Quando uma planta é chamada popularmente de maravilha, há que se acreditar que deve existir uma boa razão. Muito ornamental, ela é também conhecida como batata-de-purga, bonina e beijos-de-frade.
Curiosamente, flores de cores branca, amarela, laranja, magenta e vermelha podem ser encontradas simultaneamente numa mesma planta, que forma maciços exuberantes.
E, como um capricho da natureza, cada flor do pé de maravilha, também conhecida como jalapa, jalapa-do-mato, jalapa-falsa e maravilha-de-forquilha, ainda pode ter manchas, raios e salpicos de cores diferentes, trazendo aos olhos uma explosão de beleza.
A maravilha é tratada por alguns como bela-noite, belas-noites e boa-noite. E não à toa, uma vez que as flores se abrem do final da tarde para o anoitecer e assim permanecem até antes do amanhecer ou em parte da manhã, se o dia estiver nublado. Os ingleses, por exemplo, chamam a planta de “four o’clock” (flor-de-quatro-horas ou flor-quatro-horas).
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Apesar das várias denominações populares atribuídas a essa planta, ela tem o nome científico de Mirabilis jalapa e pertence à família botânica Nyctaginaceae.
Mas fazendo justiça ao termo “maravilha”, ela é também uma planta medicinal, rica em compostos bioquímicos que beneficiam a saúde física e mental. Descubra neste artigo as propriedades, os usos e as curiosidades que cercam essa significativa dádiva da natureza.
O que é maravilha?
Embora não haja total consenso sobre a origem da maravilha, acredita-se que ela seja nativa das áreas quentes do Peru, Chile, México e Índia. Ocorre de forma naturalizada em todas as regiões tropicais e temperadas do globo, sendo que, sob temperaturas mais frias, parece morrer já nas primeiras geadas, mas renasce na primavera seguinte.
O nome Mirabilis, que designa o gênero dessa espécie, tem origem em “admirabilis”, do latim, e significa “surpreendente; admirável; espantoso; singular; maravilhoso”. Já ao termo “jalapa” são atribuídas várias referências, entre elas o nome de uma cidade do México, para onde se acredita que a planta tenha sido levada dos Andes Peruanos.
Mas a maravilha chegou à Europa no século XVI, por apresentar propriedades medicinais e por ter flores vistosas que exalam um aroma agradável. Expandiu-se e passou a ser cultivada e comercializada para o mundo. Entretanto, por ter uma fácil dispersão, acabou sendo considerada daninha em muitas regiões de áreas agrícolas.
Faz parte da biodiversidade de países como Peru, Equador e Bolívia. No Brasil, é uma das plantas invasoras da Mata Atlântica, pois é rústica, prosperando em áreas litorâneas e resistindo à salinidade do solo.
Ocorre da Bahia até o Paraná e pode ser confundida com a Mandevilla illustris, também chamada de batata-de-purga e com a Convolvulus jalapa, conhecida por jalapa-do-brasil, que ocorre na região do Cerrado e de onde veio o nome Jalapão (Tocantins), onde é predominante.
Deixe-se contagiar pela energia de cada cor
Trata-se de uma planta herbácea, subarbustiva, que pode atingir em média 70 cm, chegando a 1 metro de altura. Tem ciclo de vida anual em regiões de clima temperado, sendo perene nos locais tropicais. Apresenta caule ereto, levemente pendido, intensamente ramificado e de cor verde-clara. Ao longo dele há a presença de nós com intersecção avermelhada.
As folhas são simples, sem pilosidade, com base reta ou sutilmente cordiforme e extremidade superior lanceolada. Têm bordas lisas e são de cor verde-escura na face frontal, onde as nervuras se destacam porque são de verde mais claro, sendo esta a mesma cor da face abaxial (verso). Dispõem-se opostamente nos ramos e medem de 7 a 11 cm de comprimento.
As flores são bissexuadas ou unissexuadas, com odor adocicado, de cálice tubular terminando em corola no ápice (forma de trombeta). Em quantidade de 3 a 6, ficam dispostas em pequenos cachos e podem ser brancas, amarelas, rosa e vermelhas.
Cada flor apresenta 5 pétalas fundidas e filetes de cor igual a elas ou diferente, que geralmente se destacam além do conjunto. Na extremidade de cada um, encontra-se o estigma, que igualmente pode ter cor similar ou contrastante a esse filete.
Surpreendentemente, cada uma pode ter mais de uma cor, formando padrões manchados, salpicados, raiados e, às vezes, dividindo as pétalas em dois grupos, cada um de cor distinta. Apresenta um fruto único.
A floração ocorre principalmente na primavera e no verão, e atrai insetos polinizadores, pássaros e mariposas, notadamente as de língua longa, do gênero Sphingidae, importantes ecológica e economicamente. Pode ocorrer em uma determinada cor durante um período de vida da planta, e em outra, com o passar do tempo. Assim, as flores amarelas, por exemplo, podem vir a se tornar magenta e depois rosa-pálido.
Os frutos também são as sementes. Eles são de globosos a largo-ovoides, enrugados e de cor que varia de castanho-escuro a preto (maduros), mas que começam macios e em verde-amarelado para posteriormente se tornarem duros e parecidos com grãos de pimenta-do-reino, porém quase do tamanho de uma ervilha. Ao caírem no solo, dão vida a novas plantas.
