A natureza é uma escola! Basta observá-la no local adequado e atentamente para encontrar uma planta e aprender muito com ela. Assim acontece com a popularmente chamada dormideira. Ela é aparentemente frágil, delicada e sensível, se fechando imediatamente ao toque. Mas não se engane!
Essa suposta vulnerabilidade é, na verdade, uma estratégia para se proteger, sobreviver e crescer, desmotivando predadores. Também serve para reter água quando as temperaturas estão muito elevadas.
Chamada de não-me-toques, sensitiva, dorme-dorme e maria-fecha-a-porta, a dormideira é conhecida cientificamente como Mimosa pudica e pertence à família Fabaceae.
Presente em regiões tropicais do mundo todo, há algumas décadas, a dormideira era muito popular entre as crianças, que, mesmo sem saber o porquê de ela se fechar ao toque, se divertiam com essa singularidade.
O que você encontrará nesse artigo:
Porém, além de oferecer alegria, curiosidade e magia, a dormideira possui propriedades que a tornam importante para promover saúde física, mental e espiritual. Descubra os significados, benefícios e usos desta planta memorável.
O que é dormideira?
A dormideira (Mimosa pudica) é uma planta nativa das regiões tropicais e subtropicais da América Central e da América do Sul. Expandiu-se para a África, Ásia e Oceania e cresce espontaneamente em terrenos baldios, pastos, campos, clareiras de florestas, beiras de rios e de estradas, em uma grande variedade de solos úmidos, desde o nível do mar até cerca de 1300 metros de altitude.
É invasora e considerada erva daninha em alguns lugares por causar problemas nas culturas de cana-de-açúcar, café, abacaxi e milho, entre outras, e por formar uma cobertura densa no solo, que eleva o risco de incêndios.
No Brasil, a planta dormideira pode ser encontrada nos biomas da Caatinga, do Cerrado, da Mata Atlântica e na Amazônia, em áreas de restinga e de formações florestais.
Trata-se de um arbusto perene ou anual, ereto ou prostrado, bastante ramificado, que pode atingir até um metro de altura. Possui caules cilíndricos de cor castanho-avermelhada na base e verde nas extremidades superiores. Estes são pilosos e cobertos por espinhos dispersos, ligeiramente curvados, duros e afiados. Com o passar do tempo, eles se tornam lenhosos na base.
As folhas da dormideira são compostas, bipartidas, com formato de oblongo a pontiagudo, e apresentam pecíolos (pés das folhas) espinhosos ou pilosos. São formadas por ramificações de folíolos ao longo de uma haste central. Todos são cobertos por pelos minúsculos, sensíveis ao toque, à temperatura e ao movimento.
A cor da folhagem da Mimosa pudica varia de acordo com o grau de amadurecimento. Quando novas, as folhas são verdes-claras quase amarelas. Após cerca de duas semanas, passam a ter um tom verde-bandeira.
Os folíolos da dormideira se fecham de imediato ao serem tocados, parecendo adormecer ou murchar. Isso ocorre porque a planta dormideira dorme para se proteger. Inclusive, apenas uma parte ou toda ela pode “murchar”. Tudo depende de como a ameaça é percebida, se menos ou mais grave.
Então, se uma pessoa passar a mão sobre um raminho da dormideira, ele será fechado num movimento de leque. Mas se estiver pegando fogo na ponta, imediatamente a planta toda irá se fechar, podendo chegar à linha do solo.
Esse movimento é chamado sismonastia ou tigmonastia e deixa a impressão de uma planta sem vida. Ele também ocorre devido ao excesso de calor ou pela ação do vento. É por isso que a dormideira também é chamada de “sensitiva”.
É que os estímulos externos são recebidos pelos pulvinos (estruturas que ficam na base das folhinhas) como sinais elétricos. Eles, então, por meio do cálcio e do potássio presentes na planta, estimulam as células a se esvaziarem de água que, por sua vez, é levada por osmose para um espaço entre elas. Assim, elas murcham. E quanto mais forte for o toque, maior é a quantidade de folhas que tendem a se contrair.
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Isso explica porque a planta dormideira se fecha. Posteriormente, a água retorna para as células e a forma original é retomada. Curiosamente, quando a dormideira ainda é uma planta muito jovem, as folhas não se fecham.
Esse movimento transforma os conceitos sobre a memória como propriedade exclusiva de organismos com sistema nervoso, principalmente porque já se sabe que a dormideira tende a não se fechar mais diante de algo que representou uma ameaça não concretizada.
Esta planta apresenta inflorescências com delicadas flores hermafroditas em forma semelhante a um pompom, que desabrocham de meados do verão até o início do outono. Atraem besouros, abelhas e outros insetos polinizadores, mas duram no máximo três dias.
Cada flor dormideira tem cerca de 2 a 3 cm, sendo formada por vários estames de cor rosa-pálido ou lavanda, com anteras amarelas ou brancas.
Os botões florais são verdes no princípio e à medida que amadurecem passam a ter cor geralmente avermelhada. Quando a planta está saudável, eles formam uma floração atrativa, porém sem perfume.
Os frutos da dormideira são do tipo baga, formados por segmentos que deixam a armação presa na planta. Esta baga é de cor verde no início, tornando-se geralmente marrom à medida que amadurece, e contém de 1 a 5 sementes.
