes, flexíveis, lisas ou rugosas e medem de 5 a 18 cm de comprimento, tendo em média 6 cm de largura. São consumidas cruas, refogadas ou cozidas.
Embora algumas variedades não apresentem flores, a Cichorium intybus (silvestre) oferece inflorescências de cor azul-celeste, lilás, rosa ou branco, que ocorrem no verão e têm pétalas longas, que se abrem pela manhã e se fecham à tarde. Medem de 2 a 4 cm, não têm fragrância e atraem vários tipos de insetos, como abelhas, vespas, moscas e besouros. Cada uma delas é, por si só, um conjunto de flores que visualmente parecem pétalas. Ficam agrupadas em duas fileiras de brácteas (folhas da base) triangulares.
Os frutos da chicória são do tipo seco, sulcados e apresentam uma única semente, dispersa por meio do vento, de pássaros ou de outros animais que passam por perto.
A raiz é do tipo pivotante (uma central maior), tuberosa, robusta, de formato cônico e cor castanha. Pode substituir o café, embora não contenha cafeína, ou servir de forragem (alimento) para o gado.
Na década de 1970, descobriu-se que a raiz de Cichorium intybus contém até 40% de inulina, substância com ação importante sobre a glicose sanguínea e, portanto, adequada para diabéticos, sendo cultivada por alguns países em escala industrial, para a produção de medicamentos e produtos alimentícios.
Embora a folha de chicória tenha gosto amargo característico, ela é muito apreciada na culinária de diferentes nações. Além disso, tem um grande valor fitoquímico.
Propriedades da chicória
Conhecida há milhares de anos, a chicória é amplamente usada como alimento de humanos e de animais. Também tem uso medicamentoso, sendo mais raro o uso ornamental de suas flores. Ao longo do tempo, ela vem sendo estudada de modo que suas propriedades fitoquímicas sejam confirmadas e ela possa ter a aplicação de seus compostos ampliada.
No Brasil, há algumas variedades da planta presentes em todas as regiões, utilizadas principalmente na alimentação, na medicina popular e na produção de medicamentos industriais.
A chicória do Pará (Eryngium foetidum L.), por exemplo, também chamada de chicória do Amazonas, coentro bravo, coentro japonês, coentro africano e coentrão, além de ser empregada na culinária regional, para temperar pratos como pato no tucupi e tacacá, ainda é usada como anti-helmíntico, anticonvulsivante, analgésico, emenagoga (induz a menstruação), antibacteriana contra H. pylori e antimalárica.
Na medicina tradicional da região, a chicória do Pará é usada pelas populações ribeirinhas como antídoto para veneno de cobras, antitérmico e estimulante do parto, com relatos de parteiras sobre a eficácia do chá de raízes da planta. Contudo a indicação de facilitar os nascimentos exige mais estudos científicos.
O Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), inclusive, regulamentaram o uso da Cichorium intybus em chás produzidos a partir das folhas e dos caules.
Até o momento, é conhecido que a chicória (Cichorium intybus) contém importantes fitoquímicos, como lactonas sesquiterpênicas, flavonoides, como quercetina, apigenina e canferol, bem como glicosídeos. Também antocianinas, óleo essencial, iridóides, esteroides e ácidos fenólicos. Apresenta grandes quantidades de proteínas, vitaminas A, B e C, chicorina, mucilagens, taninos, fibras e minerais como cálcio, ferro, fósforo, magnésio e potássio, que beneficiam o organismo de diversas formas.
Mas a inulina que as raízes da chicória contêm a tornam funcional, uma vez que altera processos fisiológicos e bioquímicos, reduzindo o risco de doenças e ajudando a preservar a saúde.
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A chicória é uma planta que tem propriedades diurética, laxante, anti-inflamatória do sistema digestivo, hepatoprotetora, antioxidante e adstringente. Ajuda a despertar o apetite, sendo importante no tratamento de distúrbios alimentares como anorexia. Apesar disso, tem poucas calorias, sendo também apropriada nas dietas para perda e manutenção de massa corporal.