A raiz da maravilha é tuberosa, sendo conhecida pelos efeitos laxativos, motivo pelo qual a planta é chamada de batata-de-purga. Tem cor escura (marrom) por fora e branco-leitosa por dentro.
A maravilha (Mirabilis jalapa) foi descrita, conforme as regras atuais da taxonomia, pelo botânico sueco Carl Linnaeus (1707-1778) na obra “Species Plantarum”, de 1753. E o botânico alemão Carl Correns (1864-1933) utilizou a planta como modelo de estudos sobre as Leis da Hereditariedade de Mendel (1822-1884).
Em 1909, com base nela, ele divulgou que a cor diversificada da folha de uma planta está relacionada com uma herança citoplasmática dependente do pai. E assim, entre suas muitas contribuições à ciência, ampliou as descobertas feitas por Mendel.
Embora a maravilha seja comumente ornamental, ela tem uso na medicina popular de vários países ao redor do mundo e é uma das mais estudadas por centros acadêmicos e institutos de pesquisa científica, pois já demonstrou que pode trazer benefícios à saúde física e mental, além de favorecer vários ecossistemas.
Propriedades da maravilha
Durante muito tempo, a maravilha foi difundida principalmente como planta ornamental. Porém o fato de ter sido utilizada por povos ancestrais na medicina caseira, e devido a algumas descobertas morfológicas sobre ela, foram empreendidas pesquisas sobre as propriedades que poderiam confirmar os benefícios para a saúde física e mental observados empiricamente, assim como outros que viriam a contribuir em outras áreas.
Popularmente a maravilha é utilizada (atualmente menos do que antes) principalmente como purgativa, vermífuga, diurética, emética (para provocar vômito) e tônica. É conhecida como antifúngica, antiespasmódica, repelente de mosquitos e afrodisíaca.
Apesar disso, já se sabe que algumas partes da planta contêm constituintes tóxicos e, portanto, devem ser empregadas com cautela e profundo conhecimento fitoterápico. Em contrapartida, ela é rica em compostos químicos importantes para o organismo humano, e alguns ainda contribuem de formas variadas para o meio ambiente.
Até o momento, sabe-se que a maravilha contém taninos, alcaloides (trigonelina, por exemplo), flavonoides (quercetina, entre outros), compostos fenólicos (ácido ferúlico, ácido dicafeico, rutina, procianidina etc.), terpenos, saponinas, esteroides, glicosídeos, carboidratos e proteínas.
As folhas apresentam hidrocarbonetos, cetonas, álcoois, esteróis (betassitosterol entre eles), ácidos, monossacarídeos (arabinose e galactose, por exemplo) e sais minerais como ferro, zinco e manganês.
As flores amarelas de maravilha contêm betaxantinas ou pigmentos como indicaxantina, vulgaxantina e miraxantina, que são antioxidantes.
As sementes têm um alto teor de proteínas e, ainda, aminoácidos essenciais. E o óleo delas extraído é constituído por ácidos graxos, entre eles os ácidos palmítico, oleico, linoleico e linolênico.
As raízes da planta contêm hidroxicumarina, alfafenilglicina, rotenoides (isoflavonas com ação inseticida) como boeravinona C e F, mirabijalona A, B, C e D e ainda amido.
Assim, a maravilha apresenta atividade antiviral, antinociceptiva (redução da sensação da dor), anti-inflamatória, hipoglicêmica, antiespasmódica, antioxidante e antialérgica, entre outras, confirmando algumas propriedades atribuídas à planta pela medicina caseira e ampliando suas possibilidades de uso.
Tipos de maravilha
A maravilha (Mirabilis jalapa) faz parte do gênero Mirabilis, formado por 63 espécies aceitas segundo a descrição taxonômica. Pertencente à família botânica Nyctaginaceae, que abrange por volta de 400 tipos de ervas, árvores e arbustos com grande potencial medicinal e ornamental devido à beleza de suas flores, inclusive tendo como representante a Bougainvillea, popularmente chamada de primavera.
O gênero Mirabilis tem várias espécies, que ocorrem nativas ou naturalizadas no globo, exceto nas regiões polares. Conheça alguns tipos a seguir!
1 - Mirabilis albida - também chamada de quatro-horas-peluda e guarda-chuva-de-veludo, essa espécie apresenta pilosidade no caule e nas folhas, que são muito lanceoladas, e a maioria encontra-se na parte inferior da planta. As flores têm cor branca, rosa-pálido ou magenta, com estames longos de cor rosa e estigmas amarelos.
2 - Mirabilis alipes - conhecida pelo nome comum de quatro-horas-alada, essa espécie é nativa dos Estados Unidos, ocorrendo desde o leste da Califórnia até o oeste do Colorado e crescendo em encostas áridas de montanhas. Apresenta flores em cor creme ou magenta.
3 - Mirabilis coccinea - conhecida como quatro-horas-escarlate, essa espécie de flor maravilha vermelha é nativa do sudoeste dos Estados Unidos e do noroeste do México, presente em planícies e em encostas rochosas e cobertas por arbustos.