As sementes da dormideira são secas, rígidas e escuras, e caem das bagas quando estas se abrem, dando origem a novas plantas. Cada planta pode produzir cerca de 700 sementes ao ano.
A planta dormideira possui uma raiz cilíndrica em formato de fuso, com superfície enrugada e coloração que varia entre marrom e marrom-acinzentada. Dela saem raízes secundárias e terciárias de cerca de 2 cm de largura e de comprimento variável.
O termo Mimosa tem origem no grego “mimein” e “meisthal”, que significam, respectivamente, “fazer movimento” e “imitar”, referências ao movimento de fechamento dos folíolos à noite e sob estímulos mecânicos. Já o nome “pudica” vem do latim e significa “tímida” e “recatada”, associado à planta se “encolher” diante de uma provocação externa.
Embora a dormideira seja ornamental, ela também é uma planta medicinal, conhecida por apresentar importantes compostos químicos que favorecem a saúde, sendo uma das mais pesquisadas.
Propriedades da dormideira
A dormideira é eventualmente chamada de mimosa devido à delicadeza de suas flores em forma de pompom e também em referência ao primeiro termo de seu nome científico.
Contudo, esse nome popular também se refere a outras espécies de plantas como a Acacia dealbata e a Vachellia farnesiana. Essa diferenciação é fundamental quando se trata de reconhecer que a dormideira, também chamada dorme-Maria, é uma planta medicinal.
Popularmente utilizada na Índia para tratar hanseníase, disenteria, distúrbios vaginais e uterinos, inflamações, fadiga, queimaduras, asma e doenças sanguíneas, ela é amplamente empregada em preparações terapêuticas caseiras entre os asiáticos e em diversas comunidades mundiais.
Várias espécies desta planta são investigadas, de modo a comprovar as propriedades medicinais que lhe são atribuídas pela medicina popular. Até o momento, já se sabe que ela contém compostos fitoquímicos importantes para a saúde.
Entre as muitas substâncias que compõem a dormideira, as principais são os flavonoides (com destaque para apigenina, quercetina e ramnetina), os alcaloides (entre eles mimosina), os esteroides, os terpenoides (notadamente os triterpenos pentacíclicos), os fenóis, os glicosídeos, as saponinas, as cumarinas, a mucilagem, os aminoácidos e os ácidos graxos.
A planta medicinal dormideira contém, por exemplo, sitosterol, mimopudina, luteolina, acacetina, canferol, entre compostos bioquímicos. Nas partes aéreas, são encontrados estigmasterol, orientina, miricetina, avicularina e cassiaoccidentalina B.
Na dormideira inteira, há crocetina, crocina, tirosina, ácido jasmônico, ácido cafeico, ácido clorogênico, ácido gálico e catequina, entre outros fitoquímicos. Nas raízes, há ácido betulínico, sitosterol e estigmasterol, entre outros agentes bioquímicos. Nas sementes, foram encontradas estrofantidina, helebrigenina etc.
Assim, a planta apresenta ação antioxidante, anti-inflamatória, analgésica, antipirética, cicatrizante, diurética e relaxante muscular. Também, antimicrobiana, antibacteriana, anti-helmíntica, larvicida, pesticida e repelente. Exerce atividade anti-hiperglicêmica, contraceptiva e hepatoprotetora.
A planta dormideira medicinal ajuda a prevenir e tratar doenças que atacam vários sistemas do organismo humano. A crocetina, a crocina, a mimosina, o ácido jasmônico e o ácido cafeico, por exemplo, têm atividade anti-inflamatória e antioxidante.
Além disso, a planta já mostrou potencial para o desenvolvimento de fármacos que podem promover saúde mental, apresentando ação anticonvulsivante, antidepressiva e ansiolítica.
Em alguns países, a dormideira é indicada pela sabedoria popular para tratar picadas de escorpiões e de cobras. Além disso, já foram identificadas substâncias que demonstraram ação antiofídica (in vitro).
Apesar disso tudo, o alcaloide mimosina possui propriedades tóxicas que, dependendo da dose, da frequência e do histórico de quem fará uso medicinal da planta, pode causar distúrbios graves, motivo pelo qual o emprego tópico ou oral deve ser recomendado e orientado por um profissional experiente em saúde e fitoterápicos.
Tipos de dormideira
A dormideira, também chamada dorme-joão, faz parte do gênero Mimosa, com cerca de 540 espécies, da família Fabaceae, anteriormente referida como Leguminosae, uma das mais importantes economicamente no globo por ter plantas como ervilhas, feijões e soja.
A Mimosa pudica, espécie abordada neste artigo, apresenta variedades como Mimosa pudica glabrata, Mimosa pudica hispida, Mimosa pudica pastoris, Mimosa pudica tetrandra e Mimosa pudica unijuga.
Mas em países como Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e México, há uma rica diversidade de plantas do gênero Mimosa, que apresenta espécies com alta adaptabilidade a climas e solos. Conheça alguns tipos a seguir.
1 - Mimosa alleniana – espécie com floração em espiga, apresenta flores com filetes de cor lilás. Ocorre ao longo do Rio Paraguai, tanto no Paraguai quanto no Brasil, estando presente nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e em São Paulo.
2 - Mimosa andina – espécie que ocorre somente no Equador, em regiões áridas de climas tropical e subtropical.
