Erva de Santa Maria: significado, propriedades e benefícios

Se você nunca ouviu falar da erva-de-santa-maria, talvez a conheça por outros nomes como mastruz, mastruço, mentruz, mentraz, matruz, quenopódio, epazote, ambrósia, erva-formigueira, chá-da-espanha, chá-dos-jesuítas, erva-lombrigueira, erva-santa e erva-mata-pulgas.

A erva-de-santa-maria é uma planta arbustiva conhecida pelos seus efeitos terapêuticos e seus nomes populares, também estão associados a outras espécies. Inclusive, entre elas há aquelas que são comestíveis e que se assemelham à mostarda.

Cientificamente, a erva-de-santa-maria, a que este texto se refere, é conhecida pelo nome de Chenopodium ambrosioides L. e pertence à família Amaranthaceae (antiga Chenopodiaceae). Dela são utilizados folhas, frutos e flores, que, aliás, são miúdas e geralmente de cor amarela em tom claro, beirando o esbranquiçado, uma verdadeira delicadeza da natureza.

O que você encontrará neste artigo:

Muito conhecida como planta medicinal, a erva-de-santa-maria, principalmente na região Nordeste, é chamada de mastruz que também dá nome a uma das bandas mais emblemáticas do forró eletrônico, a Mastruz com Leite.

Inspiradora, há muito a saber sobre esta planta singular. Continue a leitura e descubra tudo o que ela pode oferecer para sua saúde, para o seu bem-estar e para a sociedade.

O que é Erva-de-Santa-Maria?

A erva-de-santa-maria tem o nome científico Chenopodium ambrosioides, sinonímia de Dysphania ambrosioides, tratando-se de uma espécie que cresce espontaneamente em terrenos baldios, no entorno das habitações e em meio à vegetação natural. Também pode ser cultivada.

E o nome “Chenopodium” vem do grego "chen", que significa “ganso”, e “pous”, que se refere a “pé”, resultando em pé-de-ganso, uma alusão às folhas da planta que lembram esse formato.

Com porte herbáceo, esta planta pode atingir até um metro de altura, tem ciclo anual ou perene. O caule é cilíndrico, ereto e ramificado. As folhas são alternas, alongadas, de cor verde, com bordas recortadas ou denteadas, levemente pilosas e medindo de 3 a 9 cm de comprimento por 1 a 4 cm de largura. Ao serem quebradas ou esmagadas, liberam odor desagradável.

As flores são minúsculas, com cores que variam entre verde-claro, amarelo-claro ou quase brancas, dispostas em densas espigas axilares. Os frutos são pequenos, têm cor verde-amarronzada e apresentam sementes pequenas de cor preta.

Inclusive, as folhas da erva-de-santa-maria, frescas ou secas, são utilizadas em chás para tratar vários distúrbios da saúde, como para eliminar vermes. Delas também é extraído o óleo essencial.

Considerada pela Organização Mundial da Saúde um dos fitoterápicos mais utilizados no mundo, é uma planta tóxica, principalmente quando empregada em doses elevadas ou por tempo prolongado, sendo que seu uso deve ser cauteloso e estar sob a orientação de um médico, de um fitoterapeuta ou de um profissional da saúde com bastante experiência.

Entenda a importância das flores no caminho da cura

Nativa da América tropical, a erva-de-santa-maria tem origem no México e foi levada para a Europa pelos padres jesuítas, durante o século XVII, pois era uma planta com perfume de cânfora que podia ser usada na culinária para aromatizar pescados, vagens e milho. Porém a espécie que os religiosos levaram para lá era diferente dessa que vemos amplamente utilizada no país.

No México, as folhas da erva-de-santa-maria eram usadas pelos maias (2000 a.C. até 1697) para temperar milho, feijão, sopa, peixe e moluscos. Porém a planta é mais antiga do que isto! O naturalista Alexander von Humboldt (1769-1859) relatou que, em tempos pré-históricos, a planta crescia nas Ilhas Canárias e os povos primitivos de lá a utilizavam na arrumação de cadáveres.

Atualmente, a planta está distribuída por regiões tropicais, subtropicais e temperadas ao redor do mundo. Então está presente nas Américas, na África e desde o Mediterrâneo até a Europa Central. No Brasil, ela ocorre em praticamente todo o território.