Por conter oligossacarídeos, a chicória tem ação probiótica, ou seja, ajuda a manter saudável a flora intestinal. Também auxilia no processo de recuperação em casos de anemia, por conter boa quantidade de ferro. Contribui para reduzir sintomas do reumatismo e ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue.
Tipos de chicória
Como abordado anteriormente, a chicória é um nome popular, que inclusive designa plantas com características físicas diferentes, sendo passível de confusões. É como se estivéssemos tratando de alface-lisa, alface-crespa, alface-mimosa, alface-americana, porém com nomes específicos para a chicória, como endívia, almeirão, escarola e radicchio.
Então a chicória crespa e a folha de chicória vermelho-arroxeada podem ser referenciadas pelo mesmo termo popular, sendo variedades da planta. Para elucidar tal fato, é importante se ater ao nome científico Cichorium intybus, da família Asteraceae, assim como aos termos botânicos para cada variedade. Veja a seguir:
Cichorium endivia latifolium — É uma variedade cultivada, conhecida como escarola, também chamada de chicória-lisa, muito utilizada em saladas com outros vegetais, refogadas, em sopas e como recheio de tortas e massas.
Cichorium endivia crispum — É a endívia-frisada, variedade cultivada também chamada de chicória crespa e chicória-frisada, com folhas pontudas utilizadas cruas em saladas ou refogadas e cozidas, com sabor levemente amargo. Cresce em forma de roseta.
Cichorium intybus — É a espécie com flores azuladas, que cresce de forma selvagem na Europa e nos Estados Unidos, onde foi naturalizada. Recebe o nome de chicória-comum. Também é chamada de chicória-forrageira, pois intensifica as pastagens perenes para o gado. Pode ser cultivada em vasos, canteiros e jardins como planta ornamental.
Cichorium intybus intybus — É uma variedade cultivada, chamada de almeirão, também conhecida como chicória-amarga, normalmente com folhas utilizadas cruas em saladas.
Cichorium intybus foliosum — É a chicória-de-bruxelas, variedade também conhecida como endívia-belga e endívia-francesa, com folhas crocantes de cor verde-amarelado a creme, que ficam em cabeças compactas de 10 a 12 cm de comprimento. É cultivada em toda a Europa para a produção de brotos e obtenção de mudas.
Cichorium intybus radicchio di Chioggia, rosso di Treviso, rosso di Treviso tardivo e di Castelfranco — Chamadas de primas da chicória, são variedades cultivadas que apresentam a cor verde clara, rosa e roxa nas folhas, típicas das regiões da Itália que as nomeiam. A variedade rosa também é cultivada nos Estados Unidos. As folhas podem ir do sabor amargo-picante para o mais adocicado. Passam por um rigoroso processo de cultivo até chegarem à mesa do consumidor e às vezes são confundidas com repolho roxo.
Cichorium intybus sativum — Variedade cultivada no noroeste da Europa, na Índia, na África do Sul e no Chile, especialmente por causa das raízes, que são utilizadas na produção de substitutos do café, assim como para a extração de inulina, substância importante na indústria de medicamentos.
Cichorium endivia porphyreus — Também conhecida como chicória de folhas de açúcar e chicória pão-de-açúcar, essa variedade cultivada se assemelha com as folhas da alface, sendo verde por fora e amarela-pálida no interior. Tem acentuado sabor amargo.
Para que serve a chicória
Conhecida no mundo todo e adaptada aos usos e costumes de cada região, a chicória é empregada principalmente como alimento e na medicina popular.
Enquanto alimento e rica em nutrientes, a chicória pode ser utilizada em saladas, omeletes, sopas e preparações refogadas com ou sem carnes ou aves. Também como recheio de tortas, empadas, panquecas, pizzas e massas de macarrão.
Além de ter poucas calorias, a chicória causa a sensação de saciedade, embora desperte o apetite. Também ajuda na digestão, é diurética e pode auxiliar na desintoxicação do organismo.
A planta, por conter o probiótico inulina, também pode ser um alimento rico para animais como aves e porcos, sendo ingrediente de rações industriais, inclusive para cães e gatos. É forragem para o gado, sendo que na Nova Zelândia, a produção da planta serve para esta finalidade.