3 - Mimosa bimucronata – esta espécie ocorre no Caribe, na Argentina e no Paraguai, sendo exclusiva das Américas Central e do Sul. No Brasil pode ser encontrada nos estados de Maranhão, Piauí, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, crescendo ao longo de cursos d’água. Apresenta floração branca. Os frutos imaturos são lustrosos e cor de vinho.
4 - Mimosa daleoides – também chamada de juqueri amarelinho, tem folhas similares às da dormideira, porém é arbustiva e pode atingir até 3 metros de altura. Apresenta espiga com flores de filete amarelo. É nativa do Paraguai, do Uruguai, da Argentina e do Brasil, onde ocorre em solos secos e degradados e em meio a florestas densas, florescendo e frutificando o ano todo.
5 - Mimosa debilis – esta espécie ocorre no Brasil, no Paraguai, no Equador, na Argentina, na Bolívia, na Colômbia, na Costa Rica, e na Venezuela, em solos pedregosos ou arenosos, em altitudes de até 600 metros. Apresenta ramos esparsadamente espinhosos e se distingue da Mimosa pudica por apresentar folhas bipinadas com dois pares de folíolos de tamanho médio, sendo um deles (basal) atrofiado.
6 - Mimosa diplotricha – espécie com floração em espigas globosas a elipsoides. Apresenta flores com filetes róseos. Ocorre no México, em Cuba, no Haiti, Porto Rico, Brasil, Argentina, Equador e Paraguai. É encontrada em regiões tropicais da África, do Pacífico e da Austrália.
7 - Mimosa furfuracea – esta espécie é nativa das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Cresce nas margens rochosas, nos matagais de brejos, nas bordas de mata ciliar e em altitudes de 800 a 1850 metros. Apresenta flores com filetes amarelos.
8 - Mimosa invisa – também chamada malícia e rasga-gibão, esta espécie possui caule com numerosos espinhos recurvados, sendo frequente em pastagens e solos cultivados. É conhecida por ferir o úbere e as mucosas dos animais, especialmente bovinos e por ser uma planta de difícil erradicação. Difere-se da Mimosa pudica por apresentar floração em espigas, e não em formato de pompom. É encontrada na Colômbia, na Venezuela, no Paraguai e no Brasil, em diferentes climas e solos.
9 - Mimosa myriophylla – espécie nativa da Argentina, do Paraguai e do Brasil, cresce em bordas de mata ciliar, em campos rupestres e em altitudes de até 1250 metros. Apresenta floração em espigas com flores de filetes vermelhos.
10 - Mimosa pigra – conhecida como planta sensitiva gigante, planta tímida e mimosa preta, esta espécie pode atingir até 6 metros de altura. Possui caules esverdeados quando jovem, mas eles se tornam lenhosos à medida que o pé cresce. É uma das 100 piores plantas invasoras do mundo, formando matas densas e espinhosas em áreas úmidas. As folhas são sensíveis ao toque e as sementes, quando maduras, são de cor marrom-claro, marrom ou verde-oliva, que podem sobreviver em solos arenosos por 23 anos. Ocorre no México, na América Central e no norte da Argentina.
11 - Mimosa sensitiva – espécie com ampla distribuição na América tropical, ocorre nas Guianas, na Venezuela e no Brasil, onde é comum em vegetação de Cerrado. Diferencia-se de outras espécies porque possui folhas pinadas com um par de folíolos e em cada um deles, somente dois pares de foliólulos (folíolos menores). Apresenta flores com filetes em rosa-pálido.
12 - Mimosa somnians – conhecida como dormideira, esta espécie é nativa da América Central, da América do Sul e do Caribe. Diferencia-se da Mimosa pudica por apresentar mais de quatro sub-ramificações, que surgem de vários pontos no ramo.
13 - Mimosa ramosissima – bastante ramificada, esta espécie ocorre ao longo da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, em altitudes de até 800 metros.
14 - Mimosa tenuiflora – espécie com caules bastante espinhosos, ocorre em regiões de secas periódicas da Colômbia, da Venezuela, de El Salvador, de Honduras e do México. No Brasil é espontânea em toda a região Nordeste, chegando ao estado de Minas Gerais e sendo cultivada no Pará. Também chamada calumbi e Jurema-preta, é usada pelos indígenas xucurus-cariris em conjunto com a jurema-branca para fins medicinais e religiosos, este último devido às raízes possuírem compostos psicoativos relacionados às triptaminas, como o DMT (dimetiltriptamina).
15 - Mimosa velloziana – também chamada sensitiva e unha-de-gato, esta espécie cresce em diferentes ambientes como campos rupestres, cerrado, brejos, clareiras, margens de rodovias, matas e campos cultivados. Ocorre na Venezuela, na Argentina e no Brasil — nos estados do Pará, Roraima, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal.
16 - Mimosa xanthocentra – chamada dorme-dorme, é uma espécie nativa da Nicarágua, da Costa Rica, da Venezuela, da Colômbia, da Bolívia, da Argentina, do Peru, do Paraguai, do Uruguai e do Brasil, onde, embora não seja endêmica, ocorre em todas as regiões, com exceção de alguns estados. É consumida como alimento por cervos-do-pantanal e por veados-campeiros.
Para que serve a dormideira
Se em algum momento você se perguntou para que serve a planta dormideira, até aqui já percebeu que se trata de uma espécie ornamental, capaz de oferecer beleza e singularidade, mas que também traz benefícios para a saúde física e mental.