É uma planta utilizada na medicina popular e uma das mais pesquisadas cientificamente. Inclusive, por ser atribuída a ela propriedades expectorantes, cicatrizantes, antiviral e anti-inflamatória, há estudos preliminares para o emprego de seus fitoquímicos no combate à Covid-19.

Propriedades da Erva-de-Santa-Maria

Erva-de-santa-maria

O uso medicamentoso da erva-de-santa-maria chamou a atenção de estudiosos da botânica e da farmacologia de muitos locais do mundo ao longo do tempo. Assim, foram identificadas nesta planta algumas propriedades fitoquímicas que contribuem para prevenir e tratar diversas enfermidades.

No Brasil, a erva-de-santa-maria é um fitoterápico amplamente utilizado na medicina popular, sendo uma planta de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS) e objeto de várias pesquisas que têm como objetivo identificar sua composição química para aproveitá-la na promoção da saúde e do bem-estar de todos.

Até o momento, por meio de vários estudos ao redor do mundo, foram identificados, entre muitos agentes bioquímicos, os monoterpenos ascaridol, cineol, cimeno, quenopodina, limoneno, cânfora e histamina, que agem de diversas maneiras no organismo, como no combate a parasitas e vermes intestinais.

A erva-de-santa-maria também possui importantes flavonoides, como quercetina, kaempferol-7-ramino-sódio e ambosidio, que atuam principalmente protegendo as células, os tecidos e o organismo como um todo.

Ela ainda tem taninos, que agem como antioxidantes e anti-inflamatórios. E terpenos, sesquiterpenos, triterpenos, pectina, lipídios, aminoácidos, proteínas, gorduras, carboidratos e fibras, que atuam de forma variada em benefício do organismo humano.

E não para por aí, porque a erva-de-santa-maria ainda tem vitaminas A, do complexo B (B2 e B6), betacaroteno e vitamina C, que ajudam a metabolizar enzimas, combater os radicais livres, melhorar a disposição etc.

Além dos já mencionados, é importante destacar o ácido fólico, importante para melhorar a imunidade. Além disso, minerais como sódio, cálcio, fósforo, ferro, potássio, zinco e outros. E saponinas, ácidos orgânicos e éster fenólico, capazes de produzir inúmeros efeitos desejados.

Inclusive, o óleo essencial desta planta faz parte da farmacopéia de países como Argentina, México, Portugal, Itália, Espanha, Índia e Turquia.

Além disso, a planta é conhecida por ser vermífuga, amebicida, diurética, laxativa e carminativa (atua contra gases). É antisséptica, antifúngica, anti-asmática, antigripal, anti-espasmódica, antinevrálgica e emenagoga (aumenta o fluxo menstrual).

A erva-de-santa-maria tem propriedades medicinais com ação sedativa, cicatrizante, sudorífica, digestiva e emoliente. É usada para tratar dores de estômago, cólicas, cãibras, contusões, hematomas, espasmos musculares, varizes, traumatismos ósseos e má circulação. Também é recomendada em casos de picadas de insetos, infecções bacterianas, virais e fúngicas.

É considerada uma planta tóxica se usada em doses e frequência elevadas, podendo ser letal. Apesar disso, o óleo essencial contém ascaridol, que tem se mostrado eficiente contra miomas uterinos, cistos, tumores benignos e células cancerígenas, inclusive as multirresistentes a medicamentos.

Embora sejam necessários mais estudos, a erva-de-santa-maria se mostrou promissora no tratamento de leishmaniose, uma das principais doenças tropicais e com terapia tóxica, que pode causar uma série de efeitos adversos. Assim, ela pode ser uma alternativa no desenvolvimento de medicamentos para o tipo cutâneo da doença.

Tipos de Erva-de-Santa-Maria

A erva-de-santa-maria é uma planta promissora, com propriedades que podem contribuir de várias formas no mundo todo. Como visto, ela é da família Amaranthaceae, que tem 178 gêneros de plantas. Um destes gêneros é o Chenopodium L. que, por sua vez, conta com cerca de 100 espécies, entre elas a Chenopodium ambrosioides, conhecida no Brasil como erva-de-santa-maria e mastruz. Conheça a seguir mais algumas!