Quanto ao uso medicinal da chicória, ela é popularmente empregada para tratar problemas hepáticos, como laxante e como tônico depurativo do sangue. Também como hipoglicemiante e para fortalecer o sistema imunológico, reduzindo sintomas de enfermidades do sistema respiratório.
Ainda, a chicória tem fitoquímicos antitérmicos, sedativos e analgésicos. Facilita a circulação sanguínea, protege o sistema cardiovascular e funciona como antialérgico. Inclusive, no uso tópico, ajuda a tratar acne, eczema, verrugas, seborreia e inflamações do couro cabeludo, sendo cicatrizante para feridas e queimaduras.
Na utilização para fins ornamentais e paisagísticos, a chicória (Cichorium intybus) pode ser encontrada em jardins, canteiros e vasos. Em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, esta espécie é também uma planta silvestre considerada invasora, nascendo espontaneamente em campos, terrenos baldios e à beira de estradas.
Mas a chicória é também uma planta espiritual, que destaca a importância da espontaneidade e do amor altruísta, lembrando, por meio de suas flores celestes, a importância de se conectar ao divino. Ao mesmo tempo, o amargor das folhas promove a reflexão sobre o fato de que a existência é um constante aprendizado e que nem todas as situações são prazerosas e doces, mas que as adversidades e as passagens amargas são importantes para a evolução.
Alguns místicos acreditam que ela tenha o poder de atrair pessoas influentes, abrir portas e remover obstáculos e que as raízes ajudam a esquecer ou se afastar de um amor antigo, assim como a proteger do mau-olhado.
Qual é o significado da chicória
Além da utilidade alimentícia, medicinal e ornamental, as plantas têm energia e produzem sensações e estados emocionais. Por meio delas, conseguimos encontrar paz, alegria, equilíbrio e amor. Inclusive, elas podem revelar atributos da personalidade das pessoas, a partir das características físicas que têm e por meio do significado cultural atribuído a elas ao longo do tempo.
Assim, elas oferecem referências para o autoconhecimento de cada pessoa, destacando aspectos que devem ser mantidos e outros que precisam ser desenvolvidos na jornada de evolução individual.
No caso das flores da chicória, por exemplo, elas dizem respeito a uma personalidade dinâmica e, ao mesmo tempo, sensível e confiável, com habilidade para servir aos demais de modo desinteressado e altruísta, com amor incondicional. Eventualmente, pode se tornar carente emocionalmente e cobrar afeto, intervindo nos sentimentos e nas atitudes daqueles que lhe são próximos.
A chicória pode revelar uma pessoa amarga, possessiva e ciumenta, que exige constante atenção e que se magoa com facilidade. Ao mesmo tempo, a planta representa um caminho para quem precisa sair da situação de desequilíbrio, principalmente quando as flores celestes são observadas em toda a sua delicadeza e simplicidade, porém mostrando grande força e intensidade.
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As flores da chicória são capazes de despertar tranquilidade e alegria, além de terem uma cor rara na natureza. Também favorecem a reflexão e os processos meditativos. Estimulam a aproveitar os recursos que a vida oferece de modo simples e natural.
Ainda dizem respeito a buscar vibrações positivas e relações construtivas. Favorecem um olhar para as emoções, para os sentimentos e para as fragilidades que precisam ser tratadas para que se transformem em forças. Aliás, a planta revela alguém que tem muitas possibilidades de se superar e prosperar.
A chicória na espiritualidade
Conforme o tópico anterior, as plantas têm energia e revelam aspectos da personalidade das pessoas, assim como emanam vibrações capazes de influenciar estados psicológicos como alegria, afetividade e serenidade, inclusive conectando cada um ao próprio universo interior e à espiritualidade, além de oferecer beleza e cor.
Nesse sentido, o significado da chicória na espiritualidade se relaciona com o desenvolvimento de atitudes para evoluir na jornada da vida, confiando que as adversidades podem ser superadas, tornando-se pontos de força. Assim, a planta amplia ainda mais sua utilidade para a saúde do corpo e da mente, chegando ao espírito.