Na medicina popular, ela é indicada para tratar prisão de ventre, afecções do fígado, reumatismo, tumores e inflamações da boca e da garganta. Ajuda a prevenir cáries, bem como aplacar a dor de dente. Também é recomendada para aliviar os efeitos da bronquite, contra a fraqueza generalizada e para resolver problemas de impotência.
É usada nos tratamentos caseiros para reduzir febre infantil, tosses, sintomas da Tensão Pré-Menstrual e perda excessiva de sangue durante o período da menstruação. Ainda, para tratar feridas na pele, diarreias e hemorroidas.
Várias pesquisas com a espécie Mimosa tenuiflora, por exemplo, foram realizadas no sentido de identificar possíveis compostos bioquímicos capazes de promover relaxamento, alívio da depressão e do sofrimento psíquico, reduzir insônia, irritabilidade e prevenir palpitações severas e amnésia.
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A dormideira é recomendada para facilitar o trabalho de parto, potencializar o bom humor e melhorar a circulação sanguínea. Ainda, como contraceptiva e para minimizar o surgimento da calvície.
De fato, devido aos muitos compostos fitoquímicos da dormideira (Mimosa pudica), ela apresenta ação cicatrizante, antimicrobiana, analgésica, anti-inflamatória, anti-diarreica e anticonvulsivante.
Mas os benefícios da planta dormideira não param por aí! Eles também se relacionam a facilitar a conexão de uma pessoa à espiritualidade, sendo atribuída a ela uma vasta simbologia.
Como exemplo, a planta dormideira na Umbanda é associada a Iansã e indicada para renovar as energias, favorecer mudanças e proteger contra maldades, inveja e mau-olhado. Os pretos velhos orientam a colocar alguns galhinhos dela dentro do travesseiro usado pelas crianças quando estas têm dificuldade para dormir, já destacando um dos poderes místicos que ela pode oferecer, além de fortalecer a fé e a paz.
Qual é o significado da dormideira
Todos os seres vivos possuem energia e produzem vibrações, inclusive as plantas. Elas despertam alegria, boas sensações e confiança. Produzem estados psíquicos e podem revelar atributos da personalidade de uma pessoa a partir das próprias características morfológicas e dos significados que lhes são atribuídos pelas diversas culturas ao redor do mundo.
Nesse sentido, a flor da dormideira indica uma personalidade tranquila, simpática e afável com todos, principalmente com aqueles menos favorecidos. Ao mesmo tempo, diz respeito a alguém com determinação, coragem, persistência e que enfrenta as adversidades com os recursos que têm à disposição.
Evidencia uma pessoa que não tem medo de ser quem é, mas que está atenta ao ambiente e pode se adaptar a ele, muitas vezes, voltando-se para si e para as próprias qualidades e se transformando.
Nos momentos de medo excessivo de animais, de forças da natureza, como tempestades e raios ou de altura, locais fechados e acidentes, observar uma planta dormideira pode despertar coragem, autoconfiança e esperança.
Quem está passando por um momento crítico como esse deve contemplar a folhagem e as flores da dormideira, aproveitando a oportunidade para refletir e buscar dentro de si cada ponto que torna a si mesmo único e capaz de superar desafios por meio das muitas dádivas que recebe.
A dormideira na espiritualidade
Desde tempos remotos, o ser humano mantém uma ligação com a natureza, buscando significado e compreensão para a própria vida. Mais do que alimento, abrigo, calor e cura, as plantas, por exemplo, são usadas como meio para conectar pessoas ao divino.
Assim, o significado da dormideira na espiritualidade também tem esse papel e está associado a evidenciar atributos que favorecem o desenvolvimento pessoal e relacional em busca de felicidade e de realizações na jornada da vida, em consonância com o propósito sagrado.
Neste sentido, alguns benefícios da dormideira na espiritualidade dizem respeito ao entendimento de si como parte de um todo e destacam a importância de aprimorar a sensibilidade em relação ao entorno. Conheça alguns deles:
1 - A dormideira inspira a autopreservação e a percepção de ameaças que não contribuem para uma vida plena. A planta fecha as folhas diante de estímulos mecânicos e se mostra forte em seus propósitos.
2 - Motiva a aprender com o ambiente e usar as experiências para se proteger de coisas que não agregam valor ou que podem ser prejudiciais. A dormideira é alvo de muitos estudos sobre a capacidade de “lembrar” de sensações negativas, fechando-se para elas, e não adota o mesmo comportamento para aquelas que anteriormente não representaram perigo.
3 - Permite refletir sobre enxergar além das aparências. A planta tem uma aparência frágil, mas é forte e resistente, permanecendo presente na natureza há séculos.
4 - É utilizada por xamãs e por médiuns para induzir o transe e alterar estados de consciência, ampliando a sensibilidade e favorecendo a conexão com o divino. A planta possui substâncias alucinógenas, especialmente nas raízes.
5 - É associada à Oyá (Iansã, a Senhora das Paixões) e Yewá (orixá feminina de grande sabedoria) para trazer “calor” aos corações. A planta é sensível, receptiva e conhecida por favorecer incêndios.
6 - Encoraja a voltar-se para a essência, para as melhores qualidades e capacidades interiores. A dormideira se autoprotege usando de seus recursos internos.
7 - Estimula a compreensão da vida em comunidade como meio de sobrevivência. A dormideira favorece a existência de outras espécies, por exemplo, insetos polinizadores como as importantes abelhas.