1 — Chenopodium album — chamada de erva formigueira branca, erva-de-são-joão e falsa erva-de-santa-maria, essa espécie se desenvolve nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Também em Portugal.

2 — Ambrina spathulata — ocorre em todo o país, na Amazônia, na Caatinga, no Cerrado, na Mata Atlântica, no Pampa e no Pantanal.

3 — Chenopodium amboanum — importante na região Sul, é uma das cinco plantas mais distribuídas no mundo. Um único pé pode produzir até 500 mil sementes, que, se enterradas, podem permanecer em dormência por 30 a 40 anos.

4 — Chenopodium angustifolium — ocorre na Europa, em países como Dinamarca, Áustria, Suíça, França, Portugal, Grécia, Romênia, Estônia e Ucrânia, entre outros. Também na Sibéria, na Armênia, no Azerbaijão, em Israel e na Turquia, para citar alguns.

5 — Chenopodium betaceum Andrz. — nativa no Afeganistão, na Etiópia, na Mongólia, na Ucrânia, no Himalaia e outros países, essa espécie foi introduzida nos Estados Unidos, no Japão, na Noruega e no Canadá, entre outros locais.

6 — Chenopodium glaucum — ocorre nos Estados Unidos, em locais como Califórnia, Alaska, Novo México, Utah, entre outros e no Canadá.

7 — Chenopodium guineensis Jacq. — espécie nativa da Micronésia, da Europa, do Mediterrâneo, da África tropical e do Sri Lanka.

8 — Chenopodium hybridum — espécie que nasce em bosques rochosos, clareiras, matagais e locais de resíduos na América do Norte, desde a Califórnia até o Canadá. Também é encontrada na Europa e na Ásia.

9 — Chenopodium incognitum Wahl — espécie nativa nos estados americandos de Arizona, Colorado, Idaho, Novo México, Oregon, Utah, Wyoming, Califórnia e Colúmbia, além de Montana, Nevada, Wyoming e Washington.

10 — Chenopodium lanceolatum var. antiquitum — espécie nativa do norte da África, da Europa, da Ásia e do Mediterrâneo. Foi introduzida na América do Norte, na América do Sul, em partes do Brasil, no sul da África e na Austrália. Não ocorre na maior parte dos países da América Central e na África Central.

11 — Chenopodium mediterraneum (Aellen) — espécie invasiva nos Estados Unidos, no Hawaii e na Austrália, está presente em todos os continentes. Não ocorre nas calotas polares.

12 — Chenopodium opulifolium — esta espécie ocorre do Mediterrâneo até a Europa central, na Ásia central e na África tropical. É chamada de couve-maltesa, erva-fedorenta e quenopódio-de-folha-de-bordo.

13 — Chenopodium paniculatum var. incanum (Chenopodium petiolare Kunth) — esta espécie ocorre na Argentina, no Chile, no Peru, no Equador, na Bolívia e na Colômbia.

14 — Chenopodium purpurascens Gadec (Chenopodium giganteum) — esta espécie tem folhas com manchas de cor magenta. Embora não se saiba a origem exata, presume-se que seja da Índia. As folhas e as sementes servem como alimento humano, apesar de conter saponinas e ácido oxálico, ambas substâncias tóxicas. Corantes dourados e verdes são obtidos de toda a planta e das hastes mais fortes são produzidas bengalas.

15 — Chenopodium quinoa Willd. — esta espécie é conhecida como quinua, quinoa, arroz andino, ayara e kiuna. Cresce desde o nível do mar no Peru até 4.000 metros nos Andes, embora o cultivo seja comum até 2.500 metros.

Para que serve a Erva-de-Santa-Maria

Óleo essencial com gota caindo

Conhecida há séculos, a erva-de-santa-maria é empregada principalmente para fins medicinais. Inclusive, tanto esse nome quanto mastruz designam uma grande variedade de plantas, algumas com uso alimentar e consideradas PANC (Planta Alimentícia Não Convencional). No México, por exemplo, as folhas são preparadas em saladas, para temperar feijões, carnes e recheios de quesadillas.

Na Colômbia, a erva-de-santa-maria é usada como condimento e tempero de guisados e sopas. Porém trata-se do Lepidium didymum, que, com o nome de mentruz, tem propriedades fitoquímicas diferentes da planta que aqui estamos descrevendo.