Inclusive, é possível notar alguns benefícios da chicória na espiritualidade. Entenda a seguir:
1 — Desperta para a fé na Providência Divina. A planta é mencionada como uma das seis ervas amargas da Bíblia. Ainda que o nome não seja explícito, acredita-se que a chicória seja a erva “amiga do fígado”, usada pelos egípcios como medicamento e pelos hebreus como alimento simbólico na Páscoa.
2 — Inspira a perseverança e a esperança diante das adversidades, atitudes que levam à superação e ao progresso. A chicória tanto nasce e cresce espontaneamente quanto por intermédio de cultivo, resistindo a condições climáticas variadas.
3 — Estimula a superar as situações amargas da vida com a certeza de que tudo pode ser útil e positivo para o desenvolvimento.
4 — Revela a importância da conexão com a sabedoria ancestral, oferecendo como exemplo sua raiz profunda e exuberante. Ao mesmo tempo, favorece a ligação com algo superior ou divino, uma vez que suas flores têm cor celestial.
5 — Encoraja a compreender que a vida é um ciclo e que há um tempo adequado para tudo. As flores se abrem durante o dia e se fecham antes do pôr-do-sol, repetindo esse movimento até o fim da floração.
6 — Mostra a importância de voltar-se para si e buscar as próprias resistências como meio de preservação da vida, tendo como exemplo as flores que se fecham sob temperaturas muito elevadas como forma de proteção.
7 — Proporciona reflexão, conexão interior e tranquilidade, especialmente devido à cor suave das flores em tons de azul-claro e lilás.
8 — Influencia a perceber a beleza da Criação na natureza, que, em perfeita harmonia, mostra que há interrelação entre todos os seres vivos. Também desperta a compreensão de si como parte de um todo.
9 — Impulsiona a ampliar os horizontes, pois, tendo diferentes variedades, a chicória está presente em praticamente todas as partes do globo terrestre.
A chicória na saúde
Da mesma forma que são muitos os benefícios da chicória na espiritualidade, que a tornam significativa para favorecer a ligação de uma pessoa com seus sentimentos, suas crenças e seus valores, a planta tem uma utilidade indiscutível para a saúde humana, conhecida há milhares de anos.
Ao longo do tempo, o significado da chicória na saúde vem se ampliando, quer pelo uso na terapêutica popular e na alimentação, quanto na indústria, o que contribui para que esta planta tenha muitas pesquisas conduzidas por grandes centros acadêmicos e científicos ao redor do mundo.
É conhecido que há muitos e importantes benefícios da chicória na saúde de pessoas e de animais, que dizem respeito tanto a prevenir doenças e promover bem-estar quanto a tratar enfermidades já instaladas. Esta é uma planta que se mostra viável para gerar equilíbrio físico, mental e espiritual, sendo um recurso importante nos dias atuais e para o futuro. Assim, conheça alguns desses benefícios na sequência da leitura:
1 — Fortalece o sistema imunológico, porque contém mais de 30 compostos antioxidantes, que combatem agentes nocivos e protegem as células contra o estresse metabólico. É fonte de vitamina A, que tonifica o organismo e protege a saúde dos olhos, da pele e das mucosas.
2 — Previne o envelhecimento da pele, pois é antioxidante e preserva os tecidos dos danos causados por radicais livres.
3 — Alivia problemas da pele como acne e outros, assim como os relativos ao couro cabeludo, pois tem b-sitosterol, um fitoquímico com ação anti-inflamatória, cicatrizante e antioxidante, além de vitamina A e C.
4 — Apoia o sistema digestivo, estimulando a secreção de sucos gástricos, facilitando a digestão e aliviando o excesso de gases, especialmente porque tem fibras, que aumentam a quantidade de água nas fezes, o que favorece a eliminação de toxinas.
5 — Demonstra atividade gastroprotetora, sendo antiulcerogênica, com eficácia de 95%, comprovada por testes realizados em laboratório.
6 — Combate a obstipação intestinal, principalmente por conter inulina, que aumenta a frequência dos movimentos intestinais, ajudando a aliviar o incômodo.