8 - Impulsiona a ampliar os horizontes e avançar no espaço-tempo, pois é uma planta que está presente há séculos em áreas tropicais, equatoriais e subtropicais do globo.
9 - Desperta a esperança e a perseverança diante das adversidades como atitudes que levam à prosperidade. A dormideira nasce em altitudes e em terrenos diversos.
10 - Instiga a perceber a beleza da Criação na natureza como um processo de integração e interdependência de todos os seres vivos, numa rede de causa e efeito, onde tudo converge para a totalidade.
11 - Traz à tona a memória da alegria e da curiosidade da infância. Uma das primeiras reações de alguns adultos ao verem a planta é lembrar das brincadeiras com ela naquele período.
A dormideira na saúde
Os benefícios da dormideira na espiritualidade dizem respeito à conexão que ela é capaz de produzir entre uma pessoa e o Eu Superior. Na saúde, a planta é reconhecida como uma das mais poderosas e promissoras.
Assim, ela vem sendo utilizada ao longo do tempo, tanto para a prevenção como para o tratamento de doenças, principalmente nas comunidades que eventualmente só dispõem de recursos da flora para realizar a prática médica.
A partir disso, o significado da dormideira na saúde diz respeito ao bem-estar e as expectativas positivas que ela produz tanto para as pessoas convalescentes, como para os grupos sociais dos quais elas fazem parte. Ainda, se relaciona ao fato de que esta planta atua fortalecendo e protegendo o organismo de enfermidades.
Além disso, muitas características e propriedades desta planta favorecem o equilíbrio de vários biomas, o que, indiretamente, promove qualidade de vida.
Os benefícios da dormideira na saúde vêm sendo confirmados pela Ciência, trazendo possibilidades de combater desde doenças simples até as mais complexas e crônicas. Conheça alguns deles na sequência:
1 - O extrato etanólico das folhas de dormideira (Mimosa pudica) apresenta ação analgésica, uma vez que é rico em flavonoides.
2 - A dormideira, por possuir vários compostos fenólicos, evidencia atividade antimicrobiana contra Klebsiella pneumoniae e Citrobacter divergens, que causam problemas pulmonares, infecções do aparelho urinário, meningite e outras enfermidades, especialmente em pessoas com histórico de doenças pulmonares ou imunocomprometidos.
3- A planta combate vários tipos de fungos como Aspergillus flavus, Aspergillus fumigatus, Candida albicans e Trichophyton rubrum, que causam enfermidades relacionadas ao sistema respiratório, genitourinário e na pele. Apresenta atividade antifúngica, relacionada a vários compostos químicos, entre eles: canferol, sitosterol, ácido p-cumárico e mimopudina.
4 - O extrato etanólico das folhas de Mimosa pudica apresenta atividade anti-inflamatória, especialmente pelos flavonoides.
5 - É uma planta importante na medicina Ayurveda, considerada capaz de agir de modo holístico no organismo, uma vez que todas as partes podem ser utilizadas em preparações terapêuticas.
6 - Representa potencial no tratamento de câncer de mama, uma vez que a mimosina, aminoácido encontrado nas folhas e nas sementes, mostrou bloquear a progressão do ciclo de desenvolvimento de células cancerígenas MDA-MB-453.
7 - É significativa no combate ao câncer, uma vez que possui substâncias naturais importantes na ação antitumoral como flavonoides, taninos e alcaloides.
8 - Todas as partes da dormideira exibem atividade antioxidante, pois contêm flavonoides, crocetina, crocina, L-mimosina, ácido jasmônico e ácido cafeico.
9 - O extrato aquoso de folhas secas de dormideira promove ação antidepressiva, embora sejam necessárias pesquisas para identificar as substâncias que favorecem este efeito similar ao medicamento diazepam. Acredita-se que ele esteja associado aos metabólitos secundários, como alcaloides, terpenoides e outros.
10 - A dormideira é promissora no desenvolvimento de fármacos para o combate à Escherichia Coli, Salmonella typhi, Salmonella paratyphi A e B, Shigella flexneri, Staphylococcus aureus, Staphylococcus albus e Proteus vulgaris, que causam doenças do trato digestivo, urinário, infecções locais e sistêmicas e outras, pois possui metabólitos associados ao ácido ferúlico.
11 - O chá para uso tópico e a pomada produzidos à base de raízes de dormideira apresentam atividade cicatrizante para feridas, uma vez que contêm compostos fenólicos.
12 - O extrato etanólico de folhas de dormideira demonstrou atividade antidiarreica, principalmente por conter flavonoides e taninos.
13 - A decocção de folhas de dormideira em doses de 1000 a 4000 mg/kg produz um efeito anticonvulsivo. Porém, são necessários estudos para identificar as substâncias que contribuem para esse resultado e a ação em seres humanos.
14 - O chá de todas as partes de Mimosa pudica demonstra atividade hipoglicemiante, podendo ser empregado no tratamento de diabetes mellitus, pois influencia a ação de enzimas metabolizadoras de carboidratos e a secreção de insulina.
15 - O extrato aquoso de dormideira, devido aos fenóis e aos flavonoides, apresenta atividade anti-hepatotóxica relacionada ao álcool, combatendo radicais livres, considerados responsáveis por danos hepáticos e reduzindo significativamente o nível de peroxidação lipídica no fígado.
16 - A dormideira pode ser empregada no desenvolvimento de fármacos para controle dos níveis de colesterol e proteção do sistema cardiovascular, uma vez que apresenta atividade hipolipidêmica, devido à presença de flavonoides, glicosídeos e alcalóides.