No Brasil, a erva-de-santa-maria serve para que se utilize os ramos e as folhas como insetífugo. Com eles é feita uma vassoura para varrer o chão. Também, as folhas secas são colocadas sob colchões, lençóis e travesseiros, de modo a afugentar mosquitos, percevejos e pulgas, principalmente nas áreas rurais.

Além disso, uma solução feita com as folhas ou com o óleo essencial pode ser borrifada nas plantas para inibir o surgimento e a proliferação de parasitas. Da mesma forma, tem uso como inseticida para ambientes domésticos, comerciais e outros.

Mas o uso mais amplamente adotado da erva-de-santa-maria é o terapêutico, sendo que ela é empregada principalmente como chá, feito a partir das folhas. É indicado para eliminar vermes intestinais, melhorar a má digestão, reduzir a pressão arterial e tratar gripes, resfriados, sinusites e outros distúrbios respiratórios. Ainda para aliviar tosses, rouquidão e expectorar catarros.

E os benefícios da erva-de-santa-maria não param por aí, porque a planta é conhecida na medicina popular como antisséptico natural, eficiente para tratar de picadas de insetos e evitar a contaminação e a inflamação de ferimentos.

Segundo a sabedoria popular no país, a erva-de-santa-maria é boa para auxiliar na cicatrização da pele, fortalecer o sistema imunológico, eliminar inflamações, combater infecções bacterianas, virais e fúngicas e evitar osteoporose.

A planta também tem uso veterinário, pois se acredita que ela ajude a eliminar vermes. Contudo a Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade Animal (ASPCA) a considerou tóxica, principalmente para cachorros, gatos e cavalos, apontando efeitos como diarreias e vômitos. Logo, é importante que os animais domésticos não consumam qualquer parte da planta e, caso isso aconteça, um médico veterinário deve ser consultado.

Apesar disso, a erva-de-santa-maria é matéria-prima para a fabricação de produtos para higiene de animais domésticos, pois ajuda a prevenir e a combater parasitas.

Embora seja mais utilizada de maneira doméstica na função de repelente de insetos e inseticida, a planta tem potencial para o controle biológico de algumas pragas. No entanto são necessários estudos aprofundados sobre essa possibilidade.

Embora seja considerada invasora, pois nasce espontaneamente em solos úmidos, a erva-de-santa-maria pode ser cultivada em canteiros e vasos e tem uso ornamental, principalmente devido ao verde intenso de suas folhas e à delicadeza das flores, que salpicam a folhagem, trazendo beleza aos ambientes.

Mas o uso da erva-de-santa-maria ainda se amplia à espiritualidade, pois benzedeiras e praticantes da umbanda e do candomblé acreditam que se trata de uma planta capaz de limpar o ambiente, descarregar más energias, promover a cura de enfermidades do corpo e da alma e atrair o amor e bons amigos.

Qual é o significado da Erva-de-Santa-Maria

Como visto, a erva-de-santa-maria pode ser utilizada para fins medicinais, ornamentais e espirituais. Além disso, esta planta, assim como todos os seres vivos, possui energia e, por isso, é capaz de despertar sensações e gerar estados emocionais como alegria, confiança e otimismo.

Além disso, a partir das características físicas e do significado cultural que representa, ela pode revelar traços de personalidade que devem ser mantidos e aqueles que precisam ser aperfeiçoados para que uma pessoa alcance evolução na trajetória de vida.

Nesse sentido, a erva-de-santa-maria, com suas flores miúdas em tons de verde-claro, amarelo-claro e branco, revela uma personalidade ponderada, sociável, incansável, humanitária, bondosa e que usa as próprias capacidades para realizar os propósitos a que se propõe.

Esta planta inspira quem está passando por um período turbulento a ter esperança. Ela estimula a controlar a ansiedade e a buscar forças internas para vencer a insegurança e confiar no porvir. Ajuda a encontrar coragem para enfrentar os desafios e compreender que alguns obstáculos podem surgir, mas não devem ser motivo de medo.