7 — Tem ação anti-helmíntica quanto a vermes pulmonares e nematoides gastrintestinais, observada em alguns animais de pasto, pois os extratos da planta são ricos em taninos e lactona sesquiterpeno.
8 — Ativa o esvaziamento da vesícula biliar de maneira lenta, estimulando a produção de bile pelo fígado e favorecendo o fluxo de tal fluido para o duodeno, contribuindo para a saúde do fígado, dos rins e do intestino.
9 — Favorece as funções do fígado, melhorando os processos depurativos e contribuindo para a desintoxicação do organismo. Tem compostos fenólicos e a capacidade de inibir danos causados por radicais livres.
10 — Estimula a função renal, pois tem ação diurética, que ajuda a eliminar substâncias residuais.
11 — Protege o sistema cardiovascular, reduzindo os níveis de colesterol no sangue. Reduz a pressão arterial, prevenindo lesões vasculares e contribuindo para a não ocorrência de infartos e acidentes vasculares cerebrais, sendo uma fonte de potássio e ferro.
12 — Ajuda a relaxar e tem efeito sedativo, sendo que o chá feito a partir das folhas pode aliviar o estresse e a ansiedade. Combate a insônia e apoia a saúde mental, tem tem vitaminas do complexo B e C e minerais como cálcio, magnésio e manganês.
13 — Facilita o combate a infecções, pois tem ação antimicrobiana contra Staphylococcus aureus, Candida albicans e Escherichia coli. Também atua contra Bacillus subtilis, Micrococcus luteus e combate alguns fungos, pois tem guaianolides, sesquiterpenóide cichoralexina e frutooligossacarídeos.
14 — Contribui para reduzir a febre, pois tem ação antipirética e anti-inflamatória, uma vez que tem flavonoides.
15 — Promove a perda de peso, pois contém fibras, que trazem a sensação de saciedade, causando a ingestão de uma menor quantidade de alimentos em cada refeição. Também porque tem ação antioxidante, anti-inflamatória e compostos como o ácido ursólico, que estimulam a quebra de gordura corporal, além de beta-sisterol que auxilia na redução dos índices glicêmicos no sangue.
16 — Combate a anemia, pois contém vitaminas do complexo B, como os folatos (B9), importantes durante a gestação e na fabricação de DNA e RNA.
17 — Proporciona energia ao organismo, principalmente porque contém vitamina B5 (ácido pantotênico), importante na produção de ácidos graxos e de hormônios esteroides, que combatem o cansaço, a fraqueza e infecções do sistema respiratório.
18 — Favorece a formação de hemácias e o funcionamento da glândula tireóide, pois é fonte de vitamina B2 (riboflavina).
19 — Age nos processos de coagulação sanguínea, pois tem vitamina K e ainda apoia a saúde óssea, sendo importante na prevenção e no tratamento da osteopenia e da osteoporose.
20 — Ajuda a prevenir alguns tipos de câncer, uma vez que tem carotenoides com ação antioxidante, que previnem a neurodegeneração e inibe a formação de células cancerígenas.
21 — Tem ação antimalárica, especialmente observada pela lactucina e lactupicrina, que inibem a cepa Hondura-1 de Plasmodium falciparum.
22 — Combate o diabetes, uma vez que contém ácido cafeico, ácido clorogênico e ácido chicórico, que, além de serem agentes antidiabéticos, aumentam a captação de glicose nas células musculares e estimulam a secreção de insulina.
23 — Tem efeito analgésico, uma vez que tem fitoquímicos como lactucina, lactupicrina e dihidro-lactucina, que causam tal efeito.
24 — Na ração de cães e gatos, por conter inulina, ajuda a equilibrar a composição de bactérias do intestino, estimulando o crescimento daquelas que são benéficas e inibindo a multiplicação das que são prejudiciais.
Chicória onde e como usar
A chicória apresenta benefícios comprovados pela terapêutica popular de milhares de anos, assim como por estudos científicos. Sua utilização vem se aperfeiçoando ao longo do tempo, a partir das descobertas dos bioquímicos que a compõem. Dessa forma, muito se pode obter desta planta simples e muito favorável à saúde de pessoas e animais.