17 - O chá das folhas de dormideira, apresenta atividade diurética, efeito que pode estar relacionado ao alcalóide L-mimosina, representando potencial terapêutico seguro, economicamente viável e disponível.
Dormideira onde e como usar
A dormideira ajuda a promover a saúde física e mental, e ainda permite o desenvolvimento espiritual. Também contribui para diversos biomas no mundo, uma vez que sustenta a sobrevivência de abelhas, entre outros insetos polinizadores.
Considerando o uso ornamental da dormideira, ela pode ser cultivada em vasos, jardins, praças e como bordaduras. Embora ele não seja tão difundido quanto outras espécies florais, esta planta forma composições verdes de grande beleza, com floração abundante.
Quanto ao uso medicinal, todas as partes da dormideira são empregadas em diversas preparações, por exemplo, infusões e decocções de folhas, caules e raízes. A planta é base para cataplasmas e para produzir soluções líquidas que são aplicadas como compressas, gargarejos e bochechos. Tudo depende do que se deseja tratar.
Contudo, o uso oral de preparações com ela deve ser orientado por um profissional experiente na utilização de fitoterápicos e conhecedor dos compostos bioquímicos da espécie, uma vez que alguns deles são tóxicos, por exemplo, os alcaloides.
Uma questão comum é: para que serve o chá da planta dormideira? Na medicina popular, ele tem várias indicações de uso tanto oral como tópico, que variam conforme os diversos povos no mundo.
O chá da planta dormideira, dependendo da parte escolhida, é consumido para acalmar, para promover uma boa noite de sono e para proporcionar alívio dos sintomas da TPM.
Também é empregado em banhos de assento para cicatrizar hemorroidas, feridas, tumores e para auxiliar no tratamento de doenças do sistema geniturinário. Ainda, em banhos de corpo inteiro.
Mas banho de dormideira, para que serve? Produzido a partir de folhas e flores, ele desperta a fé e a esperança. Traz conforto, descanso, segurança e proteção contra energias inferiores.
Para esta finalidade, adicione dois punhados generosos destas partes da planta a 2 litros de água. Leve ao fogo e após ferver, mantenha mais 5 minutos em decocção. Desligue a chama, tampe e espere amornar. Preferencialmente antes de dormir, após o banho de higiene, jogue o líquido sobre o corpo, do pescoço para baixo, mentalizando bons sentimentos e conquistas pelas quais deve se orgulhar.
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O uso tópico do chá da planta dormideira como bochecho ajuda a prevenir cáries e eliminar aftas. Ele é empregado para lavar a boca e posteriormente deve ser descartado. Além disso, ele se destina aos gargarejos, que promovem alívio para a dor de garganta e reduzem processos infecciosos. Da mesma forma que os bochechos, a bebida não deve ser engolida.
Além disso, os caules mais jovens, as folhas, os brotos florais e as raízes da dormideira podem ser utilizados em decocções, dando origem a soluções usadas em compressas para aplacar cólicas e dores reumáticas, artríticas e musculares.
Os caules e as folhas da dormideira, quando macerados, dão origem a cataplasmas que devem ser aplicados com gaze sobre feridas e ulcerações para favorecer a rápida cicatrização.
As folhas e flores da dormideira, na forma de loção (chá forte) têm uso como tônico capilar, inclusive sendo adotado contra a calvície por muitas comunidades.
Um dos usos históricos, antigos e etnobotânicos em alguns locais do mundo, como México e Espanha, diz respeito aos efeitos da planta dormideira como alucinógeno e sedativo, obtidos a partir do chá das raízes ou da queima das folhas em cigarros. Contudo, é importante destacar que eles estão relacionados a espécies específicas e ocorrem a partir da dosagem. Além disso, os alcaloides que compõem a planta que produzem tais efeitos são tóxicos e perigosos.
Há, no mercado, cápsulas produzidas com partes da planta que são comercializadas para promover os benefícios dela. Eles são encontrados à venda na internet e em lojas de produtos naturais. Contudo, devem ser adquiridos mediante orientação médica ou de um fitoterapeuta.
Contraindicações e efeitos colaterais da dormideira
Além de trazer cores, formas, aromas e beleza, as plantas são benéficas para a vida de outros seres vivos de muitas maneiras. Elas são capazes, inclusive, de promover cura. Porém, elas possuem compostos bioquímicos que podem provocar tanto efeitos esperados, como alguns indesejados e que apresentam riscos à saúde, chegando, muitas vezes, a provocar óbito. Com relação à dormideira (Mimosa pudica), alguns cuidados precisam ser observados. Atente-se!
1 - A dormideira contém alcaloides que podem prejudicar pessoas e animais, se ingeridos de maneira, dose e com frequência inadequadas. Apesar de tóxica, a planta não é considerada venenosa, mas é importante ter cautela no uso que se faz dela.
2 - A planta, após cortada e seca, se ingerida por suínos, bovinos e aves, é tóxica. Além disso, os espinhos encontrados nos caules podem machucar a pele destes animais e causar feridas de difícil tratamento e cura.
3 - Um aminoácido não proteico, a mimosina, pode ser encontrado na Mimosa pudica. Ele produz 3-4-hidroxipiridona (3-4 DHP), um potente goitrogênio que inibe a produção de hormônios tireoidianos.