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A erva-de-santa-maria emana a energia da cura, da fé na Providência Divina e estimula a transformar os infortúnios, como o fracasso financeiro, o desemprego, a falta de dinheiro, a deficiência em suprir as necessidades da família etc. em pontos de atenção para aprimoramento. Ela inspira a enxergar os próprios potenciais e mostra, por meio das suas flores, que a vida é de abundância. Para tanto, é fundamental ter um olhar dedicado e amplo.

Esta planta simples e aparentemente comum traz a vibração da purificação, do expurgo de emoções e de sentimentos que não fazem bem. Inspira a se conectar à energia da Criação e a compreender que crescer requer mudanças.

A Erva-de-Santa-Maria na espiritualidade

No item anterior, foi possível perceber que a energia da erva-de-santa-maria pode estimular emoções e despertar para aspectos importantes da personalidade, promovendo reflexão e autoconhecimento. Além disso, ela influencia fatores mentais e psicológicos, como fé, coragem e confiança.

E o significado da Erva-de-Santa-Maria na espiritualidade se relaciona à conexão com as próprias crenças, com valores e com o plano superior, ao mesmo tempo em que amplia as influências da planta na saúde do corpo e da mente.

Inclusive, os benefícios da Erva-de-Santa-Maria na espiritualidade são visíveis. Acompanhe a seguir!

1 — Desperta a importância da conexão com a sabedoria ancestral e com o divino, uma vez que traz na própria história a transmissão de processos de cura.

2 — Inspira a perceber a beleza da Criação que se mostra na natureza, num processo de integração e interdependência de todos os seres vivos como parte de um Todo.

3 — Estimula a buscar expansão, mesmo que de forma modesta, evidenciando que todos têm dentro de si um grande potencial.

4 — Incentiva a buscar purificação e a eliminar tudo o que faz mal ao corpo, à mente e à alma, principalmente porque tem propriedades laxativas e expectorantes.

5 — Fortalece o equilíbrio e age em desvios energéticos, facilitando o bom funcionamento do corpo espiritual e, como resultado, traz saúde física.

6 — Afasta maus espíritos, sendo uma planta indicada para fazer banhos de descarrego. No candomblé, está ligada a Ogum.

7 — Ajuda na purificação e na harmonização do corpo, da mente e do espírito. O banho de erva-de-santa-maria na umbanda, por exemplo, é empregado em vários rituais com tais finalidades, assim como em “amaci” (banho para conexão com o Santo Protetor e o Guia Espiritual).

Inclusive, a erva-de-santa-maria para que serve na umbanda está relacionada a Obaluaiê (ou Omolu), orixá da cura, da saúde e senhor da terra.

8 — Harmoniza os chacras e equilibra as energias vitais, sendo considerada importante para levantar o astral e muito usada para ajudar pessoas doentes, pois tem alto poder de regeneração e a energia de cura.

A Erva-de-Santa-Maria na saúde

Mulher segurando um papel com rosto feliz perto de sua barriga

Como visto anteriormente, os benefícios da Erva-de-Santa-Maria na espiritualidade mostram o poder desta planta para favorecer a conexão de uma pessoa com suas convicções, com suas crenças, com seus valores e com o “Eu Superior”.

Mas o significado da Erva-de-Santa-Maria na saúde é evidente àmedida em que ela representa um recurso de excelência para a Humanidade ao longo das épocas, servindo a várias finalidades e se mostrando útil ao bem-estar e à preservação da vida.

Infelizmente, no decorrer da História, registros se perdem ou sequer são feitos, mas é possível acreditar que os benefícios da Erva-de-Santa-Maria na saúde há muito se fazem notar no cotidiano das pessoas — e alguns podem ser facilmente observados no presente momento. Confira!

1 — Elimina vermes intestinais — a erva-de-santa-maria contém ascaridol, um importante agente fitoquímico com ação anti-helmíntica, que elimina principalmente lombrigas.

2 — Facilita a digestão — por possuir agentes carminativos e fibras dietéticas, a erva-de-santa-maria ajuda a combater problemas digestivos e reduz flatulência.

3 — Combate infecções bacterianas, virais e fúngicas — tanto o extrato quanto o óleo essencial da erva-de-santa-maria têm ação antimicrobiana, capaz de combater tais infecções.

4 — Fortalece o sistema imunológico — a planta tem compostos antioxidantes, como vitamina A e betacaroteno, assim como ácido fólico, que agem protegendo e fortalecendo o sistema imune.