4 - Mirabilis elegans - nativa do Chile e do Peru, essa espécie pode ser encontrada em regiões montanhosas de 500 a 2.000 metros de altitude, em áreas secas, onde as chuvas são raras. Apresenta flores de cor que varia entre magenta e vermelho e folhas largas, pontiagudas, carnudas e eretas nos caules.
5 - Mirabilis expansa - chamada de mauka ou chago, essa espécie é cultivada como vegetal de raiz nos Andes, em altitudes frias de 2.200 a 3.500 metros. Apresenta flores de cor branca e roxa no Equador, e somente roxa na Bolívia. Foi uma importante cultura no Império Inca, mas descrito pela primeira vez nos anos 1960, na Bolívia. As raízes maduras da planta podem atingir o comprimento e o diâmetro de um antebraço humano e são preparadas para perder o amargor e ter uso alimentar e medicinal por comunidades andinas, com alto valor nutritivo.
6 - Mirabilis gigantea - espécie com folhas ovaladas de cor verde-acinzentada, apresenta flores de cor rosa-pálido a rosa pink e ocorre nos Estados Unidos, sendo nativa do estado do Texas, onde se encontra vulnerável à extinção. Apresenta flores de cor que varia entre rosa profundo e vermelho.
7 - Mirabilis jalapa var. jalapa - variedade conhecida como flor maravilha amarela e maravilha-do-peru amarela, ocorre em beiras de estradas, áreas de lixo e campos antigos, até 2.800 metros de altitude. Pode se apresentar com floração pink, mas como popularmente conhecida, é comum que ela seja na cor amarela, com flores de estames em amarelo e estigmas em pink
8 - Mirabilis himalaica - chamada de flor maravilha-do-himalaia, essa espécie apresenta caules castanho-avermelhados, sendo quase rastejante. Tem flores de cor rosa e raiz longa que armazena água e nutrientes, permitindo que a planta atravesse estações secas e frias do Himalaia, onde cresce numa altitude de 2.300 a 4.000 metros, ocorrendo no noroeste da Índia e na China central. Entre os tibetanos, tem sido utilizada há mais de 1.300 anos para regenerar tecidos, promover diurese e eliminar cálculos renais.
9 - Mirabilis laevis var. villosa - é uma variedade desértica da Mirabilis laevis. Cresce em locais rochosos, em altitudes de até 2.300 metros. Apresenta flores brancas, eventualmente com miolo aquarelado de rosa-pálido, filetes brancos e estigmas amarelas. Está presente nas regiões de Nevada, Oregon, Utah e Arizona (Estados Unidos) e no noroeste do México.
10 - Mirabilis multiflora - também chamada de quatro horas do Colorado, essa espécie com flores grandes e vistosas de cor magenta tem folhagem verde-escura, sendo nativa em áreas áridas e de encostas do sudoeste dos Estados Unidos, indo desde o Colorado até os cânions do Oregon.
11 - Marabilis pringlei - espécie de grande beleza, com flores nas quais o tubo da trombeta tem cor branca, e a corola é magenta. Ocorre de forma ruderal no México, em áreas de solos rochosos, em beiradas úmidas de riachos, matagais, campos cultivados, à sombra ou em locais ensolarados.
12 - Marabilis pudica - espécie com flores de cor branca leitosa com filete branco e estigmas amarelos. Ocorre em planícies, colinas e matagais áridos, em altitudes de 1.000 a 1.500 metros, no estado de Nevada (Estados Unidos).
Para que serve a maravilha
Desde os primórdios, o ser humano tem nas plantas uma fonte alimentar, medicinal, ornamental e de ligação com o divino, não sendo diferente em relação à maravilha. As diversas civilizações, em diferentes épocas, atribuíram usos e significados a ela.
Assim, a maravilha é amplamente utilizada como planta paisagística, sendo cultivada em parques, praças, jardins, canteiros, bordaduras, maciços, jardineiras e vasos, principalmente pela profusão de flores e aroma que trazem grande admiração.
Os incas conheciam o uso alimentar de algumas espécies da planta maravilha, e os astecas a enxergavam como uma fonte medicamentosa natural. Ela também é utilizada na medicina Ayurveda.
Atualmente, por meio do conhecimento das substâncias fitoquímicos que a compõem, é possível compreender que partes como folhas, caules, raízes, sementes e flores podem ter funções variadas para a manutenção da saúde.
A maravilha pode ser empregada na forma de infusões, decocções, banhos, cataplasmas e compressas, entre outras preparações, para o tratamento de infecções, inflamações cutâneas e das mucosas, edemas e dores.
Também é indicada para resolver pruridos, herpes, leucorreia, feridas, picadas de insetos, hemorroidas, contusões, escoriações, bem como para aliviar cólicas e dificuldades digestivas, inclusive com ação laxativa.
Em alguns lugares do mundo, na medicina caseira, a maravilha é recomendada para tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (IST), para aliviar os sintomas da menopausa e para eliminar toxinas do organismo.
Na alimentação de algumas comunidades, as folhas são consumidas cozidas, embora tal uso deva ser feito com cautela e em condições de extrema necessidade. Também, as flores são matéria-prima para corantes de alimentos.