Enquanto alimento, considerando as variedades, dessa planta é possível consumir as folhas, os talos, as raízes e as sementes. Talvez a melhor forma de comer chicória seja preparando as folhas cruas em saladas, inclusive com outras verduras.
Porém o sabor da chicória é amargo. Logo, para a maioria das pessoas não é agradável fazer uso das folhas e dos caules, principalmente crus. Contudo ele pode ser amenizado durante o processo de preparação. A higienização dessas partes com água morna elimina o amargor. O mesmo ocorre quando elas são deixadas por alguns minutos numa solução de três partes de água e uma de vinagre, com posterior enxague.
Outra estratégia é optar pelas folhas e pelos talos mais jovens. Cortar fininho também ajuda a criar uma sensação mais favorável ao paladar. E temperar com azeite, mostarda e mel proporciona um sabor atraente à chicória salada.
Como fazer chicória pode parecer complexo, contudo há várias preparações e receitas que podem incorporar as folhas e os talos da planta refogados ou salteados em manteiga, cebola, alho e condimentos. Assim, eles se tornam ingredientes de recheios de tortas, esfihas, pastéis, quiches, pizzas e molhos consistentes de macarrão.
Inclusive, a chicória refogada ou cozida tem o sabor amargo das folhas e dos talos bem suavizado, sendo uma excelente opção para adquirir o hábito de consumir essa hortaliça.
Ainda é possível utilizar as folhas e os talos para preparar sucos verdes, com ação detox. Neste caso, deve-se considerar 200 ml de água para cada folha de chicória higienizada, que deve ser liquidificada. A água pode ser substituída por suco de laranja. Para ficar mais saboroso, pode-se acrescentar dois morangos grandes, mel ou uma colher de chá de açúcar mascavo.
Considerando a finalidade terapêutica e a funcionalidade da chicória medicinal, é possível preparar chás obtidos por meio da infusão das folhas e das flores, ideais para aliviar a má digestão, para relaxar ou como diurético, além de outras finalidades. Neste caso, são suficientes uma folha e de três a quatro pétalas da flor cultivadas de modo orgânico para cada 250 ml de água filtrada fervente. Deixe descansar até amornar. Coe antes de ingerir e adoce a gosto.
O chá de chicória ainda pode ser feito por decocção da raiz, sendo próprio para estimular o bom funcionamento do fígado e do sistema digestivo, abrir o apetite, combater a anemia, baixar o diabetes e eliminar toxinas. Neste caso, um pedaço de aproximadamente 10 cm de raiz deve ser limpo, descascado, ralado e colocado para descansar da noite para o dia em um litro de água filtrada. Depois deve ser fervido na mesma água e ingerido na quantidade de meia xícara, de três a quatro vezes ao dia.
Esse mesmo chá ainda pode ser feito com a planta inteira (folhas, flor, raiz e hastes), desde que tenha sido cultivada de forma orgânica e colhida no momento da floração. Para meio litro de água são necessárias apenas 15 a 30 gramas da planta fresca. Leve ao fogo e deixe ferver por cerca de cinco minutos. Desligue, tampe o recipiente e mantenha em infusão até amornar.
As receitas com chicória para fins medicinais ainda incluem xarope, tinturas, tônicos capilares, loções adstringentes para a pele, emplastros feitos com as folhas maceradas e também café produzido a partir das raízes, sendo que este pode ser adquirido como produto importado. Também é possível utilizar o suco expectorante preparado a partir da raiz macerada da planta, que é ingerido puro às colheradas (até 4 por dia).
As sementes da chicória são utilizadas para a extração de óleo essencial, utilizado para várias finalidades na indústria farmacêutica, especialmente na produção de cremes para a pele e xampus.
Quanto ao uso ornamental, a planta pode ser cultivada em jardins, quintais, canteiros ou vasos, desde que tenham profundidade adequada. As flores são bonitas, delicadas e se destacam, mas não são próprias para corte e para compor arranjos florais.
Contraindicações e efeitos colaterais da chicória
O conhecimento das propriedades, dos benefícios e dos usos de uma planta é fundamental para que se aproveite ao máximo o que ela pode oferecer. Mas é preciso considerar que as plantas possuem substâncias bioquímicas capazes de produzir muitos efeitos, entre eles os esperados e também os indesejados. Talvez isso justifique as contínuas investigações científicas sobre elas.