4 - O uso de qualquer parte, produto ou preparação envolvendo a dormideira deve ser orientado por um especialista fitoterapeuta ou por um médico.
5 - Mulheres grávidas, lactantes e crianças até 12 anos somente devem fazer uso oral da dormideira sob prescrição e acompanhamento de um médico.
6 - Segundo a ASPCA (sigla traduzida para Sociedade Americana para a Prevenção de Crueldade contra Animais), a planta não é venenosa para animais de estimação. Porém, a ingestão de partes da dormideira por cães e gatos pode causar náuseas, dores estomacais e asfixia. Caso ocorra, um médico veterinário deverá ser consultado de imediato.
7 - Os espinhos da dormideira podem causar ferimentos e alergia. Caso haja necessidade de manipular a planta, devem ser utilizadas luvas.
8 - Pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipotireoidismo ou que estejam sob tratamentos com medicamentos de uso contínuo, somente deverão consumir chá da planta dormideira com indicação e monitoramento de um médico.
9 - Mulheres que estão tentando engravidar não devem consumir chá de Mimosa pudica, uma vez que a planta possui compostos que apresentam atividade antifertilidade.
Como plantar e cuidar da dormideira
A dormideira é uma planta que chama a atenção, principalmente na época da floração. Ela oferece uma grande quantidade de flores, mesmo quando o pé é pequeno. Além disso, ela é resistente e se adapta a muitos ambientes, podendo crescer em solos pobres, arenosos, calcários e sob temperaturas variadas. Porém, gosta de umidade, e se for bem regada, certamente será mais vigorosa.
Para aqueles que não sabem como cuidar da planta dormideira, vale lembrar que é mais simples do que se imagina! Ela pode ser cultivada à meia sombra, mas deve receber luz solar e permanecer em local arejado, mas sem corrente de ar. Além disso, o manejo deve ser feito com uso de luvas, pois a planta contém espinhos.
A planta é perene, mas se torna anual ou bianual quando cultivada em vaso. A semeadura deverá ocorrer no final do inverno. A temperatura média de 25 graus Celsius é ideal para isso, podendo variar de 18 a 30.
Algumas sementes de dormideira germinam sob temperaturas mais baixas, mas tendem a crescer devagar e a se tornarem plantas frágeis. Ainda, a planta não deve ficar exposta a geadas.
Então, veja nas dicas abaixo como plantar a dormideira a partir das sementes, de maneira orgânica e em vaso:
1 - Adquira as sementes de boa procedência. Solicite-as pelo nome científico da planta, de modo a garantir a espécie desejada. Neste artigo, tratamos da Mimosa pudica.
2 - Deixe quatro sementes 24 horas de molho em água levemente morna para amolecer a superfície escura que as recobre. Desta forma, elas germinarão mais rapidamente. Se não passarem por este processo, a germinação poderá demorar de 2 a 4 semanas.
3 - Escolha um vaso de tamanho médio a grande. Lembre-se que a planta tende a se espalhar na superfície. Então opte por aquele que tenha cerca de 30 cm de diâmetro por no mínimo 20 cm de profundidade. Ele deverá ter orifícios na base. A dormideira gosta de solo úmido, mas não encharcado.
4 - Faça uma camada de drenagem no fundo do vaso com brita ou cacos de telha. Isso evitará que água fique acumulada nas raízes, o que poderá causar o apodrecimento delas e a morte da planta.
5 - Misture proporções iguais de terra vegetal, areia de rio e esterco bovino curtido ou húmus de minhoca. Encha o vaso até 1 cm da borda. Evite compactar o conteúdo. Ele deve ser aerado.
6 - Umedeça a terra e coloque de 2 a 4 sementes escorridas do molho no centro do vaso. Pode ser que nem todas germinem. Contudo, em uma semana, deverão surgir os primeiros brotos daquelas que vingarem.
7 - Cubra as sementes com uma camada fina de terra. Umedeça levemente e mantenha o vaso em local com incidência de luz solar.
8 - Regue o solo sempre que necessário. Lembre-se que a planta precisa de luz, calor e umidade para se desenvolver. Faça o teste do dedo indicador na profundidade da terra para verificar a real necessidade de água. As regas devem ser frequentes, especialmente durante o verão. Evite jogar água nas folhas e nos caules.
9 - Mantenha a planta à luz do sol, preferencialmente a maior parte do dia. Caso a região em que ela irá se desenvolver seja muito quente, prefira um local de sombra parcial. Se estiver muito frio ou um tempo seco, cubra o vaso com plástico, de modo a reter calor e umidade, mas retire-o assim que surgirem os brotos.
10 - Deixe apenas uma muda de planta dormideira no vaso. Ela precisa de espaço para crescer saudável. Descarte as mais fracas.
11 - Observe o crescimento da planta. Caso perceba que ela está grande para o vaso ou que as raízes estão saindo pelos orifícios de drenagem, transplante-a para um vaso maior, aproveitando todo o conteúdo.
12 - Fertilize a dormideira uma vez por semana durante o crescimento da planta. Quando ela já estiver desenvolvida, faça a fertilização a cada dois meses. Escolha um adubo orgânico à base de fósforo e potássio (importantes no movimento das folhas), por exemplo, borra de café.