A maravilha, além de proporcionar beleza, aroma, cor e muitos benefícios medicinais e de prevenção a doenças, inclusive crônicas e graves, ajuda as pessoas a desenvolverem a espiritualidade. Ela leva à compreensão da multiplicidade da vida e que o ser humano deve cuidar integralmente de si, em todos os aspectos, percebendo as dádivas que chegam até ele por meio da natureza e de outros seres vivos.
Qual é o significado da maravilha
Há muito tempo, o ser humano busca encontrar na natureza a compreensão para a própria existência, enxergando nela uma conexão com algo superior e uma relação com outros seres vivos, uma vez que todos são constituídos de energia e produzem vibrações.
Assim, a maravilha é capaz de despertar entusiasmo, força interior e fé nos propósitos divinos. Além disso, as características físicas e os significados culturais associados a ela por diferentes sociedades podem ser compreendidos como indicativos de alguns aspectos da personalidade de um indivíduo.
Nesse sentido, a maravilha revela características que devem ser preservadas e expandidas, aquelas que podem ser incorporadas e desenvolvidas, e outras que precisam ser descartadas, de modo que uma pessoa alcance evolução em sua jornada de vida e nas relações sociais.
Desvende o simbolismo por trás de sonhar com flores
A maravilha é uma planta que evidencia uma personalidade terna, sensível e receptiva. Diz respeito a uma pessoa reflexiva, discreta, que não precisa chamar atenção, mas que, ao mesmo tempo, é capaz de contagiar o próximo com alegria, confiança e bons sentimentos. É alguém que se dispõe a ajudar e que compartilha as experiências, demonstrando a importância da cooperação, da diplomacia e da determinação.
Quando uma pessoa percebe que está adotando uma atitude exagerada de críticas e julgamentos, de autoritarismo, ironia, egoísmo, arrogância, mau humor ou até provocando discórdias, deve contemplar um pé de maravilha. Ao observar cada detalhe, deve refletir sobre o quanto as diferenças podem construir um conjunto harmonioso. E, assim, pensar sobre as próprias belezas e qualidades que favorecem relações positivas, respeitosas, generosas e que produzem paz e tranquilidade, princípios que são elevados.
A maravilha na espiritualidade
É indiscutível que as plantas exercem influência na conexão das pessoas com o divino, ampliando a utilidade ornamental, medicinal e alimentícia que elas proporcionam. Além de beleza, cor e perfume, elas despertam aspectos mentais e psicológicos que favorecem a ampliação da consciência de si e do entorno e da afetividade.
Nesse sentido, o significado da maravilha na espiritualidade se relaciona com a reflexão sobre crenças, valores e atitudes que convergem para a realização do propósito de vida. Assim, ela promove a compreensão do papel individual e relacional de cada um no grupo social e no mundo.
Partindo dessa perspectiva, muitos benefícios da maravilha na espiritualidade podem ser observados. Reflita sobre alguns deles, a seguir!
1 - Desperta para a importância de viver com harmonia e aceitação das diferenças. A maravilha pode ter flores com cores diferentes entre si, formando um conjunto de reconhecida e apreciada beleza.
2 - Inspira a desenvolver-se continuamente, aproveitando as experiências e o aprendizado. Além de poder apresentar mais de uma cor numa mesma flor, a planta serviu de base para estudos de Mendel sobre a determinação de fenótipos, fomentando o desenvolvimento intelectual.
3 - Estimula a oferecer o melhor de si aos demais e a construir um mundo mais solidário. A maravilha oferece suas propriedades para beneficiar várias espécies de seres vivos, como insetos polinizadores e pássaros.
4 - Incentiva a eventualmente voltar-se para si e buscar as próprias forças, de modo a renascer com mais energia e beleza para enfrentar novas etapas. A maravilha é um exemplo de que rotineiramente é necessário um momento para se fechar.
5 - Demonstra a importância de entender que a vida é feita de ciclos e que cada pessoa tem suas próprias jornadas. Na floração, a maravilha mostra que há pequenos ciclos diários ao se abrir no entardecer e se fechar no amanhecer.
6 - Impulsiona a perceber a perfeição e o poder divino na natureza, em que tudo é harmonioso, convergente e sinérgico, numa relação de interdependência e plenitude.
7 - Encoraja a oferecer amor como forma de criar um ambiente de paz e de positividade. Algumas espécies da maravilha apresentam folhas em formato de coração alongado, um símbolo universal desse sentimento nobre e construtivo.
8 - Motiva a agir com perseverança e fé diante das adversidades. A maravilha, mesmo frente a uma geada, intempérie que não a favorece, mantém-se sólida e reserva as forças para posteriormente crescer, florescer e se reproduzir.
9 - Mostra, pelo próprio exemplo, a importância de se adaptar, ampliar horizontes e avançar no tempo-espaço. A maravilha cresce em climas diversos e permanece há séculos se propagando.
10 - Revela o valor do conhecimento ancestral. A maravilha foi utilizada por povos andinos e da América Central e, ao longo do tempo, instiga pesquisadores do mundo todo sobre suas propriedades e oportunidades de uso em benefício da vida no planeta.