5 — Combate a anemia — a planta tem saponinas, flavonoides e ácido fólico, fitoquímicos importantes no combate a esse distúrbio do sangue.

6 — Aumenta a eficiência do sistema metabólico — entre as vitaminas encontradas na planta, estão as do complexo B, como B2 e B6, que ajudam a converter os nutrientes dos alimentos em energia e melhoram a saúde da pele, a função cerebral, o sistema nervoso e o sistema imune.

7 — Ajuda a reduzir a pressão arterial — entre os fitoquímicos que compõem a erva-de-santa-maria estão minerais, entre eles o potássio, que age como vasodilatador, reduzindo o risco de doenças cardíacas como infartos, aterosclerose e outros.

8 — Protege a pele contra o envelhecimento precoce — por possuir vitaminas, sais minerais e agentes antioxidantes, a erva-de-santa-maria ajuda a proteger o organismo contra o estresse oxidativo.

9 — Apoia a saúde dos ossos — minerais como fósforo, manganês, zinco e cálcio são propriedades bioquímicas da erva-de-santa-maria que contribuem para elevar a densidade óssea, ajudando a prevenir o desenvolvimento de osteoartrite e osteoporose.

10 — Auxilia no tratamento de hemorroidas — com ação antisséptica e cicatrizante, o uso tópico em forma de emplastro feito com as folhas maceradas da planta auxilia na recuperação dos tecidos da pele e os protegem contra micróbios.

11 — Favorece o tratamento de enfermidades do sistema respiratório, como tosse, asma, rouquidão, bronquites e catarros, pois tem ação expectorante.

Erva-de-Santa-Maria onde e como usar

Com benefícios comprovados para a saúde tanto na prática da medicina popular como nas pesquisas científicas, a erva-de-santa-maria vem sendo estudada, de modo a garantir que ela possa ser empregada com total segurança na prevenção e no tratamento de doenças endêmicas e tenha seu uso ampliado.

Considerando a utilização medicinal, o chá de erva santa maria é o mais comumente preparado, principalmente quando se deseja a ação vermífuga. Porém, por ser expectorante, ele também é usado no tratamento de problemas respiratórios, especialmente de gripes.

Entretanto como preparar erva-de-santa-maria para vermes deve ser um ponto de atenção, de modo a evitar equívocos na quantidade de folhas a ser usada ou na dose do óleo essencial. O ideal é sempre buscar a orientação de um especialista, que, diante de cada caso, pode recomendar o uso adequado e seguro.

De qualquer forma, a sabedoria popular orienta como fazer o chá de erva-de-santa-maria a partir da infusão de uma colher de chá (3 gramas) das folhas secas da planta em 240 ml de água fervente. Depois de repousar durante 10 minutos, o chá deve ser coado e consumido pela manhã durante três dias. Lembre-se de que as folhas têm sabor amargo e pouco palatável.

Em relação ao preparo do chá de erva santa maria para ingestão com uso do óleo essencial, é melhor que a dosagem seja orientada por um fitoterapeuta, pelo médico ou por uma pessoa especializada e experiente em medicina popular.

Saber exatamente para que serve o chá de erva santa maria é importante para evitar o uso inapropriado, lembrando que essa preparação também pode ser usada em compressas para aliviar hematomas e dores artríticas, de varizes e outras.

Além do chá de erva santa maria, que pode ser consumido para tratar problemas do sistema digestivo, as folhas podem ser batidas com leite. Juntamente com flores e sementes, elas são base para tinturas, xaropes, extratos e essências para uso interno ou tópico.

As folhas maceradas ou amassadas da erva-de-santa-maria ainda são usadas como cataplasma, que deve ser colocado sobre o local afetado para diminuir o inchaço e aplacar hematomas relacionados a contusões.

Ainda é possível preparar banho de assento a partir de infusões com as folhas da planta ou com o óleo essencial, para tratamento de infecções vaginais, pois tem ação antisséptica.

O óleo essencial da erva-de-santa-maria pode ser usado como base de cremes e pomadas ou ser aplicado sobre a pele, preferencialmente misturado a outro óleo, como o de amêndoas, pois tem ação emoliente que ajuda a cicatrizar ferimentos. Também é adicionado a xampus e sabonetes líquidos para combater piolhos e sarna. Além disso, pode ser a base para uma solução inseticida.