Em se tratando da chicória, algumas recomendações são feitas no sentido de se evitar efeitos colaterais que coloquem em risco a vida das pessoas que fazem uso dela e confiam que as plantas trazem mais benefícios do que danos. Veja:
1 — Mulheres gestantes não devem consumir chicória durante a gravidez, com objetivo de não potencializarem problemas durante o período, especialmente voltados à pressão arterial e à coagulação sanguínea, a menos que haja prescrição médica.
2 — Durante a lactação, a ingestão de chicória ou de qualquer produto derivado da planta deve ser feita somente mediante indicação médica.
3 — Pessoas que sofrem com hipoglicemia não devem consumir chicória de nenhuma variedade ou fazer uso de produtos que tenham como base extratos, tinturas ou outros componentes da planta, a menos que haja recomendação médica.
4 — Usuários de medicamentos anticoagulantes não devem consumir chicória, uma vez que ela contém vitamina K, que pode alterar o efeito de tais medicamentos. É necessário acompanhamento médico para identificação dos níveis de protrombina para ajuste das quantidades e da frequência de consumo da planta.
5 — Pessoas que tenham ciência de que tem cálculos renais devem consumir chicória esporadicamente, pois ela contém alto teor de oxalato, que contribui ainda mais para tal condição.
6 — O consumo de chicória deve ser moderado para pessoas com distúrbios como gastrite, azia e pressão arterial baixa, pois a planta tem fitonutrientes hipotensivos, diuréticos e estimulantes na formação de ácidos gástricos.
7 — Pessoas que sofrem de diabetes devem fazer uso das folhas preferencialmente logo após a colheita, uma vez que o armazenamento a frio pode causar uma elevada diminuição da glicose livre, aumentando a frutose, a sacarose e a hidrólise da inulina.
É contraindicado o consumo da chicória em excesso, uma vez que pode causar irritações na pele e disfunções no sistema digestivo. Da mesma forma, as pessoas que fazem uso de medicamentos contínuos, por exemplo para o sistema cardiovascular, devem consultar um médico para conhecer a frequência e as quantidades adequadas de consumo da planta.
Como plantar e cuidar da chicória
Apesar das contraindicações no consumo da chicória, reconhecidamente é uma planta que traz benefícios para a saúde física, mental e espiritual das pessoas, o que produz o interesse de cultivá-la em casa.
É importante saber que a chicória nasce e cresce no vaso, por meio do plantio com sementes que podem ser adquiridas facilmente em lojas de jardinagem. Veja como proceder neste tipo de cultivo:
1 — Adquira as sementes da espécie Cichorium intybus, caso queira a planta com flores. Considere que a semeadura deverá ocorrer no outono ou na primavera, sob temperaturas amenas.
2 — Escolha um vaso pequeno, pois inicialmente a chicória será semeada para formar uma pequena muda.
3 — Lembre-se de que a chicória precisa de solo fértil, bem drenado, com pH entre 6,0 e 6,8 e enriquecido com matéria orgânica.
4 — Coloque brita no fundo do vaso, que deve conter um furo, de modo a não acumular água.
5 — Encha o vaso com terra até cerca de 3 cm antes da borda e abra pequenas covas de 1 cm de profundidade e 5 cm de distância entre elas.
6 — Coloque de duas a três sementes em cada cova. Cubra com uma leve camada de terra ou com um pouco de areia. Regue, tomando o cuidado para não encharcar o solo.
7 — Mantenha o vaso em local arejado e com incidência de luz solar. Lembre-se de que, sob o sol direto e altas temperaturas, as folhas ficam mais amargas. Caso se queira o contrário, basta manter o vaso à sombra parcial. O ideal é que a temperatura esteja entre 14 e 18 graus Celsius. Quando acima de 25 graus, o desenvolvimento da planta é prejudicado.