A maravilha na saúde
Os benefícios da maravilha na espiritualidade dizem respeito à conexão das pessoas com seu íntimo e com algo superior, sendo um exemplo de que todos os seres vivos no planeta têm uma razão para existir. E ela se torna ainda mais importante quando são identificados os benefícios que proporciona à saúde física e mental do ser humano.
É que o significado da maravilha na saúde extrapola o tempo, o espaço e os traços culturais das sociedades. Ela já se mostrou capaz de promover cura e bem-estar em muitas pessoas, em diferentes épocas e lugares. Além disso, continua sendo um recurso natural disponível ao uso de muitas comunidades para suprir necessidades medicamentosas.
Assim, há importantes benefícios da maravilha na saúde descobertos empiricamente e identificados pelos meios científicos. Eles dizem respeito a promover restabelecimento no caso de enfermidades em curso, bem como prevenir males que perturbam o equilíbrio de uma pessoa, da sua família e dos grupos aos quais ela pertence. Conheça alguns desses benefícios.
1 - Combate algumas espécies de fungos, entre elas a Candida albicans, que provoca infecção oral, vaginal e peniana, bem como outras que podem levar a óbito pacientes com imunodeficiência. Tem atividade antifúngica associada aos compostos bioquímicos isoflavona e rotenoides.
2 - Apresenta atividade antibacteriana contra Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Vibrio cholerae, Shigella flexneri, Salmonella typhi e algumas cepas de Enterobacter sp. que causam disfunções nos sistemas urinário, respiratório, gastrointestinal, cólera, meningite, endocardite e sepse, entre outras. Contém flavonoides e compostos fenólicos.
3 - Protege o organismo da ação dos radicais livres, com atividade antioxidante, uma vez que é rica em flavonoides, entre eles a quercetina.
4 - Regenera as células epiteliais, demonstrando ação cicatrizante para ferimentos e feridas, uma vez que contém terpenoides e flavonoides, especialmente quando se trata dos extratos das raízes e das folhas da planta.
5 - Representa potencial no desenvolvimento de medicamentos para prevenção e tratamento do câncer, com ação anticancerígena contra diferentes linhagens de células tumorais, devido à presença de vários compostos químicos, entre eles os flavonoides.
6 - Promove restabelecimento do organismo, com ação anti-inflamatória associada à presença de alcaloides e esteroides, principalmente no extrato das folhas e das flores da planta.
7 - Demonstra efeito antinociceptivo (contra a sensação da dor), embora este seja dependente das respostas do sistema colinérgico e não se saiba claramente os agentes bioquímicos que causem tal efeito, talvez associados à atividade antioxidante da planta.
8 - Indica potencial no desenvolvimento de fármacos ou suplementos alimentícios funcionais para o tratamento de diabetes, uma vez que as raízes contêm fitocompostos como trigonelina, com ação hipoglicemiante e hipolipidêmica (baixa o colesterol LDL e os triglicérides).
9 - Revela atividade anti-histamínica e imunomoduladora, sendo que o extrato das raízes pode ser usado para tratar reações alérgicas da pele e do sistema respiratório, bem como aumentar a produção de anticorpos, uma vez que apresenta flavonoides.
10 - Confirma o uso medicinal popular para tratamento de cólicas abdominais e menstruais. Apresenta ação antiespasmódica associada ao efeito inibitório da contratilidade do músculo liso intestinal e estímulo à contração do músculo aórtico, dependente da dose, pois contém muitos compostos químicos, entre eles os rotenoides.
11 - Manifesta atividade anti-helmíntica, podendo ter uso dos extratos etanólicos das folhas e partes aéreas da planta, que contém fitoquímicos como alcaloides, taninos e flavonoides. Contudo são necessários mais estudos para identificar quais são os mais efetivos.
12 - Significa um potencial natural para o desenvolvimento de fármacos com efeitos neuroprotetores, apresentando atividade ansiolítica e anticonvulsivante, graças aos compostos fenólicos, taninos e flavonoides disponíveis em folhas e raízes da planta.
13 - Mostra potencial no desenvolvimento de produtos para combate ao Bacillus megaterium, que ataca culturas economicamente importantes na alimentação humana, por exemplo, a de batatas, cenouras, tomates e melancias.
Maravilha – onde e como usar
A maravilha pode ser empregada de várias formas. As raízes podem ser utilizadas para a preparação de infusões que regulam o intestino, combatem vermes e corrimentos vaginais, entre outras funções descritas anteriormente.
Apesar disso, o uso mais difundido é o ornamental, sendo que a planta pode ser cultivada em vasos, jardins ou bordas de cercas e muros, embelezando e atraindo pássaros, borboletas e outros insetos polinizadores, inclusive noturnos.
Quanto ao uso alimentar, tanto as flores quanto as folhas podem ser utilizadas em algumas preparações. E, se você está se perguntando para que serve a flor de maravilha, saiba que, além de embelezar e perfumar, ela pode ser empregada como corante de bolos e de geleias, desde que em quantidade adequada. Os navajos (indígenas norte-americanos), por exemplo, fervem as flores para extrair delas um corante marrom-claro ou roxo para tingir lã.