O uso alimentar da erva-de-santa-maria para as plantas encontradas no Brasil não é recomendado, considerando que os fitoquímicos podem divergir de espécimes dos outros locais nos quais ela é ingerida.

É sempre importante não utilizar equivocadamente uma planta acreditando ser outra, pois os efeitos podem ser não só ineficientes como prejudiciais.

Contraindicações e efeitos colaterais da Erva-de-Santa-Maria

Quando se conhece as propriedades e os usos de uma planta, é possível aproveitar ao máximo os benefícios que ela oferece, sejam medicinais, ornamentais ou nutricionais. Além disso, é importante ter em mente que todas as plantas contêm agentes bioquímicos que atuam de formas variadas e trazem efeitos previstos, assim como alguns indesejados. É por isso que investigações científicas sobre fitoquímicos são fundamentais.

Em se tratando da erva-de-santa-maria, tanto a sabedoria popular quanto as pesquisas científicas alertam para a toxicidade da planta. O óleo essencial da planta, por exemplo, não deve ser ingerido, podendo causar reações como vômitos, náuseas, transtornos visuais, problemas cardíacos e respiratórios, lesões hepáticas e renais, bem como surdez. Inclusive, ele tem efeito acumulativo.

O ascaridol, um fitoquímico abundante na planta, em doses elevadas pode produzir taquicardia, prostração e óbito por parada cardiorrespiratória. Em ratos, por exemplo, a dose letal é o equivalente a 0,075 mg por quilo, o que é bastante pouco. No uso tópico, pode causar irritação da pele e das mucosas.

A erva-de-santa-maria é contraindicada para mulheres grávidas ou que estejam amamentando e para crianças menores de três anos, a menos que haja orientação médica para o contrário.

Embora não haja confirmação científica, a erva-de-santa-maria pode ser abortiva, uma vez que a ingestão do chá em quantidade ou frequência elevada pode provocar contrações. Além disso, pessoas com doenças auditivas, renais e hepáticas também devem evitar a planta em quaisquer formas de uso.

Quanto à interação medicamentosa, não há relatos a respeito. Entretanto é essencial que, antes de fazer uso de qualquer preparação com partes da planta, um médico seja consultado.

Como plantar e cuidar da Erva-de-Santa-Maria

Pessoa plantando semente

Considerando a utilização simples e os muitos benefícios dessa planta extraordinária, por que não tê-la cultivada em casa? Mas na sequência surge a dúvida de como plantar erva-de-santa-maria.

Em primeiro lugar, é importante considerar que ela é uma planta invasora, ou seja, tem potencial de nascer onde encontrar condições climáticas e de solo para isso. Mas ela pode ser cultivada por meio de sementes, de estaquias ou de mudas. Veja como proceder no plantio com sementes:

1 — Adquira as sementes da espécie correta (Chenopodium ambrosioides) e de procedência confiável para garantir a qualidade da planta.

2 — Lembre-se de que a erva-de-santa-maria é nativa de climas tropicais, mas se desenvolve bem em climas subtropicais e temperados, precisando de solo úmido e de luz solar.

3 — Escolha um local que possa oferecer luz, mas se as temperaturas da região forem muito elevadas, prefira colocar a planta na sombra.

4 — Atente-se para o fato de que o solo ideal para plantio da erva-de-santa-maria deve ser fértil, rico em matéria orgânica e bem drenado, porém úmido. As regas devem ser frequentes na fase de desenvolvimento da planta, mas sem que o solo fique encharcado.

5 — Caso queira ou necessite adubar o solo para receber a erva-de-santa-maria, este procedimento deverá ocorrer dez dias antes do plantio, com uma mistura de compostos orgânicos e esterco bem curtido de curral.

6 — Considere que o plantio das sementes deve ocorrer no início da primavera, se for feito em vaso. Caso a opção seja num canteiro ou no jardim, o plantio pode ser feito em outra estação, desde que o solo esteja com a temperatura de 25º C. Se a ideia for ter mais de um pé, mantenha um espaçamento de 15 cm entre cada semeadura.

7 — Mergulhe as sementes na água e deixe-as repousando durante 24 horas. Isso vai agilizar a germinação. Escorra a água depois disso e imediatamente antes da semeadura.