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8 — Transplante a muda para um vaso médio ou grande assim que surgirem de 4 a 6 folhas, o que deve ocorrer entre quatro e cinco semanas. Retire a planta da terra com cuidado, mantendo os torrões. Prefira dias nublados ou o fim de tarde para realizar esse procedimento, principalmente se a temperatura estiver elevada ou se for um dia seco demais, pois nessas condições a muda pode morrer.
9 — Cuide para que o local definitivo tenha espaço suficiente para que a planta cresça horizontalmente. Mantenha o solo fofo e apenas úmido.
10 — Observe se as folhas estão sendo atacadas por pulgões, lesmas, caracóis ou lagartas. Caso isso ocorra, borrife por toda a planta uma solução feita com uma parte de água para uma de vinagre.
11 — Elimine ervas daninhas que possam vir a crescer no vaso, mantendo o solo livre e fortalecendo a chicória.
12 — Colha as folhas no verão ou cerca de 50 a 100 dias após a semeadura. Se desejar fazer uso de raízes, somente estarão adequadas no segundo ano de vida da planta. Lembre-se de que as folhas cortadas podem brotar e fornecer novas colheitas.
Mitos e verdades sobre a chicória
Há várias informações sobre as plantas que as pessoas vão conhecendo por meio da sabedoria popular e a partir das muitas pesquisas realizadas ao longo das épocas pelo meio científico. Porém há créditos a elas que são inconsistentes e que ocasionam equívocos, potencializando os riscos associados ao uso de fitoterápicos. Em relação à chicória não é diferente. Por isso conheça abaixo mitos e verdades sobre ela:
1 — Chicória e escarola é a mesma coisa: MITO
Do ponto de vista botânico, a escarola é uma variedade da chicória. Contudo as propriedades fitoquímicas são distintas, trazendo diferenças tanto na utilização medicamentosa quanto na alimentícia.
2 — Chicória com maná para o bebê é bom: VERDADE
Trata-se de um xarope que ajuda na eliminação de catarro por bebês e crianças que não conseguem eliminá-lo pelo nariz ou pela boca, sendo que a chicória, associada à maná, que também é uma planta medicinal, ajuda a expelir nas fezes. Também auxilia no tratamento da prisão de ventre.
3 — O xarope de chicória com maná não tem contraindicação: MITO
O produto comercial tem bula com indicações de uso. É natural, mas o médico pediatra deve ser consultado antes de oferecê-lo ao bebê, pois há registros de que alguns apresentaram diarreia e vômito.
4 — O café de chicória é também conhecido como "café de guerra": VERDADE
Trata-se de um pó de aroma excelente, obtido a partir da torração e da moagem das raízes da planta, cujo consumo surgiu durante a escassez do café durante o período de guerras mundiais, no século XIX.
5 — As flores de chicória são comestíveis: MITO
Não há indicação para ingestão das flores de chicória, exceto em chás de infusão.
6 — A chicória pode ser alérgica: VERDADE
É possível que haja reações alérgicas à inulina e às lactonas sesquiterpênicas que a planta contém. Embora sejam raros os casos, as reações variam entre asma, rinoconjuntivite, dermatite de contato e anafilaxia.
7 — A chicória é uma planta com potencial contra o SARS-CoV-2 (vírus da Covid-19): VERDADE
Embora sejam necessários mais estudos científicos, os efeitos antivirais da planta mostram-se promissores.
8 — A chicória é um antiveneno para picadas de cobras: VERDADE
Embora sejam necessários mais estudos, a Cichorium intybus tem ácido chicórico e ácido clorogênico, agentes neutralizadores da ação do veneno ofídico de Bothrops jararacussu.
9 — A chicória é afrodisíaca: MITO
Esta propriedade é atribuída à chicória do Pará pela sabedoria popular, contudo, em relação à Cichorium intybus, de que trata este artigo, não há pesquisa científica que comprove tal efeito.
Com tudo o que foi exposto, você conheceu os usos, as propriedades e as curiosidades sobre a chicória, assim como os benefícios que ela oferece para a saúde. Ela é um símbolo de expansão, de alegria e de simplicidade. Para descobrir como outras plantas do Oráculo Floral podem contribuir com a sua vida, acesse os links abaixo!
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