As folhas podem ser consumidas bem cozidas em ensopados e como guarnição de grãos, legumes e carnes, mas com cautela, devido a compostos químicos (como alcaloides) que apresentam efeitos tóxicos. É importante considerar que, para tal uso, é fundamental que a planta tenha sido cultivada com manejo orgânico.
Quanto ao uso medicinal da maravilha, é muito comum preparar infusão das folhas e decocção das raízes para tratar especialmente distúrbios gastrointestinais, cólicas e dores. Ainda, para reduzir inflamações e para controlar o diabetes. São indicadas como diurético, purgativo e cicatrizante.
Assim, os chás produzidos com diferentes partes da planta e em concentrações específicas representam uma alternativa terapêutica caseira, mas que deve ser orientada por quem conhece profundamente a planta, suas propriedades, finalidades, bem como a pessoa que fará uso deles.
O chá produzido com as folhas por meio de infusão é simples de ser preparado, mas só deve ser ingerido com recomendação de profissional competente. Basta adicionar 5 gramas (uma colher rasa de sobremesa) de folhas picadas da maravilha a 500 ml de água fervente, com o fogo já desligado. Tampe. Coe após 10 minutos e beba durante o dia, adoçado, se preferir.
Aproveite a oportunidade para trazer à memória lembranças de felicidade, harmonia, sucesso, cura e prazer. Conecte-se com suas esperanças e com seus bons sentimentos.
Outra forma de usar a maravilha é por meio da decocção das raízes, que, embora seja indicada por alguns como afrodisíaca, diurética e laxante, deve ter aplicação tópica com compressas para aliviar edemas, dores artríticas, musculares e provenientes de contusões, bem como para cicatrizar ferimentos.
Esse chá feito com as raízes da maravilha pode ser usado em banhos de assento para tratar infecções geniturinárias, trazendo um efeito antisséptico, anti-inflamatório e cicatrizante.
As folhas picadas e maceradas podem ser colocadas sobre ulcerações, com uso de uma gaze ou de um pano limpo, para trazer alívio da dor e promover cicatrização.
As sementes de maravilha, quando bem trituradas e transformadas em pó, dão origem a cremes para hidratar, cicatrizar acne e retardar o aparecimento de linhas de expressão.
As flores podem ser empregadas em infusões. Mas para que serve o chá da flor de maravilha? Essa bebida ajuda a regular a flora intestinal, e a receita é simples: amasse um punhado das flores e folhas da planta num pilão. Transfira para um recipiente de vidro. Adicione uma xícara (250 ml) de água fervente e tampe. Aguarde 10 minutos, coe e, se preferir, adoce antes de consumir.
O chá da flor de maravilha ainda pode ser preparado por meio da infusão das pétalas. Nesse caso, amasse um punhado delas no pilão e reserve. Ferva 2 litros de água e desligue a chama. Adicione um punhado de pétalas e mais aquele amassado no pilão. Tampe e espere amornar. Coe e utilize após o banho de higiene, preferencialmente à noite, jogando o líquido do pescoço para baixo.
Na oportunidade, mentalize imagens da natureza, cenas de alegria ao lado de pessoas queridas, sorrisos e momentos de gratidão. Esse banho de maravilha é relaxante, promove uma boa noite de sono e traz a sensação de paz e alegria
Em lojas de produtos naturais, grandes redes de farmácia e na internet, é possível encontrar produtos feitos à base de maravilha, como cápsulas, óleo essencial, florais e raízes. Todos devem ser usados sob a orientação de um profissional fitoterapeuta experiente.
Contraindicações e efeitos colaterais da maravilha
Por mais benefícios que uma planta possa oferecer, ela contém compostos bioquímicos que podem provocar efeitos indesejados e até perigosos, que se referem a processos alérgicos e até levam a óbito. Com a maravilha (Mirabilis jalapa), algumas precauções devem ser adotadas. Veja, a seguir.
1 - Embora a maravilha há séculos seja considerada uma planta medicinal, tendo uso tópico e oral, ela contém hidratos de carbono, galactose e ácido nicotínico, que apresentam atividade purgativa e que, em dose e frequência excessivas, podem produzir toxicidade. Assim, a aplicação alimentícia e medicinal deve sempre ser profissionalmente orientada.
2 - Há plantas de espécies diferentes que são tratadas pelo mesmo nome da Mirabilis jalapa. Elas contêm substâncias químicas que podem ser as mesmas, mas também totalmente diferentes, além de apresentarem concentrações distintas. Portanto produtos à base de maravilha, batata-de-purga ou jalapa devem ser utilizados quando há identificação botânica.
3 - Pessoas que façam uso de medicamentos ansiolíticos, antidepressivos, para controle glicêmico, lipídico e para tratamento de outras doenças crônicas e câncer somente devem fazer uso oral de chás de maravilha sob prescrição médica.
4 - Nenhum tratamento convencional deve ser substituído pelo uso de preparações com maravilha, a menos que haja orientação e monitoramento médico.
5 - As sementes e as raízes de maravilha (Mirabilis jalapa) contêm substâncias tóxicas e devem ser usadas com recomendação de um profissional fitoterápico ou de um médico.