13 - Coloque 1 colher (chá) de borra de café no entorno do caule da planta, mas sem que este adubo natural o toque. Evite exagerar na quantidade, pois isto poderia tornar o solo ácido demais. O ideal é que ele seja neutro, com pH igual a 7,0. Se preferir, utilize cascas de bananas trituradas e enterre a massa no entorno da borda do vaso.
14 - Proteja a muda de planta dormideira do frio. Se a temperatura estiver igual ou inferior a 18 graus Celsius, mantenha o vaso abrigado. Ela deve permanecer aquecida.
15 - Observe se há caules amarelados. Isso é um indício de danos causados pelo frio. Neste caso, corte-os cuidadosamente com uma tesoura de jardinagem esterilizada com álcool.
16 - Realize podas eventuais para evitar que a planta fique muito alta. Considere, porém, que esta poda deve ser discreta, nunca ultrapassando um terço do total da planta.
17 - Coloque uma treliça ou estacas para sustentar os caules da dormideira, de modo que ela cresça segura. Eles podem ir além de um metro de altura e tendem a pender.
18 - Atente-se para o período após a floração, que deverá ocorrer no verão. É a partir dela que as bagas da dormideira amadurecem. Assim que elas se abrirem, colete as sementes escuras, acondicione-as em um pote de vidro bem vedado e mantenha-o em local escuro e seco, fora do alcance de crianças.
Mitos e verdades sobre a dormideira
As informações sobre as plantas são disseminadas ao longo das épocas pela sabedoria popular. Também pelos meios acadêmicos e pela mídia que divulga descobertas e resultados provenientes de estudos científicos, principalmente sobre compostos químicos, aplicações e benefícios que elas podem gerar. Porém, coexistem mitos e verdades sobre elas, inclusive em relação à Mimosa pudica, que precisam ser esclarecidos de modo que o uso se torne seguro. Veja:
1 - A dormideira é uma planta daninha — verdade — ela é invasora, prospera em diferentes tipos de ambiente e já se mostrou nociva para alguns cultivos economicamente importantes para a alimentação humana e de animais. Na Austrália e na Nova Zelândia, por exemplo, são adotadas medidas drásticas para controle do desenvolvimento da planta.
2 - Crianças crescem mais fortes quando tomam chá de sementes de dormideira uma vez ao dia — mito — não há pesquisa científica que valide esta hipótese. Inclusive, há recomendações para que crianças somente a partir de 12 anos façam uso oral de preparações com a planta, sob orientação médica.
3 - O ópio é uma mistura de alcaloides extraídos da Mimosa pudica — mito — esta mistura tem origem nos frutos e sementes da espécie Papaver somniferum, que popularmente é chamada, em alguns países, de dormideira, embora seja mais comum ser referida como papoula.
4 - O extrato das raízes de dormideira combate o veneno de cobra — verdade — usado na medicina popular da Índia e da Malásia, ele promove a inibição de miotoxicidade e atividade enzimática do veneno da cobra de monóculo (Naja kaouthia). Embora se acredite que seja resultado da presença de taninos na planta, investigações de aprofundamento são necessárias.
5 - A planta dormideira é utilizada para preparar o chá de ayahuasca — mito — também conhecido como Santo Daime, é preparado por meio da infusão de duas plantas amazônicas: a espécie Banisteriopsis caapi e a Psychotria viridis, e consumido como bebida ritual, permitido pelo Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (CONAD).
6 - O chá de sementes de dormideira é emagrecedor — mito — as sementes contêm mucilagem que é capaz de reduzir o apetite, aumentar a sensação de saciedade e inibir a ingestão calórica. Porém, este resultado não se confirma em relação à dormideira, talvez relacionado pela ausência de fibras neste fitoquímico da planta.
7 - O chá de dormideira é contraceptivo — verdade — na dose diária de 300 mg/kg de peso corporal, ele prolonga a duração do ciclo estral. Altera a liberação de gonadotrofinas e a secreção de estradiol. Ainda, suprime o hormônio FSH (folículo-estimulante ovariano). Mas é necessário isolar os compostos bioquímicos que promovem tal resultado e conduzir pesquisas com seres humanos.
8 - O chá de raízes e sementes de dormideira faz o cabelo crescer — mito — embora ele seja indicado para essa finalidade, principalmente em países como a Índia, inclusive com formulações industriais, são necessárias pesquisas para evidenciar tal efeito. Além disso, a mimosina, alcaloide da planta, já demonstrou resultado inverso em relação ao pelo de ratos.
9 - A planta dormideira afasta o mosquito Aedes aegypti — mito — essa ação inseticida, com eliminação de cerca de 50% das larvas deste mosquito, foi demonstrada para a Mimosa tenuiflora.
10 - O extrato etanólico de raízes de dormideira é afrodisíaco — verdade — com dose diária de 500 mg/kg de peso corporal, ele altera os níveis hormonais de testosterona, elevando a libido, sem efeito adverso. Embora sejam necessários estudos conduzidos com seres vivos, a planta contém mimopudina, mimosina e feniletilamina, considerados agentes afrodisíacos.
Agora que você conheceu as propriedades, os usos e os benefícios da dormideira, percebeu que ela é surpreendente e importante na vida dos seres vivos. Ainda, descobriu que ela é repleta de significados e de simbolismo, inclusive, facilitando a conexão espiritual e trazendo uma energia de alegria, de boas memórias e de resgate da história individual de cada um. Outras plantas do Oráculo Floral também são muito poderosas. Surpreenda-se com cada uma delas, acessando os links abaixo:
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