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8 — Coloque as sementes no solo e as pressione levemente. Adicione uma camada fina de terra, preferencialmente com matéria orgânica por cima, e regue. Mantenha sempre o solo úmido até que elas germinem, o que deve ocorrer de 7 a 14 dias.

9 — Deixe o vaso em local com incidência de luz solar plena. O mesmo deve ocorrer com plantio na horta ou no jardim. A erva-de-santa-maria tolera clima seco, mas não falta de água.

10 — Faça a poda do caule central da planta para incentivar mais ramificações, pois isso significa mais folhas. Corte os espigões de flores, de modo a ter mais folhas. Caso esteja cultivando a planta para fins ornamentais, evite cortar os espigões e aguarde as flores desabrocharem.

11 — Mantenha a atenção para insetos chamados tripes (Thysanoptera), também conhecidos como verme-da-madeira. Eles devem ser eliminados com sabão inseticida ou sabão de potássio, encontrados em lojas do ramo. Além de sugar fluídos importantes da planta, eles transferem vírus entre espécies.

12 — Observe se as folhas da planta estão com descoloração, pois isso é sinal de que ela está sendo atacada por vírus e precisará ser destruída.

13 — Colete as sementes esfregando os caules entre os dedos e as deixando cair dentro de um recipiente. Armazene em local fresco, mantendo o recipiente fechado. Se elas se espalharem no solo, a tendência é que nasçam mais pés da planta.

14 — A colheita das folhas pode ocorrer cerca de 55 dias após a semeadura. Para isso, tanto faz cortar quanto rasgar as folhas jovens do caule central, mas prefira fazer isso no início da manhã.

Mitos e verdades sobre a Erva-de-Santa-Maria

Muitos são os conhecimentos sobre as plantas que as pessoas obtêm por meio da sabedoria popular, assim como por tomarem contato com pesquisas científicas desenvolvidas ao longo do tempo. Porém ainda há muitas informações inconsistentes que provocam distorções e aumentam o risco de uso inadequado de fitoterápicos, incluindo a erva-de-santa-maria. Assim são criados mitos que precisam ser eliminados. Por isso veja a seguir alguns deles, assim como verdades sobre esta planta.

1 — A erva-de-santa-maria é bom para inflamação — verdade — rica em flavonoides, alcaloides e compostos fenólicos, a planta impede a ação metabólica das prostaglandinas e do ácido araquidônico, promovendo efeitos anti-inflamatórios.

2 — A erva-de-santa-maria é bom para dor muscular — verdade — o extrato etanólico de folhas e caules provou ter ação antinociceptiva. Em outras palavras, tem efeito analgésico, atuando nos receptores relacionados à percepção da dor. E por ter propriedades anti-inflamatórias, ajuda a tratar o problema.

3 — A erva-de-santa-maria emagrece — mito — não há pesquisa científica que comprove essa hipótese, embora as folhas da planta tenham fibras e baixas calorias.

4 — A erva-de-santa-maria é bom para pulgas — verdade — embora não haja pesquisa específica sobre isso, o fitoquímico ascaridol, presente no óleo essencial das folhas, afugenta esses parasitas. Inclusive, um dos nomes populares da planta é erva-mata-pulgas.

5 — A erva-de-santa-maria protege o cultivo de morangueiro — verdade — a planta tem ação inseticida e o ascaridol, presente no óleo essencial, é o responsável por combater o ácaro-rajado (Tetranychus urticae Koch), uma verdadeira praga para essa cultura.

6 — A erva-de-santa-maria é eficaz em combater o carrapato bovino — verdade — um estudo “in vitro”, publicado na PUBVET de agosto de 2018, identificou que o extrato das folhas da planta eliminou 100% das fêmeas adultas de carrapatos Rhipicephalus sanguineus, que atacam bovinos e são vetores de doenças.

Agora que você conheceu um pouco a respeito da erva-de-santa-maria, deve ter notado que se trata de uma planta com benefícios comprovados e que desperta fé, otimismo e força interior. Amplie ainda mais seus conhecimentos e descubra o poder de outras plantas e flores do Oráculo Floral. Surpreenda-se com as dádivas da natureza! Acesse os links abaixo.

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