6 - Mulheres grávidas, lactantes e crianças até 12 anos somente devem fazer uso de produtos à base de maravilha, principalmente oral, sob prescrição médica.
7 - A atenção deve ser redobrada quando as sementes da planta se tornam maduras, pois elas atraem a atenção das crianças, que podem ingeri-las. Caso isso ocorra, é importante buscar atendimento médico imediato.
8 - As sementes e as raízes da maravilha podem causar intoxicações em animais domésticos, uma vez que contêm alcaloides, resinas e arabinose, que provocam distúrbios ao sistema digestivo, náuseas e diarreias. Além disso, o contato com folhas e flores da planta podem produzir dermatites de várias relevâncias. Caso ocorram, procure a ajuda de um médico veterinário.
Como plantar e cuidar da maravilha
Principalmente devido à grande qualidade ornamental, muitas pessoas desejam ter pelo menos um pé de maravilha em casa. Inclusive, ele é capaz de perfumar o jardim, o terraço ou qualquer ambiente em que esteja.
Na flor maravilha, cheiro adocicado não é novidade, e, quando a floração branca é predominante na planta, esse aroma é similar ao das flores de laranjeira.
Para cultivar a maravilha, é importante considerar que essa planta tolera o frio e a meia-sombra, porém terá folhagem menos densa e floração pouco abundante sob tais condições. Ressalte-se também que novas mudas podem ser obtidas por meio de sementes ou de partes das raízes grossas da planta.
A maravilha se adapta bem a áreas litorâneas, tolerando a salinidade do solo, caso seja cultivada diretamente nele. Contudo ele é ideal para ela se for fértil, rico em matéria orgânica e bem drenado, com pH entre 6 e 7.
Quando o pé de maravilha é cultivado em vaso, ele tende a ter altura inferior do que se fosse plantado no solo do jardim. Ele se desenvolve em climas equatorial, subtropical, tropical e oceânico, tolerando períodos secos, porém sendo sensível a geadas. Nos dias muito quentes, as folhas da planta tendem a murchar, mas, tão logo comece a esfriar, elas retomam o vigor. A temperatura ideal é a mínima de 14 e a máxima de 30 graus Celsius.
Embora a planta seja resistente, se ela for plantada sob condições apropriadas, terá um melhor desenvolvimento. Então saiba como cultivar a maravilha em vaso, de maneira orgânica e usando as sementes.
1 - Adquira as sementes de maravilha solicitando-as pelo nome científico da planta, de modo a garantir que seja de fato a Mirabilis jalapa. Lembre-se de que o nome popular pode se referir a outras espécies.
2 - Coloque de oito a dez sementes num copo com água suficiente para cobri-las e deixe de molho durante a noite. Por terem cascas espessas, elas germinam mais facilmente adotando esse procedimento. Após isso, elas ainda estarão firmes, porém inchadas.
3 - Escolha um vaso com 30 cm de altura por 30 cm de diâmetro ou mais, com orifício no fundo (preferencialmente que tenha quatro ou cinco). Ele irá favorecer a drenagem de água. Lembre-se de que a maravilha desenvolve raízes profundas, que gostam de umidade, mas não de encharcamento.
4 - Coloque argila expandida, brita ou cacos de telha no fundo do vaso. Adicione terra vegetal até cerca de 2 cm da borda do vaso, sem pressionar.
5 - Umedeça bem o solo, sem encharcá-lo. Se necessário, acrescente mais terra. Espalhe as sementes (sem a água do molho) sobre a superfície da terra, de modo regular. Adicione uma camada fina de terra (em torno de 1,5 cm) de maneira a cobrir as sementes.
6 - Mantenha o vaso em local com incidência de luz solar. Ele deve receber pelo menos 6 horas diárias de sol. Isso fará com que a germinação ocorra de forma mais rápida e fácil. Caso seja um dia muito quente, transporte o vaso para um local à sombra. As primeiras mudas deverão surgir após duas semanas.
7 - Quando as mudas tiverem pelo menos dois conjuntos de folhas, retire do vaso as mais fracas, mantendo nele somente aquelas com aparência forte e saudável.
8 - Faça regas regulares. A planta maravilha precisa de água para se desenvolver e não deve permanecer sem ela por mais do que dois dias. Durante o inverno, as regas poderão ser mais esparsas. Para se certificar da necessidade de umidade no solo, realize o teste do indicador na profundidade dele. Evite encharcar a terra, o que pode provocar o apodrecimento das raízes e a morte da maravilha.
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9 - Fertilize o pé de maravilha mensalmente durante os meses de primavera e de verão. Dessa forma, ele crescerá mais vigoroso e a floração será mais intensa. Embora no mercado haja o tipo NPK 10-10-10, no cultivo orgânico considere colocar na superfície do solo uma mistura de composto orgânico com adubo bovino ou de aves bem curtido.
10 - Observe a qualidade das folhas da maravilha, que é uma planta resistente a pragas. Mas se houver sinais de amarelamento, retire as folhas manualmente ou com uso de uma tesoura de jardinagem esterilizada.
11 - A primeira floração do pé de maravilha deve ocorrer após 90 dias do plantio e pode se repetir durante o ano em locais mais quentes. Contudo, em regiões mais frias, ela deverá ocorrer nos meses de primavera e verão até o início do outono.
12 - Elimine manualmente os botões florais que estiverem murchos ou as flores que já tiverem desabrochado e estão envelhecidas.
13 – Mantenha a atenção quanto à flor maravilha, como cuidar para que a semente madura não caia no solo espontaneamente e faça surgir uma nova planta quando não desejado. Para evitar que isso aconteça, colha as sementes assim que estiverem com a coloração escura. Faça isso manualmente, uma por uma, ou cerque a superfície com um tecido e chacoalhe os caules para que elas caiam.
14 - Desidrate as sementes da maravilha. Esse procedimento é fundamental para que elas não promovam a proliferação de fungos. Após a colheita, coloque-as espalhadas sobre um papel-toalha ou sobre uma folha de papel pardo, à sombra e em local ventilado. Cubra com uma peneira. Por volta de duas semanas, elas deverão estar completamente desidratadas.
15 - Guarde as sementes desidratadas em um saco de papel vedado, em local escuro. Evite potes de vidro ou de plástico, mesmo que tampados. É necessário que haja circulação de ar, e o saco de papel proporciona isso.
16 - Se preferir armazenar os tubérculos (raízes), retire a planta totalmente do vaso e separe-os do caule. Elimine a terra e embrulhe-os em jornal. Guarde-os numa caixa de papelão ao abrigo da luz. Evite guardá-los em recipientes plásticos ou vedados.
Mitos e verdades sobre a maravilha
Quanto mais se sabe a respeito de uma planta, melhor e mais seguro é o uso que se pode fazer dela. Nesse sentido, os estudos científicos de vários países do mundo, que são divulgados nos centros acadêmicos e chegam às pessoas por meio da mídia, ajudam a eliminar a desinformação e os conceitos equivocados transmitidos de geração em geração.
A maravilha (Mirabilis jalapa) é uma planta que, há muito, faz parte do cotidiano das pessoas e ainda está cercada por mitos e verdades que tanto favorecem o seu uso, como podem torná-lo arriscado. Veja a seguir.
1 - A flor maravilha é venenosa – mito. Embora haja controvérsias e alguns artigos de universidades norte-americanas (do Utah e Estadual da Carolina do Norte) a apontem como venenosa, ela é considerada de baixa toxicidade. Apesar disso, por conter alcaloides, o consumo oral sempre deve ser orientado pelo médico ou por um fitoterapeuta experiente.
2 - As raízes de maravilha são chamadas de falsas-jalapas – verdade. Também chamadas de batatas-de-purga, elas são bastante purgativas e parecidas com as raízes da verdadeira jalapa, a Ipomea purga, sendo inclusive consideradas falsificações, se vendidas como sendo dessa origem.
3 - O chá preparado com raízes de maravilha e aguardente é afrodisíaco – mito. Embora seja uma crença de comunidades de muitos países que essa bebida produza tal efeito, não há comprovação científica ou identificação de quais substâncias bioquímicas da planta poderiam produzir esse efeito.
4 - A flor maravilha é comestível – verdade. Principalmente as pétalas podem ser utilizadas para dar coloração a várias preparações da culinária. No entanto, é importante que não haja exagero no consumo das flores, pois elas contêm alcaloides, podendo causar intoxicação.
5 - As raízes de maravilha extraem metais pesados do solo e passam para as folhas – mito. Elas realmente podem extrair tais substâncias, por exemplo, chumbo. Porém esses elementos não chegam às partes aéreas da planta.
6 - Os extratos das folhas de Mirabilis jalapa têm ação inseticida contra o mosquito da dengue, zika e chikungunya – verdade. Ainda que dependente da dose e da exposição de larvas de Aedes aegypti aos extratos, eles são promissores para o desenvolvimento de produtos de combate ao transmissor dessas doenças endêmicas, pois contêm lactonas, flavonoides e rotenoides.
7 - O chá de folhas de Mirabilis jalapa é emagrecedor – mito. Não há comprovação científica associada a esse efeito. Inclusive esse chá não foi testado para toxicidade relacionada com uso superior a 28 dias, e a dose pode interferir negativamente nas funções hepáticas.
8 - As raízes e as sementes trituradas de maravilha são usadas na produção de pó-de-arroz – verdade. Esse é um dos usos que mulheres malaias, chinesas e japonesas fazem da planta, que contém amido semelhante ao do arroz. Inclusive um de seus nomes populares é pó-de-arroz.
9 - A raiz seca da maravilha triturada e misturada com leite é fortalecedora do organismo – mito. Não há evidências científicas sobre esse efeito atribuído como um dos benefícios da planta por algumas comunidades ao redor do mundo.
Até aqui você conheceu a planta maravilha (Mirabilis jalapa), que, além de grande beleza, traz benefícios para a saúde física, mental e espiritual. Essa planta ornamental e medicinal é repleta de significados, inspirando alegria, adaptabilidade e multiplicidade.
Outras plantas do Oráculo Floral são igualmente importantes para a vida dos seres vivos no planeta. Surpreenda-se com cada uma delas, acessando os links abaixo.
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